Acessibilidade / Reportar erro

Associação do polimorfismo da proteína tirosina fosfatase não receptora 22 (PTPN22) com endometriose: uma metanálise

RESUMO

Objetivo

Avaliar o polimorfismo PTPN22 C1858T e o risco de endometriose.

Métodos

Foi realizada uma metanálise de 10 estudos caso-controle publicados (a partir de quatro artigos), com uma amostra total de 971 casos e 1.181 controles. O risco da associação da endometriose com o polimorfismo C1858T foi estimado em razão de chance e intervalo de confiança de 95%.

Resultados

Observou-se um aumento de risco significativo em todos os modelos genéticos com o alelo variante T e a endometriose (razão de chance: 3,14-5,55; p<0,00001-0,002). A análise sem incluir o estudo, em que os controles não estavam em equilíbrio de Hardy-Weinberg, mostrou aumento significativo nos modelos homozigotos e recessivos (razão de chance: 7,19-9,45; p<0,00001-0,0002). No subgrupo italiano, uma associação significativa foi encontrada considerando os modelos homozigoto e recessivo (razão de chance: 8,72-11,12; p=0,002).

Conclusão

As associações observadas entre PTPN22 (C1858T) e o risco de endometriose sugerem que este polimorfismo pode ser um marcador de suscetibilidade para a endometriose.

Proteína tirosina fosfatases não receptoras; Polimorfismo genético; Endometriose

ABSTRACT

Objective

To evaluate PTPN22 C1858T polymorphism and the risk of endometriosis.

Methods

A meta-analysis of 10 published case-control studies (from four articles), with a total sample of 971 cases and 1,181 controls, was performed. We estimated risk (odds ratio and 95% confidence intervals) of endometriosis associations with the C1858T polymorphism.

Results

A significant increased risk in all genetic models of the variant T allele with endometriosis (odds ratio: 3.14-5.55; p<0.00001-0.002) was found. The analysis without the study whose controls deviated from the Hardy-Weinberg equilibrium exacerbated these effects in the homozygous and recessive models (odds ratio: 7.19-9.45; p<0.00001-0.0002). In the Italian subgroup, a significant risk association was found in the homozygous and recessive models (odds ratio: 8.72-11.12; p=0.002).

Conclusion

The associations observed between PTPN22 (C1858T) and the risk of endometriosis suggest this polymorphism might be a useful susceptibility marker for this disease.

Protein tyrosine phosphatases, non-receptor; Polymorphism, genetic; Endometriosis

INTRODUÇÃO

A endometriose é uma alteração em que um tecido histologicamente semelhante ao endométrio, com glândulas e/ou estroma, cresce para fora da cavidade uterina.11. Giudice LC, Kao LC. Endometriosis. Lancet. 2004;364(9447):1789-99. Review. É uma doença inflamatória crônica e um dos distúrbios ginecológicos benignos mais frequentes. Apresenta comprometimento multissistêmico e pode afetar vários órgãos, em geral no peritônio e na pelve, especialmente os ovários e, com menos frequência, o septo retovaginal.22. Ranney B. Endometriosis: pathogenesis, symptoms, and findings. Clin Obstet Gynecol. 1980;23(3):865-74. Isso pode causar dor pélvica, dismenorreia e infertilidade.33. Cramer DW, Missmer SA. The epidemiology of endometriosis. Ann N Y Acad Sci. 2002;955:11-22; discussion 34-6, 396-406.

Diversas hipóteses foram apresentadas para explicar a presença de tecido endometrial e estroma ectópicos. No entanto, nenhuma delas conseguiu explicar todos os locais de implantação e sintomas da doença, o que levou pesquisadores a buscarem novas teorias que, de forma isolada ou em conjunto, com as hipóteses já propostas, possam explicar melhor a etiologia da endometriose.

A exposição ao estrógeno é um dos principais fatores de risco endócrinos para a endometriose. Por outro lado, a progesterona, até certo ponto, fornece proteção contra o desenvolvimento da endometriose, pois interfere na produção dos fatores de diferenciação locais necessários para a regulação da expressão de genes responsáveis, fazendo com que fragmentos endometriais menstruais que refluam venham a invadir a superfície peritoneal, interferir em vasos e estabelecer a endometriose. Em função do poderoso efeito anti-inflamatório da progesterona, a menor sensibilidade a este esteroide poderia contribuir para a natureza autoimune da endometriose.44. Bianco B, André GM, Vilarino FL, Peluso C, Mafra FA, Christofolini DM, et al. The possible role of genetic variants in autoimmune-related genes in the development of endometriosis. Hum Immunol. 2012;73(3):306-15. Review.,55. McLeod BS, Retzloff MG. Epidemiology of endometriosis: an assessment of risk factors. Clin Obstet Gynecol. 2010;53(2):389-96.

Embora a etiologia de doenças autoimunes seja desconhecida, elas são caracterizadas por fatores genéticos e ambientais no seu desenvolvimento. Assim como nas doenças autoimunes, alterações imunológicas semelhantes ocorrem na endometriose, tais como aumento no número e na citotoxicidade dos macrófagos, aumento policlonal na atividade de linfócitos B, funções e concentrações alteradas dos linfócitos B e T e redução no número ou na atividade das células natural killer. Além disso, a presença de anticorpos antiendometriais e antiovarianos específicos foi verificada tanto na endometriose como na infertilidade.44. Bianco B, André GM, Vilarino FL, Peluso C, Mafra FA, Christofolini DM, et al. The possible role of genetic variants in autoimmune-related genes in the development of endometriosis. Hum Immunol. 2012;73(3):306-15. Review.,66. Nothnick WB. Treating endometriosis as an autoimmune disease. Fertil Steril. 2001;76(2):223-31. Review.,77. Matarese G, De Placido G, Nikas Y, Alviggi C. Pathogenesis of endometriosis: natural immunity dysfunction or autoimmune disease? Trends Mol Med. 2003; 9(5):223-8. Review. Neste contexto, consideram-se as hipóteses sobre as predisposições imunológicas e também os fatores genéticos,44. Bianco B, André GM, Vilarino FL, Peluso C, Mafra FA, Christofolini DM, et al. The possible role of genetic variants in autoimmune-related genes in the development of endometriosis. Hum Immunol. 2012;73(3):306-15. Review.,88. Viganó P, Lattuada D, Somigliana E, Abbiati A, Candiani M, Di Blasio AM. Variants of the CTLA4 gene that segregate with autoimmune diseases are not associated with endometriosis. Mol Hum Reprod. 2005;11(10):745-9. e polimorfismos em genes associados com doenças autoimunes surgiram como possíveis candidatos para o desenvolvimento da endometriose.44. Bianco B, André GM, Vilarino FL, Peluso C, Mafra FA, Christofolini DM, et al. The possible role of genetic variants in autoimmune-related genes in the development of endometriosis. Hum Immunol. 2012;73(3):306-15. Review.

Lyp é uma proteína tirosina fosfatase codificada pelo gene não receptor 22 (PTPN22), localizado em 1p13.3-13.1 e envolvida na regulação da sinalização do receptor da célula T.99. Wu J, Katrekar A, Honigberg LA, Smith AM, Conn MT, Tang J, et al. Identification of substrates of human protein-tyrosine phosphatase PTPN22. J Biol Chem. 2006;281(16):11002-10.O gene PTPN22 possui um polimorfismo missense de nucleotídeo único na posição 1858 (C>T), que causa a substituição de uma arginina no códon 620 (CGG) por um triptofano (TGG) (variante W620) associado a doenças autoimunes.1010. Bottini N, Vang T, Cucca F, Mustelin T. Role of PTPN22 in type 1 diabetes and other autoimmune diseases. Semin Immunol. 2006;18(4):207-13. Review. A variante não liga bem as quinases e parece codificar uma enzima de ganho de função, que aumentaria a inibição da sinalização do receptor de célula T, o que poderia afetar a deleção tímica das células T autorreativas ou o desenvolvimento ou a função de células T reguladoras periféricas.1111. Bottini N, Musumeci L, Alonso A, Rahmouni S, Nika K, Rostamkhani M, et al. A functional variant of lymphoid tyrosine phosphatase is associated with type I diabetes. Nat Genet. 2004;36(4):337-8.,1212. Vang T, Miletic AV, Bottini N, Mustelin T. Protein tyrosine phosphatase PTPN22 in human autoimmunity. Autoimmunity. 2007;40(6):453-61. Review.

O polimorfismo PTPN22 foi relatado como sendo associado a risco alterado de endometriose, embora com resultados conflitantes, o que levou à realização de uma metanálise para avaliar essa associação.

OBJETIVO

Avaliar a associação entre polimorfismo PTPN22 C1858T e o risco de endometriose.

MÉTODOS

Seleção de estudos

Por meio dos termos “PTPN22 polymorphism” e “endometriosis”, foram buscados na base de dados MEDLINE, utilizando-se o PubMed, estudos de associação publicados a partir de 27 de abril de 2014. Os estudos eram considerados elegíveis se tivessem dados genotípicos com um desenho caso-controle. A busca produziu sete citações; duas foram excluídas por serem revisões e não abordarem a endometriose. Os resumos (abstracts) das cinco citações restantes foram lidos, e um foi excluído por não se tratar de PTPN22. Artigos na íntegra dos quatro restantes foram extraídos, lidos e considerados incluídos na metanálise.1313. Ammendola M, Bottini N, Pietropolli A, Saccucci P, Gloria-Bottini F. Association between PTPN22 and endometriosis. Fertil Steril. 2008;89(4):993-4.

14. Płoski R, Dziunycz P, Kostrzewa G, Roszkowski PI, Barcz E, Zabek J, et al. PTPN22/LYP 1858C>T gene polymorphism and susceptibility to endometriosis in a Polish population. J Reprod Immunol. 2009;79(2):196-200.

15. Gomes FM, Bianco B, Teles JS, Christofolini DM, Souza AM de, Guedes AD, et al. PTPN22 C1858T polymorphism in women with endometriosis. Am J Reprod Immunol. 2010;63(3):227-32.
-1616. Gloria-Bottini F, Ammendola M, Saccucci P, Pietropolli A, Magrini A, Bottini E. The association of PTPN22 polymorphism with endometriosis: effect of genetic and clinical factors. Eur J Obstet Gynecol Reprod Biol. 2013; 169(1):60-3. Ammendola et al.,1313. Ammendola M, Bottini N, Pietropolli A, Saccucci P, Gloria-Bottini F. Association between PTPN22 and endometriosis. Fertil Steril. 2008;89(4):993-4. e Gloria-Bottini et al.,1616. Gloria-Bottini F, Ammendola M, Saccucci P, Pietropolli A, Magrini A, Bottini E. The association of PTPN22 polymorphism with endometriosis: effect of genetic and clinical factors. Eur J Obstet Gynecol Reprod Biol. 2013; 169(1):60-3. forneceram dois e seis grupos de conjuntos de dados genotípicos, respectivamente, sendo considerados dois e seis estudos, respectivamente. Acrescentados aos dois artigos1414. Płoski R, Dziunycz P, Kostrzewa G, Roszkowski PI, Barcz E, Zabek J, et al. PTPN22/LYP 1858C>T gene polymorphism and susceptibility to endometriosis in a Polish population. J Reprod Immunol. 2009;79(2):196-200.,1515. Gomes FM, Bianco B, Teles JS, Christofolini DM, Souza AM de, Guedes AD, et al. PTPN22 C1858T polymorphism in women with endometriosis. Am J Reprod Immunol. 2010;63(3):227-32. com conjuntos de dados únicos, o número final de estudos incluídos na metanálise foi de 10.

Extração de dados

Dois investigadores extraíram dados de modo independente e chegaram a um consenso sobre todos os itens. As seguintes informações foram obtidas de cada publicação: nome do primeiro autor, ano de publicação, país de origem, ancestralidade dominante da população de estudo, estado dos controles, critérios correspondentes, tipo de amostra do alelo dominante, metodologia da genotipagem, frequência dos genótipos, número de casos e controles. Também foram calculadas as frequências dos alelos e os desvios do equilíbrio de Hardy-Weinberg (EHW).

Avaliação de qualidade dos estudos

O escore de avaliação de qualidade Newcastle-Ottawa (NOS)1717. Wells GS, Shea B, O’Connell D, Peterson J, Welch V, Losos M, et al. The Newcastle-Ottawa Scale (NOS) for assessing the quality of nonrandomised studies in meta-analyses [Internet]. Ontario (CA): Ottawa Hospital Research Institute; 2014 [cited 2016 Oct 25]. Available from: http://www.ohri.ca/programs/clinical_epidemiology/oxford.asp
http://www.ohri.ca/programs/clinical_epi...
foi usado para avaliar a qualidade metodológica dos estudos incluídos. Estes estudos foram julgados com base em três amplas perspectivas: seleção, comparabilidade e exposição (estudos caso-controle) ou desfecho (estudos com coorte), por um sistema de avaliação de ‘estrelas’ com uma pontuação que variava de zero estrela (pior) a nove estrelas (melhor). Um escore de sete estrelas ou superior indicava que o estudo tinha alta qualidade.

Metanálise

Os dados foram analisados por meio do Review Manager 5.1 (Copenhagen: The Nordic Cochrane Centre, The Cochrane Collaboration, 2011). A razão de chance (OR odds ratio) da associação com o genótipo TT variante comparado ao genótipo CC tipo selvagem foi estimado. Para avaliar a importância do genótipo heterozigoto, os modelos dominante e recessivo também foram aplicados. Assim, o contraste de genótipos TT e TC + CC, além dos genótipos TT + TC e CC, foram examinados. Esses contrastes correspondem aos efeitos recessivo e dominante do alelo T. Para comparar os efeitos sobre o mesmo valor inicial, foram utilizados dados brutos para frequências de genótipos a fim de calcular as estimativas específicas do estudo do OR. Os OR agrupados foram obtidos usando os modelos de efeitos fixos1818. Mantel N, Haenszel W. Statistical aspects of the analysis of data from retrospective studies of disease. J Natl Cancer Inst. 1959;22(4):719-48. (na ausência de heterogeneidade) ou aleatórios1919. DerSimonian R, Laird N. Meta-analysis in clinical trials. Control Clin Trials. 1986;7(3):177-88. (na sua presença). A heterogeneidade entre os estudos foi abordada de várias maneiras. Primeiro, foi estimada usando o teste Q baseado no χ22. Ranney B. Endometriosis: pathogenesis, symptoms, and findings. Clin Obstet Gynecol. 1980;23(3):865-74..2020. Lau J, Ioannidis JP, Schmid CH. Quantitative synthesis in systematic reviews. Ann Intern Med. 1997;127(9):820-6. Ao ser reconhecido o baixo poder deste teste,2121. Higgins JP, Thompson SG, Deeks JJ, Altman DG. Measuring inconsistency in meta-analyses. BMJ. 2003;327(7414):557-60. Review. estabeleceu-se o limiar de significância em p=0,10. Segundo, foi explorada usando a análise de subgrupo2020. Lau J, Ioannidis JP, Schmid CH. Quantitative synthesis in systematic reviews. Ann Intern Med. 1997;127(9):820-6. e a população como variável. Terceiro, foi quantificada com a estatística I22. Ranney B. Endometriosis: pathogenesis, symptoms, and findings. Clin Obstet Gynecol. 1980;23(3):865-74. que mede o grau de inconsistência entre estudos.2121. Higgins JP, Thompson SG, Deeks JJ, Altman DG. Measuring inconsistency in meta-analyses. BMJ. 2003;327(7414):557-60. Review. A análise de sensibilidade, que envolveu omitir um estudo por vez, fazendo o recálculo do OR agrupado, foi também aplicada para testar a robustez dos efeitos resumidos. A significância foi estabelecida com p≤0,05 para todos os itens, exceto na estimativa de heterogeneidade.

Viés de publicação

Ammendola et al.,1313. Ammendola M, Bottini N, Pietropolli A, Saccucci P, Gloria-Bottini F. Association between PTPN22 and endometriosis. Fertil Steril. 2008;89(4):993-4. tiveram zero conjunto de dados homozigóticos e recessivos em casos e controles, o que não permitiu estimativas; portanto, o número total de estudos foi nove para esses modelos genéticos. Quando o número de estudos é menor que dez,2222. Ioannidis JP, Trikalinos TA. The appropriateness of asymmetry tests for publication bias in meta-analyses: a large survey. CMAJ. 2007;176(8):1091-6. os testes qualitativos e quantitativos para viés de publicação se tornam menos sensíveis, afastando a investigação do viés de publicação. Dados não zero nos modelos dominante e codominante estabeleceram o número geral total de estudos em 10, justificando o teste de viés de publicação nesses modelos. Neste caso, utilizou-se o teste de regressão assimétrica de Egger et al.,2323. Egger M, Davey Smith G, Schneider M, Minder C. Bias in meta-analysis detected by a simple, graphical test. BMJ. 1997;315(7109):629-34. assim como o diagnóstico de Begg et al., (coeficiente de correlação σ não paramétrico).2424. Begg CB, Mazumdar M. Operating characteristics of a rank correlation test for publication bias. Biometrics. 1994;50(4):1088-101. Para ambos os testes, utilizou-se o software WINPEPI (PEPI for Windows).2525. Abramson JH. WINPEPI (PEPI-for-Windows): computer programs for epidemiologists. Epidemiol Perspect Innov. 2004;1(1):6.

RESULTADOS

Estudos incluídos

As características epidemiológicas e clínicas dos artigos incluídos são apresentadas na tabela 1. Os resultados de NOS mostraram que três dos quatro artigos tiveram pontuação sete, e o escore médio foi x̅=6,75±0,50. Essas duas características indicam que a qualidade metodológica dos artigos foi de média à alta. A tabela 2 resume as características quantitativas dos dez estudos de genotipagem (443 casos/1.181 controles) na metanálise que examinou as associações do polimorfismo de PTPN22 (C1858T) com endometriose. Oito estudos de dois artigos1313. Ammendola M, Bottini N, Pietropolli A, Saccucci P, Gloria-Bottini F. Association between PTPN22 and endometriosis. Fertil Steril. 2008;89(4):993-4.,1616. Gloria-Bottini F, Ammendola M, Saccucci P, Pietropolli A, Magrini A, Bottini E. The association of PTPN22 polymorphism with endometriosis: effect of genetic and clinical factors. Eur J Obstet Gynecol Reprod Biol. 2013; 169(1):60-3. incluíam participantes italianos (132 casos/528 controles), enquanto um deles tinha participantes brasileiros1515. Gomes FM, Bianco B, Teles JS, Christofolini DM, Souza AM de, Guedes AD, et al. PTPN22 C1858T polymorphism in women with endometriosis. Am J Reprod Immunol. 2010;63(3):227-32. e outro, poloneses1414. Płoski R, Dziunycz P, Kostrzewa G, Roszkowski PI, Barcz E, Zabek J, et al. PTPN22/LYP 1858C>T gene polymorphism and susceptibility to endometriosis in a Polish population. J Reprod Immunol. 2009;79(2):196-200., com 140 casos/180 controles e 171 casos/310 controles, respectivamente.

Tabela 1
Características dos artigos incluídos que examinaram associações da proteína tirosina fosfatase não receptora 22 (C1858T) com a endometriose
Tabela 2
Frequência de genótipos e outras características dos estudos incluídos referentes a associações da proteína tirosina fosfatase não receptora 22 (C1858T) com a endometriose

As frequências no Grupo Controle ou nos controles do alelo variante nos estudos italianos variaram de 0,02 a 0,06, enquanto nas populações brasileira e polonesa foram de 0,09 e 0,12, respectivamente. Um estudo1313. Ammendola M, Bottini N, Pietropolli A, Saccucci P, Gloria-Bottini F. Association between PTPN22 and endometriosis. Fertil Steril. 2008;89(4):993-4. apresentou controles cujas frequências se desviaram do EHW, deixando nove estudos de três artigos1111. Bottini N, Musumeci L, Alonso A, Rahmouni S, Nika K, Rostamkhani M, et al. A functional variant of lymphoid tyrosine phosphatase is associated with type I diabetes. Nat Genet. 2004;36(4):337-8.

12. Vang T, Miletic AV, Bottini N, Mustelin T. Protein tyrosine phosphatase PTPN22 in human autoimmunity. Autoimmunity. 2007;40(6):453-61. Review.
-1313. Ammendola M, Bottini N, Pietropolli A, Saccucci P, Gloria-Bottini F. Association between PTPN22 and endometriosis. Fertil Steril. 2008;89(4):993-4. em EHW (311 casos/1.012 controles).

Análise global e de subgrupos

A figura 1 mostra os efeitos de risco gerais significativamente aumentados (p<0,0001-0,002) (OR: 3,14-5,55, intervalo de confiança de 95% - IC95%: 1,86-16,55) em todos os modelos genéticos. Os forest plots mostram que, virtualmente, todos os ORs específicos do estudo estão dentro da área de risco aumentado, em todos os modelos genéticos (Figuras 1 a 3). Não se observou viés de publicação nos modelos dominante e codominante (Tabela 3). Confinando os estudos àqueles no EHW, os achados gerais foram alterados de duas maneiras: (i) os efeitos foram exacerbados até OR: 9,45 (p=0,0002) no modelo homozigótico (Tabela 4 e Figura 2) e (ii) obtiveram ICs ainda mais amplos (IC95%: 2,91-30,71).

Figura 1
Efeito geral recessivo resumido do polimorfismo da proteína tirosina fosfatase não receptora 22 (C1858T) com a endometriose

Figura 3
Efeitos resumidos da proteína tirosina fosfatase não receptora 22 sobre a endometriose no modelo homozigótico

Tabela 3
Resumo dos efeitos agrupados
Tabela 4
Testes para viés de publicação

Figura 2
Resumo do efeito recessivo do polimorfismo da proteína tirosina fosfatase não receptora 22 (C1858T) com endometriose sem o estudo cujos controles desviaram do equilíbrio de Hardy-Weinberg

A tabela 4 mostra os efeitos resumidos no subgrupo italiano e os compara com os OR específicos de estudo das populações brasileira1212. Vang T, Miletic AV, Bottini N, Mustelin T. Protein tyrosine phosphatase PTPN22 in human autoimmunity. Autoimmunity. 2007;40(6):453-61. Review. e polonesa.1414. Płoski R, Dziunycz P, Kostrzewa G, Roszkowski PI, Barcz E, Zabek J, et al. PTPN22/LYP 1858C>T gene polymorphism and susceptibility to endometriosis in a Polish population. J Reprod Immunol. 2009;79(2):196-200. Os efeitos italianos significativos aumentaram até OR: 11,12 no modelo homozigótico, acompanhados por amplos IC (IC95%: 2,44-50,71) (Figura 3). As figuras 2 e 3 mostram que o EHW e os efeitos italianos agrupados podem ter sido atribuídos ao estudo do alelo C do genótipo ACP1, por Ammendola et al.,1313. Ammendola M, Bottini N, Pietropolli A, Saccucci P, Gloria-Bottini F. Association between PTPN22 and endometriosis. Fertil Steril. 2008;89(4):993-4. com seu OR específico do estudo de 122,69 e IC95%: 13,36-1126,84.

Em contraste com os efeitos italianos agrupados, os ORs específicos de estudo foram modulados nas populações brasileira (OR: 1,95-2,35) e polonesa (OR: 1,08-1,84). O tratamento de sensibilidade não alterou de forma significativa os resultados globais e de EHW como nos achados italianos, indicando robustez dos efeitos de resumo (dados não mostrados). Os 12 ORs agrupados foram heterogêneos, altos nos modelos dominante e codominante (Pheterogeneidade<0,00001, I2=76-88%), menores nos modelos homozigótico e recessivo (Pheterogeneidade=0,02-0,09, I2=43-59%).

DISCUSSÃO

Efeito global e de subgrupos

Com uma amostra de mais de 1.624 para o polimorfismo da PTPN22 (C1858T), a presente metanálise mostrou associações globais de risco aumentadas em até 5,6 vezes na endometriose, o que foi significativo em todos os modelos genéticos. A análise do EHW não alterou de modo significativo os achados globais, a não ser na exacerbação da suscetibilidade para até 9,5 vezes no modelo homozigótico. A interpretação de tal aumento deve, entretanto, ser tratada com cautela, considerando o amplo IC que acompanhou os efeitos agrupados. Margens amplas de IC tendem a realçar a incerteza e, portanto, conferem menos confiança na interpretação de resultados.

Como houve apenas um estudo brasileiro e um polonês e vários italianos, essas populações de etnia única foram comparadas com os efeitos italianos agrupados. Em geral, os efeitos italianos foram significativos até 11 vezes no modelo homozigótico com os ICs mais amplos em todo o corpo de resultados e heterogêneos. Em comparação, os efeitos de risco aumentado na população brasileira1212. Vang T, Miletic AV, Bottini N, Mustelin T. Protein tyrosine phosphatase PTPN22 in human autoimmunity. Autoimmunity. 2007;40(6):453-61. Review. foi de até 2,4 vezes e, bem mais modesto, 1,8 vezes na população polonesa.1414. Płoski R, Dziunycz P, Kostrzewa G, Roszkowski PI, Barcz E, Zabek J, et al. PTPN22/LYP 1858C>T gene polymorphism and susceptibility to endometriosis in a Polish population. J Reprod Immunol. 2009;79(2):196-200.

Essas diferenças entre as três populações podem estar associadas com os seguintes fatores: (i) as poucas frequências de alelos entre essas três populações se diferiram (italiana: até 0,06; brasileira: 0,09 e polonesa: 0,12); (ii) os controles no estudo polonês1414. Płoski R, Dziunycz P, Kostrzewa G, Roszkowski PI, Barcz E, Zabek J, et al. PTPN22/LYP 1858C>T gene polymorphism and susceptibility to endometriosis in a Polish population. J Reprod Immunol. 2009;79(2):196-200. foram pareados com casos comparados a nenhum dos participantes italianos. Portanto, pode ser um aspecto ou uma combinação de características genéticas (frequências de alelos) e/ou epidemiológicas (correspondência dos participantes) que produziram diferenças nos efeitos de resumo entre as três populações.

Todavia, os seguintes aspectos dos estudos explicam as vantagens do subgrupo não italiano: (i) os efeitos homozigótico e recessivo nesta população foram obtidos com zero heterogeneidade; (ii) embora composto apenas de dois estudos (do total de 10), seus tamanhos combinados (n=801) respondem por mais de um terço (37,2%) do total de 2.152; (iii) os achados nesta população mostraram os ICs mais estreitos, realçando a precisão dos achados. Considerando esses aspectos dos estudos não italianos, é possível que esses valores estejam mais próximos aos valores reais de associação. Mais estudos são necessários para confirmar esses achados. Mesmo assim, as associações observadas entre a PTPN22 e o risco de endometriose sugerem que este polimorfismo poderá ser um marcador útil de suscetibilidade para esta doença.

Associações funcionais da proteína tirosina fosfatase não receptora 22 (C1858T) com a endometriose

O gene PTPN22 codifica a tirosina fosfatase linfoide humana, que é uma enzima com expressão restrita em células hematopoiéticas. A tirosina fosfatase linfoide é um regulador crítico da sinalização por meio do receptor da célula T. Em células T, ela forma um complexo com a quinase Csk.88. Viganó P, Lattuada D, Somigliana E, Abbiati A, Candiani M, Di Blasio AM. Variants of the CTLA4 gene that segregate with autoimmune diseases are not associated with endometriosis. Mol Hum Reprod. 2005;11(10):745-9. A variante PTPN22 C1858T com associação autoimune não se liga bem às quinases, e parece codificar uma enzima de ganho de função.1212. Vang T, Miletic AV, Bottini N, Mustelin T. Protein tyrosine phosphatase PTPN22 in human autoimmunity. Autoimmunity. 2007;40(6):453-61. Review.,2626. Gregersen PK. Gaining insight into PTPN22 and autoimmunity. Nat Genet. 2005;37(12):1300-2. O mecanismo de ação da PTPN22 na autoimunidade continua incerto. Entretanto, o aumento de inibição do receptor de sinalização da célula T causado pelo polimorfismo PTPN22 C1858T poderia se predispor para a autoimunidade, quer afetando a deleção tímica de células T autorreativas ou interferindo no desenvolvimento ou na função de células T regulatórias periféricas.2727. Gregersen PK, Lee HS, Batliwalla F, Begovich AB. PTPN22: setting thresholds for autoimmunity. Semin Immunol. 2006;18(4):214-23. Review. De fato, recentemente, a PTPN22 foi identificada como parte dos genes-alvo das células T regulatórias FoxP3 em CD4+CD25+.2828. Marson A, Kretschmer K, Frampton GM, Jacobsen ES, Polansky JK, MacIsaac KD, et al. Foxp3 occupancy and regulation of key target genes during T-cell stimulation. Nature. 2007;445(7130):931-5.

Na presença de endometriose, o polimorfismo PTPN22 pode cooperar com fatores clínicos e genéticos para influenciar o curso da doença e as reações imunológicas. Essas interações de cooperação poderiam resultar em uma associação estatística entre PTPN22 e endometriose. Mais investigações são necessárias para esclarecer o possível papel da PTPN22 e de outros polimorfismos ou conjunto de polimorfismos no curso clínico da endometriose. Em participantes com endometriose, a PTPN22 pode contribuir para o desenvolvimento de fenômenos autoimunes na presença de circunstâncias peculiares.1313. Ammendola M, Bottini N, Pietropolli A, Saccucci P, Gloria-Bottini F. Association between PTPN22 and endometriosis. Fertil Steril. 2008;89(4):993-4. Dada a natureza multifatorial da endometriose, a análise dos fatores genéticos seria apropriada ao considerar a sinergia com influência ambiental junto com as interações epistáticas.1616. Gloria-Bottini F, Ammendola M, Saccucci P, Pietropolli A, Magrini A, Bottini E. The association of PTPN22 polymorphism with endometriosis: effect of genetic and clinical factors. Eur J Obstet Gynecol Reprod Biol. 2013; 169(1):60-3.

Limitações e pontos fortes

As limitações deste estudo incluem os seguintes aspectos: (i) heterogeneidade predominante do corpo de resultados que indica variância dos estudos componentes, o que pode ter sido compensado pelo nosso ajuste para essa variância com o uso do modelo de efeitos aleatórios; (ii) desvio de um estudo1313. Ammendola M, Bottini N, Pietropolli A, Saccucci P, Gloria-Bottini F. Association between PTPN22 and endometriosis. Fertil Steril. 2008;89(4):993-4. do EHW, o que pode ter causado viés nos desfechos do resumo e apontado fraquezas metodológicas, tais como a seleção parcial de participantes, erros de genotipagem e estratificação de população.2929. Thakkinstian A, McElduff P, D’Este C, Duffy D, Attia J. A method for meta-analysis of molecular association studies. Stat Med. 2005;24(9):1291-306. Porém, omissão desse estudo seguido da reanálise não alterou muito a significância e a direção da associação, corroborando a estabilidade de nossos achados em geral; (iii) os efeitos homozigótico e recessivo foram caracterizados por ICs excepcionalmente amplos na análise em geral, que ficaram ainda mais amplos nas análises do modificador e do subgrupo e que se traduzem em precisão reduzida dos ORs agrupados, criando menos confiança nos achados; e (iv) não houve menção de correspondência, exceto em um1414. Płoski R, Dziunycz P, Kostrzewa G, Roszkowski PI, Barcz E, Zabek J, et al. PTPN22/LYP 1858C>T gene polymorphism and susceptibility to endometriosis in a Polish population. J Reprod Immunol. 2009;79(2):196-200. dos artigos componentes.

Ainda, uma possível limitação poderia ser a heterogeneidade do Grupo Controle (v), como homens e mulheres hígidos,1313. Ammendola M, Bottini N, Pietropolli A, Saccucci P, Gloria-Bottini F. Association between PTPN22 and endometriosis. Fertil Steril. 2008;89(4):993-4. adultos hígidos anônimos,1414. Płoski R, Dziunycz P, Kostrzewa G, Roszkowski PI, Barcz E, Zabek J, et al. PTPN22/LYP 1858C>T gene polymorphism and susceptibility to endometriosis in a Polish population. J Reprod Immunol. 2009;79(2):196-200. e doadores de sangue hígidos.1616. Gloria-Bottini F, Ammendola M, Saccucci P, Pietropolli A, Magrini A, Bottini E. The association of PTPN22 polymorphism with endometriosis: effect of genetic and clinical factors. Eur J Obstet Gynecol Reprod Biol. 2013; 169(1):60-3. Apenas um estudo1515. Gomes FM, Bianco B, Teles JS, Christofolini DM, Souza AM de, Guedes AD, et al. PTPN22 C1858T polymorphism in women with endometriosis. Am J Reprod Immunol. 2010;63(3):227-32.tinha como Grupo Controle mulheres férteis e não menopausadas, que haviam passado por ligadura tubária por motivos de planejamento familiar e não apresentavam sinais de endometriose em sua história clínica. A ausência de sintomas em mulheres não exclui a endometriose, já que 16% das pacientes com endometriose são férteis e assintomáticas.3030. Barbosa CP, Souza AM, Bianco B, Christofolini D, Bach FA, Lima GR. Frequency of endometriotic lesions in peritoneum samples from asymptomatic fertile women and correlation with CA125 values. Sao Paulo Med J. 2009;127(6): 342-5.

Contudo, a despeito dessas limitações, os seguintes pontos fortes realçam a confiança nos presentes achados: (i) todos os estudos foram populacionais, o que facilitou a extrapolação dos resultados para a população geral; (ii) todas as fontes de tecidos foram sanguíneas; (iii) os diagnósticos de endometriose foram realizados por intervenção laparoscópica e confirmação histopatológica; (iv) todos os estudos usaram uma combinação de PCR e RFLP com restrição enzimática. Estes cinco itens acrescentam às homogeneidades epidemiológica e clínica dos estudos: consistência de aumento de efeitos de risco em todo o corpo de resultados; a análise de sensibilidade demonstrou que o corpo de resultados inteiro foi robusto, fundamentando a confiabilidade dos achados; e nenhum viés de publicação foi detectado, indicando que o corpo de resultados dominante e codominante pode estar sem viés.

CONCLUSÃO

Os achados relatados neste estudo realçam a utilidade de análises modificadoras que forneçam um perfil mais completo de uma associação entre um polimorfismo com uma doença (endometriose). Esses tratamentos metanalíticos tendem a revelar novos insights de fatores que retêm ou alteram a estabilidade ou a robustez de um OR agrupado. A abordagem sintética dos perfis individuais de cada estudo incluído poderia ser usada para formar subgrupos biologicamente viáveis.

É concebível que a endometriose relacionada a qualquer locus seja pequena, pois provavelmente haverá a operação de interações gene-gene e gene-ambiente. Estudos adicionais bem desenhados, baseados em tamanhos amostrais compatíveis com a detecção de pequenos riscos genotípicos, devem permitir conclusões que sejam mais definitivas quanto à associação do polimorfismo da PTPN22 (C1858T) e a endometriose.

AGRADECIMENTO

O doutor Noel Pabalan recebeu auxílio da Graduate School Research Grant of Cebu Doctors’ University.

REFERENCES

  • 1
    Giudice LC, Kao LC. Endometriosis. Lancet. 2004;364(9447):1789-99. Review.
  • 2
    Ranney B. Endometriosis: pathogenesis, symptoms, and findings. Clin Obstet Gynecol. 1980;23(3):865-74.
  • 3
    Cramer DW, Missmer SA. The epidemiology of endometriosis. Ann N Y Acad Sci. 2002;955:11-22; discussion 34-6, 396-406.
  • 4
    Bianco B, André GM, Vilarino FL, Peluso C, Mafra FA, Christofolini DM, et al. The possible role of genetic variants in autoimmune-related genes in the development of endometriosis. Hum Immunol. 2012;73(3):306-15. Review.
  • 5
    McLeod BS, Retzloff MG. Epidemiology of endometriosis: an assessment of risk factors. Clin Obstet Gynecol. 2010;53(2):389-96.
  • 6
    Nothnick WB. Treating endometriosis as an autoimmune disease. Fertil Steril. 2001;76(2):223-31. Review.
  • 7
    Matarese G, De Placido G, Nikas Y, Alviggi C. Pathogenesis of endometriosis: natural immunity dysfunction or autoimmune disease? Trends Mol Med. 2003; 9(5):223-8. Review.
  • 8
    Viganó P, Lattuada D, Somigliana E, Abbiati A, Candiani M, Di Blasio AM. Variants of the CTLA4 gene that segregate with autoimmune diseases are not associated with endometriosis. Mol Hum Reprod. 2005;11(10):745-9.
  • 9
    Wu J, Katrekar A, Honigberg LA, Smith AM, Conn MT, Tang J, et al. Identification of substrates of human protein-tyrosine phosphatase PTPN22. J Biol Chem. 2006;281(16):11002-10.
  • 10
    Bottini N, Vang T, Cucca F, Mustelin T. Role of PTPN22 in type 1 diabetes and other autoimmune diseases. Semin Immunol. 2006;18(4):207-13. Review.
  • 11
    Bottini N, Musumeci L, Alonso A, Rahmouni S, Nika K, Rostamkhani M, et al. A functional variant of lymphoid tyrosine phosphatase is associated with type I diabetes. Nat Genet. 2004;36(4):337-8.
  • 12
    Vang T, Miletic AV, Bottini N, Mustelin T. Protein tyrosine phosphatase PTPN22 in human autoimmunity. Autoimmunity. 2007;40(6):453-61. Review.
  • 13
    Ammendola M, Bottini N, Pietropolli A, Saccucci P, Gloria-Bottini F. Association between PTPN22 and endometriosis. Fertil Steril. 2008;89(4):993-4.
  • 14
    Płoski R, Dziunycz P, Kostrzewa G, Roszkowski PI, Barcz E, Zabek J, et al. PTPN22/LYP 1858C>T gene polymorphism and susceptibility to endometriosis in a Polish population. J Reprod Immunol. 2009;79(2):196-200.
  • 15
    Gomes FM, Bianco B, Teles JS, Christofolini DM, Souza AM de, Guedes AD, et al. PTPN22 C1858T polymorphism in women with endometriosis. Am J Reprod Immunol. 2010;63(3):227-32.
  • 16
    Gloria-Bottini F, Ammendola M, Saccucci P, Pietropolli A, Magrini A, Bottini E. The association of PTPN22 polymorphism with endometriosis: effect of genetic and clinical factors. Eur J Obstet Gynecol Reprod Biol. 2013; 169(1):60-3.
  • 17
    Wells GS, Shea B, O’Connell D, Peterson J, Welch V, Losos M, et al. The Newcastle-Ottawa Scale (NOS) for assessing the quality of nonrandomised studies in meta-analyses [Internet]. Ontario (CA): Ottawa Hospital Research Institute; 2014 [cited 2016 Oct 25]. Available from: http://www.ohri.ca/programs/clinical_epidemiology/oxford.asp
    » http://www.ohri.ca/programs/clinical_epidemiology/oxford.asp
  • 18
    Mantel N, Haenszel W. Statistical aspects of the analysis of data from retrospective studies of disease. J Natl Cancer Inst. 1959;22(4):719-48.
  • 19
    DerSimonian R, Laird N. Meta-analysis in clinical trials. Control Clin Trials. 1986;7(3):177-88.
  • 20
    Lau J, Ioannidis JP, Schmid CH. Quantitative synthesis in systematic reviews. Ann Intern Med. 1997;127(9):820-6.
  • 21
    Higgins JP, Thompson SG, Deeks JJ, Altman DG. Measuring inconsistency in meta-analyses. BMJ. 2003;327(7414):557-60. Review.
  • 22
    Ioannidis JP, Trikalinos TA. The appropriateness of asymmetry tests for publication bias in meta-analyses: a large survey. CMAJ. 2007;176(8):1091-6.
  • 23
    Egger M, Davey Smith G, Schneider M, Minder C. Bias in meta-analysis detected by a simple, graphical test. BMJ. 1997;315(7109):629-34.
  • 24
    Begg CB, Mazumdar M. Operating characteristics of a rank correlation test for publication bias. Biometrics. 1994;50(4):1088-101.
  • 25
    Abramson JH. WINPEPI (PEPI-for-Windows): computer programs for epidemiologists. Epidemiol Perspect Innov. 2004;1(1):6.
  • 26
    Gregersen PK. Gaining insight into PTPN22 and autoimmunity. Nat Genet. 2005;37(12):1300-2.
  • 27
    Gregersen PK, Lee HS, Batliwalla F, Begovich AB. PTPN22: setting thresholds for autoimmunity. Semin Immunol. 2006;18(4):214-23. Review.
  • 28
    Marson A, Kretschmer K, Frampton GM, Jacobsen ES, Polansky JK, MacIsaac KD, et al. Foxp3 occupancy and regulation of key target genes during T-cell stimulation. Nature. 2007;445(7130):931-5.
  • 29
    Thakkinstian A, McElduff P, D’Este C, Duffy D, Attia J. A method for meta-analysis of molecular association studies. Stat Med. 2005;24(9):1291-306.
  • 30
    Barbosa CP, Souza AM, Bianco B, Christofolini D, Bach FA, Lima GR. Frequency of endometriotic lesions in peritoneum samples from asymptomatic fertile women and correlation with CA125 values. Sao Paulo Med J. 2009;127(6): 342-5.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jan-Mar 2017

Histórico

  • Recebido
    8 Ago 2016
  • Aceito
    28 Out 2016
Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein Avenida Albert Einstein, 627/701 , 05651-901 São Paulo - SP, Tel.: (55 11) 2151 0904 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: revista@einstein.br