RESUMO
Objetivo:
Caracterizar as interações medicamentosas potenciais graves em terapia intensiva materna, e determinar sua frequência, os fatores e os medicamentos de risco associados à ocorrência dessas interações.
Métodos:
Estudo observacional e longitudinal executado entre dezembro de 2014 a dezembro de 2015, conduzido em uma unidade de terapia intensiva materna. Foram coletados dados clínicos e identificadas interações medicamentosas potenciais graves de gestantes admitidas. As interações medicamentosas foram caracterizadas quanto ao tipo, à prevalência e à taxa de exposição. Um modelo multivariado de regressão logística foi utilizado para identificação de fatores associados à ocorrência de interações medicamentosas potenciais graves e os medicamentos implicados (p<0,05).
Resultados:
Um total de 95,1% das pacientes foi exposto a, no mínimo, uma interação medicamentosa potencial, com 91,7% delas envolvidas com interações medicamentosas potenciais moderadas e 33,9% com as interações graves. As pacientes ficaram expostas, em média, em 69,2% dos dias que estiveram sob terapia intensiva. Os principais medicamentos implicados em interações medicamentosas de maior gravidade foram sulfato de magnésio, metoclopramida, propranolol e diazepam.
Conclusão:
As interações medicamentosas potenciais graves ocorreram na maioria das pacientes avaliadas. Aproximadamente um terço das interações foram graves e levaram à maior exposição por um longo período de internação. Maior número de fármacos prescritos e uso prévio domiciliar de medicamentos elevam a ocorrência de interações medicamentosas potenciais graves.
Descritores:
Interações de medicamentos; Unidade de terapia intensiva; Saúde materna; Tratamento farmacológico; Gravidez