RESUMO
Objetivo
Avaliar a sequência de ressonância magnética blood-oxygen-level-dependent (BOLD) realizada em um equipamento 3 Tesla para medir a biodisponibilidade do oxigênio do tecido pelo valor de R2* na diferenciação de necrose tubular aguda e rejeição aguda, comparando à biópsia renal (padrão-ouro).
Métodos
Estudo unicêntrico, prospectivo, com pacientes submetidos a transplante renal de 2013 a 2014, que desenvolveram disfunção do enxerto menos de 4 semanas após o transplante. Todos os pacientes foram submetidos à ressonância magnética abdominal 3 Tesla com o mesmo protocolo, seguida de duas sequências BOLD e biópsia renal.
Resultados
Foram incluídos 12 homens (68,75%) e três mulheres (31,25%). Foram realizadas 19 biópsias renais percutâneas (quatro pacientes necessitaram de segunda biópsia devido à alteração nos achados clínicos). Os resultados histopatológicos incluíram dez casos de necrose tubular aguda, quatro de rejeição aguda e cinco casos de outros diagnósticos (miscelânea). A comparação entre os quatro grupos de interesse não mostrou diferenças significativas em relação ao R2* no córtex (p=0,177). Quanto ao R2* da medula, observaram-se diferenças significativas (p=0,033), com miscelânea e necrose tubular aguda apresentando valores mais baixos quando comparados aos demais.
Conclusão
A ressonância magnética BOLD 3 Tesla é uma técnica viável que indiretamente utiliza a concentração de oxigênio no tecido em enxertos renais e pode ser usada para a diferenciação entre rejeição aguda e necrose tubular aguda.
Imagem por ressonância magnética; Transplante de rim; Biópsia; Disfunção primária do enxerto