RESUMO
Objetivo:
Investigar os efeitos do jejum noturno na força muscular de pacientes adultos internados.
Métodos:
Estudo clínico prospectivo realizado com 221 pacientes adultos. Os desfechos observados foram a força de preensão palmar avaliada pela dinamometria em jejum, após o desjejum, após o almoço, e acumulada (média da força de preensão palmar após desjejum e almoço). Foi considerada a média das três medidas da força de preensão palmar para representar cada momento. O ponto de corte para a média da força de preensão palmar em jejum categorizada no percentil 50 (35,5kg para homens, e 27,7kg para mulheres) foi usado para as comparações. Investigaram-se idade, sexo, peso atual e habitual (kg), perda de peso (kg), diagnóstico de câncer, estado nutricional, frequência de idosos, sintomas do trato digestório, tipo de dieta oral e quantidade ingerida no jantar no dia anterior à mensuração da força de preensão palmar (ingestão zero, até 50%, <100 e 100%).
Resultados:
A força de preensão palmar após o jejum noturno foi menor que a força após o desjejum (31,1±8,7kg versus 31,6±8,8kg; p=0,01) e quando foi considerada a força acumulada (31,7±8,8kg; p<0,001). A força de preensão palmar em jejum foi maior para os pacientes que ingeriram 100% (33,2±9,1kg versus 30,4±8,4kg; p=0,03) e >50% do jantar (32,1±8,4kg versus 28,6±8,8kg; p=0,006). A análise multivariada mostrou que ingerir menos da metade do jantar, desnutrição grave e ser idoso foram fatores independentes para redução da força de preensão palmar em jejum.
Conclusão:
A função muscular ficou comprometida após jejum noturno em pacientes adultos internados para tratamento clínico, especialmente nos casos de baixa ingestão alimentar, desnutridos e idosos.
Descritores:
Força muscular; Jejum; Dieta; Estado nutricional; Desnutrição