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A modernização do material e do pessoal da Marinha nas vésperas da revolta dos marujos de 1910: modelos e contradições

The modernization of the staff and war material in the Brazilian navy on the eve of the sailors' mutiny in 1910: models and contradictions

O artigo discute o processo de "modernização" da Marinha brasileira no fim do Império e início da Primeira República a partir dos projetos desenvolvidos para a sua dimensão material (equipamentos) e pessoal (recrutamento e formação militar), destacando-se o papel do ministério de Alexandrino de Alencar (1906-1910). Critica-se uma abordagem tradicional da historiografia que sustenta a existência de um abismo entre essas duas dimensões e colocam-se em evidência as contradições existentes no interior desses dois universos. A argumentação demonstra como havia, em torno dos projetos navais, um jogo de interesses e de limitações relativas ao lugar que a República brasileira ocupava no período e como as soluções pensadas para resolver o problema do recrutamento e da falta de pessoal passavam pelos modelos de escolas de aprendizes marinheiros. Mesmo se havia uma busca de "civilizar" os indivíduos que se tornariam futuros marujos, esses esforços materiais e humanos foram sentidos e vividos à sua maneira pelos praças, reforçando a identidade comum e criando bases para a revolta de 1910, acontecimento que se insere no processo de modernização da Armada nacional.

Marinha brasileira; modernização; material; recrutamento; escolas de aprendizes


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