RESUMO
Objetivo
Investigar o nível de conscientização sobre imunodeficiências primárias entre os médicos do Instituto Nacional de Salud del Niño.
Métodos
Estudo transversal com todos os residentes de pediatria e pediatras que faziam parte do corpo clínico do Instituto Nacional de Salud del Niño quando o estudo foi realizado (2017-2019). Médicos atuantes na unidade de imunologia e nos setores de cirurgia foram excluídos. Foram estudados três aspectos da conscientização sobre imunodeficiências primárias: educação, conhecimento geral e suspeita diagnóstica e ações adotadas frente à suspeita.
Resultados
A amostra foi composta por 83 médicos com mediana de idade de 33 anos, em sua maioria mulheres (71,1%) e metade residentes em pediatria. Durante a graduação, 43,1% relataram participação em cursos sobre imunodeficiências primárias, e 39,2% participação em conferências relacionadas. Durante o programa de residência, 25,9% relataram participação em cursos sobre imunodeficiências primárias, e 60,3% participação em conferências relacionadas. Entre os pediatras, 50% relataram participação em cursos sobre imunodeficiências primárias e 53,1% participação em conferências relacionadas. Apenas 39,8% dos médicos declararam conhecer os 10 sinais de alerta propostos pela Fundação Jeffrey Modell. Mais da metade dos médicos considerou a falta de acesso a exames laboratoriais o principal desafio no diagnóstico das imunodeficiências primárias.
Conclusão
Este estudo revelou conscientização limitada sobre imunodeficiências primárias entre os médicos do corpo clínico do Instituto Nacional de Salud del Niño. Embora a maioria dos médicos tenha suspeitado de imunodeficiências primárias em pacientes com histórico de infecções recorrentes e uso frequente de antibióticos, nem todos conheciam os 10 sinais de alerta propostos pela Fundação Jeffrey Modell e nem todos foram capazes de descrever os exames complementares solicitados nos casos suspeitos.
Conscientização; Educação médica; Doenças da imunodeficiência primária/diagnóstico; Peru