Resumo
O presente artigo aborda a construção de personagens não-humanos no romance O manto da noite, de Carola Saavedra, e na narrativa de não-ficção Banzeiro Òkòtó, de Eliane Brum. A partir da ideia, levantada por Carola Saavedra em seu livro O mundo desdobrável: ensaios para depois do fim, de que ainda há muitas histórias para se contar, analisamos como esses dois livros constituem aquilo que Carola chama de “permatexto” e o que Ursula K. le Guin chama de teoria do cesto. Em outras palavras, pretendemos mostrar que, ao sair de um determinado modelo de linguagem e de narrativa, e inaugurando outro, mais expandido, mais feminino e em diálogo com outras espécies, a literatura se renova e funda um diálogo com as vozes que, ao longo dos séculos, foram constantemente silenciadas.
Palavras-chave:
personagens não-humanos; permatexto; teoria do cesto; Carola Saavedra; Eliane Brum