RESUMO
Objetivo:
Verificar a adequação na prescrição de concentrado de plaquetas por pediatras em diferentes setores da pediatria de um hospital geral.
Métodos:
Estudo transversal avaliando 218/227 fichas de requisição de concentrado de plaquetas de crianças e adolescentes (zero a 13 anos), de janeiro de 2007 a abril de 2015 pelos pediatras do pronto-socorro, enfermaria e unidade de terapia intensiva. Excluíram-se as requisições em portadores de doenças hematológicas e aquelas sem o número de plaquetas.
Resultados:
Crianças com menos de 12 meses receberam 98 prescrições de concentrado de plaquetas (45,2%). A maioria das transfusões foi profiláticas (165; 79%). Em relação ao local da transfusão, 39 (18%) foram no pronto-socorro, 27 (12,4%) na enfermaria e 151 (69,6%) na unidade de terapia intensiva. O gatilho, o volume prescrito e o subtipo de concentrado de plaquetas foram adequados em 59 (28,2%), 116 (53,5%) e 209 (96,3%) das transfusões, respectivamente. Prescrições para pacientes com hemorragia apresentaram adequação em 42 (95,5%) transfusões, enquanto para crianças sem hemorragia houve adequação em 17 (10,3%) vezes. A inadequação mais comum em relação ao volume foi a prescrição acima da recomendação (95; 43,8%). Foram prescritos oito concentrados de plaquetas sem indicação de solicitação de subtipos.
Conclusão:
Os resultados obtidos nesse estudo mostraram que a prescrição de transfusão de concentrado de plaquetas foi mais adequada em crianças com hemorragia ativa em comparação com a transfusão profilática. Houve tendência à prescrição de volumes elevados e de subtipos de plaquetas, o que não se justifica segundo os protocolos atuais. O ensino da medicina transfusional deve ser mais valorizado na graduação e na residência médica.
Descritores:
Medicina transfusional; Transfusão de plaquetas; Criança; Tratamento de emergência; Hemorragia