RESUMO
Objetivo:
Verificar a prevalência dos tipos de violência sofridos por mulheres e identificar as atitudes de gênero em relação a eles.
Métodos:
Estudo descritivo, observacional com a participação de 343 mulheres atendidas no Sistema Único de Saúde em uma cidade no nordeste brasileiro. Todas as participantes eram voluntárias e estavam presentes em uma Unidade Básica de Saúde para realizar algum atendimento médico. As participantes preencheram o questionário World Health Organization Violence Against Women e responderam a um questionário sociodemográfico.
Resultados:
As vítimas tinham, em média, 20,3 anos de idade, e 53,2% eram casadas. Houve prevalência de 52,9% de violência psicológica, 30,5% de violência física e 12,3% de violência sexual. As participantes indicaram como disparadores de violência a bebida (67%) e o ciúme (60,8%). Os principais abusos psicológicos foram insultos e humilhação; os físicos foram empurrões e tapas, e os sexuais foram relação sexual contra a vontade da mulher e por medo do parceiro. Uma parcela das participantes justificou a violência sofrida com a infidelidade da própria mulher, a recusa em manter relações sexuais e a desobediência ao marido.
Conclusão:
A educação em igualdade de gênero como medida de contraposição à cultura de subjugo feminino pode refletir na ressignificação da violência sofrida e na não culpabilização da própria vítima de violência pelo parceiro íntimo.
Descritores:
Violência contra a mulher; Violência doméstica; Exposição à violência; Violência de gênero; Sistema Único de Saúde