RESUMO
O objetivo deste artigo é analisar a articulação entre método histórico e crítica política na historiografia desenvolvida pelo escritor paulista Eduardo Prado na transição do século XIX para o século XX. Nesse momento, Prado notabilizou-se nacional e internacionalmente como o principal adversário da jovem República brasileira. A reflexão está dividida em três partes: primeiro, será examinado como o autor mobilizou os valores epistemológicos do método histórico para confrontar o governo brasileiro nos livros Fastos da ditadura militar brasileira e Ilusão americana, publicados, respectivamente, em 1890 e 1893. Em seguida, será observada a correspondência que Eduardo Prado trocou com interlocutores como Paranhos Jr, Joaquim Nabuco e Capistrano de Abreu, em que é possível entender algo sobre a lógica dos procedimentos historiográficos na cena intelectual brasileira finissecular. Por último, é analisado como Prado tomou a crítica à República brasileira como ponto de partida para suas pesquisas sobre a colonização portuguesa na América, publicadas no final da década de 1890.
PALAVRAS-CHAVE:
Historiografia; Método histórico; Crítica política; Eduardo Prado