Resumo
Tomando como objeto central os poemas compilados em A fábrica do feminino, de Paula Glenadel (2008)GLENADEL, Paula (2008). A fábrica do feminino. Rio de Janeiro: 7Letras., e o romance Como se estivéssemos em palimpsesto de putas, de Elvira Vigna (2016)VIGNA, Elvira (2016). Como se estivéssemos em palimpsesto de putas. São Paulo: Companhia das Letras., mas recorrendo igualmente a outras obras das autoras, o artigo questiona o que neles se guarda sobre a possibilidade de nascimento do novo. Parte, então, da discussão de Walter Benjamin rubricada sob o conceito de agoridade (Jetztzeit) e investiga a relação entre androginia e natalidade como ruptura com a vida orgânica (Zoé), e a aposta que as autoras fazem na vida simbólica (Bíos) como possibilidade da política. Seria a androginia — a diluição da diferença entre o masculino e o feminino, mas sobretudo entre o Outro e o Eu —, buscamos sustentar, a aposta que suas literaturas mimetizam como alternativa à instrumentalidade da política contemporânea.
Palavras-chave:
Paula Glenadel; Elvira Vigna; natalidade; androginia; agoridade