Resumo
Este artigo analisa o poema “Farol da Barra” tendo como base a teoria de experiência estética de Jauss (1994JAUSS, Hans Robert (1994). A história da literatura como provocações à teoria literária. Tradução de Sérgio Tellaroli. São Paulo: Ática.). Também trazemos para a discussão as propostas teóricas de Figurelli (1988FIGURELLI, Roberto (1988). Hans Robert Jauss e a Estética da Recepção. Revista Letras, Curitiba, n. 37, p. 265-285.), Zilberman (1989ZILBERMAN, Regina (1989). Estética da recepção e história da literatura. São Paulo: Ática .), entre outros. A partir de um método de análise qualitativa, com a finalidade de legitimar a produção literária de e para pessoas surdas, propomos uma analogia entre as ideias defendidas pela estética da recepção, mormente partindo das propostas de Jauss, e as ideias evidenciadas pelo poema surdo “Farol da Barra”, criado por, Maurício Barreto, poeta surdo de Salvador/BA. Nesse sentido, concluímos que, assim como a literatura de não surdos, a literatura surda pode ser analisada e percebida conceitualmente pelo observador (leitor), além de possibilitar ao autor surdo construir fruição estética inerente à poesia em língua brasileira de sinais (Libras), de acordo com as três concepções de experiências fundamentais de Jauss (1994JAUSS, Hans Robert (1994). A história da literatura como provocações à teoria literária. Tradução de Sérgio Tellaroli. São Paulo: Ática.), que são poiesis, aisthesis e katharsis.
Palavras-chave:
estética da recepção; literatura surda; Jauss