RESUMO
Objetivo:
Avaliar resultados e custos associados à cirurgia e à escleroterapia como tratamentos das hidroceles.
Métodos:
Foram tratados consecutivamente para hidrocele em nossa instituição 53 homens, entre dezembro de 2015 e junho de 2019, os quais foram analisados retrospectivamente (39 pela técnica de Jaboulay e 14 por escleroterapia). Todos os prontuários foram revisados, avaliando dados clínicos, achados de ultrassom, dados cirúrgicos e desfechos pós-procedimento. O departamento financeiro do hospital calculou o custo da avaliação ambulatorial, dos exames complementares, dos insumos, dos medicamentos e dos profissionais em todos os procedimentos.
Resultados:
A idade mediana foi semelhante nos dois grupos (58 e 65 anos). Comorbidades foram menos frequentes no Grupo Cirurgia (20; 51%) do que no Grupo Escleroterapia (14; 100%; p<0,05). O tempo mediano de internação hospitalar foi 34,5±16,3 horas para o Grupo Cirurgia e 4 horas para Grupo Escleroterapia. O período médio de seguimento foi semelhante nos dois grupos (85,4±114,8 dias após a cirurgia e 60,9±80,1 dias após escleroterapia; p=0,467). Nenhuma complicação significativa ocorreu nos pacientes. As taxas de sucesso foram de 94,8% após a cirurgia e 92,8% após a escleroterapia. O custo médio por paciente foi de US$2,558.69 para Grupo Cirurgia e US$463.58 para Grupo Escleroterapia (p<0,0001). Os custos relacionados aos procedimentos de tratamento hospitalar foram significativamente maiores para cirurgia em relação à escleroterapia (US$2,219.82±US$1,629.06 versus US$130.64±US$249.60; p<0,0001).
Conclusão:
A escleroterapia é uma excelente opção de tratamento para hidrocele idiopática em comparação com a tradicional Jaboulay. Apresenta alta taxa de sucesso, baixas taxas de complicações e alta rápida, além de os pacientes retornarem mais rapidamente às atividades diárias.
Descritores:
Hidrocele testicular; Escleroterapia; Custo e análise de custo; Análise custo-benefício