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Open-access Memória organizacional: uma revisão integrativa dos últimos 10 anos de pesquisas (2015-2024)

Organizational memory: an integrative review of the last 10 years of research (2015-2024)

Resumo:

Este artigo apresenta uma revisão integrativa da literatura sobre Memória Organizacional, sintetizando as contribuições teóricas e práticas, e as sugestões de pesquisas futuras dos estudos publicados nos últimos dez anos (2015-2024). O objetivo é mapear o panorama da produção científica sobre Memória Organizacional. Esta revisão integrativa utilizou a análise temática para avaliar e sintetizar as evidências. Os resultados destacam a importância da Memória Organizacional como um recurso estratégico para a gestão do conhecimento, influenciando diretamente o desempenho e a competitividade das organizações. Também foram identificados fatores de sucesso e os desafios para a implantação. E a agenda de pesquisas futuras sugere a necessidade de aplicação de diferentes metodologias de pesquisa, em contextos diversos e utilização de Inteligência Artificial para aprimorar a captura, o armazenamento e a recuperação de memórias organizacionais, com potencial para contribuir para a definição de estratégicas.

Palavras-chave:
memória organizacional; revisão integrativa; gestão do conhecimento

Abstract:

This article presents an integrative review of the literature on Organizational Memory, synthesizing theoretical and practical contributions, as well as suggestions for future research from studies published in the last teen years (2015-2024). The objective is to map the landscape of scientific production on Organizational Memory. For the integrative review, thematic analysis was used to evaluate and synthesize the evidence. The results highlight the importance of Organizational Memory as a strategic resource for knowledge management, directly influencing the performance and competitiveness of organizations. The analyses also identified success factors and challenges for implementation. The findings suggest further research on outcomes, the application of different research methodologies in various contexts, and the use of Artificial Intelligence to enhance the capture, storage, and retrieval of organizational memories, with the potential to contribute to the definition of strategies.

Keywords:
organizational memory; integrative review; knowledge management

1 Introdução

O conhecimento tem se consolidado, cada vez mais, como fonte de vantagem competitiva e diferenciação frente à concorrência (Damian; Cabero, 2020 a ), sendo considerado o fator de produção mais importante da atualidade (Grant, 1996; Santos; Rados, 2020). No entanto, o que diferencia as organizações é a forma como o conhecimento é compartilhado (Freire et al., 2012). Reconhecê-lo como um recurso estratégico e gerenciá-lo adequadamente tornou-se uma condição sine qua non para as organizações (Damian; Cabero, 2020a).

Nesse sentido, o conhecimento pode ser entendido como aquilo que se sabe, somado aos insights e às intuições construídas a partir da memória (Freire et al., 2012), mas é um conceito com diferentes interpretações no mundo acadêmico. Para esta pesquisa, adota-se a definição de conhecimento como conteúdo ou processo efetivado por agentes humanos ou artificiais em atividades que visam gerar valor científico, tecnológico, econômico, social e cultural (Pacheco, 2016).

Outrossim, em todo tipo de organização há produção de conhecimento, mas sua eficácia depende da capacidade de transformá-lo em ação (Molina; Valentim, 2015). Assim, insere-se a Memória Organizacional (MO), uma metáfora organizacional (Stein, 1995) usada para explicar o registro, a manutenção e o uso de informações do passado nas atividades atuais da organização (Stein, 1995; Versiani et al., 2024; Walsh; Ungson, 1991), embora ainda haja fragmentação da literatura sobre o tema (Steil; Santos, 2012).

Portanto, por meio da revisão integrativa da literatura, este estudo busca sintetizar os principais pontos discutidos pela comunidade acadêmica (Chueke; Amatucci, 2022). O presente artigo pretende, assim, identificar o panorama da produção científica sobre MO dos últimos dez anos e busca: (i) investigar os avanços teóricos e as contribuições práticas apontados pela literatura; e (ii) mapear as sugestões de pesquisas futuras indicadas, visando à construção de uma agenda de pesquisa.

2 Memória organizacional

Stein (1995, p. 22) apresenta uma definição funcional para MO, como “[...] o meio pelo qual o conhecimento do passado é aplicado nas atividades presentes [...]”. Já Walsh e Ungson (1991, p. 61) definem MO com “[...] informações armazenadas na história organizacional, que podem ser recuperadas para apoiar decisões no presente”.

Apesar de não haver consenso sobre a definição de MO (Neves; Cerdeira, 2018), por ser objeto de estudo de diversas áreas (Santos; Valentim, 2021; Steil; Santos, 2012), a MO pode ser considerada uma espécie de repositório, no qual são armazenados conhecimentos e experiências com o objetivo de reutilização (Freire et al., 2012; Versiani et al., 2024). A MO pode ser entendida como “[...] informações guardadas que contam a história dos processos organizacionais que podem ser lembradas e utilizadas em futuras operações” (Freire et al., 2012, p. 44). A MO serve de base para evitar a perda do conhecimento, responder dúvidas, fornecer informações sobre o contexto da organização, auxiliar na execução de tarefas e atividades, tomar decisões, repetir experiência que deram certo e evitar erros e retrabalho (Freire et al., 2012).

Ademais, a definição de MO traz em si uma classificação relacionada ao conteúdo da memória (‘conhecimento do passado’) e aos processos da MO (‘os meios pelos quais o conhecimento do passado é aplicado nas atividades presentes’) (Stein, 1995).

A memória pode ser analisada em relação aos processos e ao conteúdo. Os processos que compõem a MO são (Stein, 1995; Walsh; Ungson, 1991): aquisição - que trata do registro, captura, coleta de conhecimentos; retenção - local onde se armazena o conhecimento, são os repositórios; e, recuperação - quando os conhecimentos do passado são usados na execução de tarefas, ou analogias a decisões anteriores. Já o conteúdo ou produto da memória representa a soma dos conhecimentos existentes na organização e os adquiridos por ela, as experiências vividas (Steil; Santos, 2012; Stein, 1995). “A memória organizacional consiste no amplo conceito de lembrança, registro” (Arasaki; Steil; Santos, 2017).

Nesse sentido, Walsh e Ungson (1991) citam que a memória pode ser retida em seis lugares: indivíduos, cultura, transformações, estruturas, ecologia e arquivos. Pois ela não é armazenada em um único local, mas pode ser distribuída em diferentes partes da organização (Walsh; Ungson, 1991), e esses sistemas “[...] são conjuntos de dispositivos de retenção de conhecimento” (Arasaki; Steil; Santos, 2017, p. 2).

Ainda, os sistemas de memória podem ser caracterizados de acordo com (Arasaki; Steil; Santos, 2017): o conteúdo - relacionado ao tipo de conhecimento que retêm, podendo ser tácito ou explícito; declarativo ou procedural; a estrutura -relacionada à organização do conhecimento quanto à localização, seja centralizada ou dispersa, e quanto ao índice, ou seja, onde o conhecimento está; e os processos - como coleta, manutenção, acesso.

3 Percurso metodológico

Esta pesquisa, de abordagem qualitativa, descritiva e com corte transversal, utilizou o método de revisão integrativa (Chueke; Amatucci, 2022) e análise temática (Braun; Clarke, 2012) para avaliar e sintetizar evidências sobre a MO, permitindo novas perspectivas (Callahan, 2010) e uma compreensão abrangente (Botelho; Cunha; Macedo, 2011).

Para tanto, foram realizadas buscas, em maio de 2024, nas bases SPELL, Web of Science (WoS) e Scopus, com os descritores “memória organizacional” (Spell) e “organizational memory” (WoS e Scopus). Essas bases foram escolhidas por sua abrangência e alto número de periódicos indexados, apesar da sobreposição entre elas (Singh et al., 2021).

Os critérios para inclusão foram: (i) presença do termo no título; (ii) publicação entre 2015 e 2024; e (iii) publicado em periódico. A busca inicial retornou 97 (noventa e sete) pesquisas, das quais 23 (vinte e três) foram excluídas por duplicidade.

Como critérios de exclusão foram elencados: (i) publicação anterior a 2015; (ii) publicação em eventos e outros formatos; e (iii) artigos não disponíveis na íntegra. Após essa triagem, restaram 58 (cinquenta e oito) artigos para análise. Na etapa de elegibilidade, foram lidos títulos, palavras-chave e resumos, sem exclusões. Por fim, a leitura integral dos textos resultou na exclusão de 15 (quinze) artigos por falta de aderência ao tema (Figura 1):

Figura 1 -
Processo de identificação, triagem, elegibilidade e inclusão dos artigos

Após as etapas de identificação, triagem, elegibilidade e inclusão foram selecionadas 43 (quarenta e três) pesquisas para a revisão integrativa. As pesquisas selecionadas são listadas no Quadro 1:

Quadro 1 -
Publicações utilizadas como base para esta revisão integrativa

Para a coleta dos dados, foi utilizada a matriz de síntese, “[...] que permite ao pesquisador classificar e categorizar os diferentes argumentos” (Ingram et al., 2006, p. 1). A matriz de síntese foi preenchida por ambas as pesquisadoras, coletando contribuições teóricas e práticas, e as sugestões de pesquisa futura. Após a coleta, os dados foram unificados para reduzir o viés do pesquisador (Page et al., 2023).

Para a análise dos resultados, foi utilizada a análise temática (AT) (Braun; Clarke, 2012, p. 57) que permite “[...] identificar, organizar e oferecer sistematicamente insights sobre padrões de significado (temas) em um conjunto de dados”. A técnica segue um processo estruturado de seis fases, (Braun; Clarke, 2012), iniciando com a leitura das pesquisas e a coleta dos resultados indicados em cada pesquisa, a fim de haver familiarização com os temas. Após, foi realizada nova leitura dos resultados coletados, a fim de gerar os códigos iniciais. Após a geração dos códigos, utilizando-se da matriz de síntese, os dados foram distribuídos por temas e realizada a revisão, a definição e a nomeação dos temas. Por fim, foi escrito o relatório final. O quantitativo de pesquisas por categoria consta na Tabela 1:

Tabela 1 -
Quantitativo de pesquisas por categoria

4 Apresentação e discussão dos resultados

Dos 43 (quarenta e três) artigos selecionados, houve publicações em todos os anos analisados com maior incidência em 2021 (n=9), abrangendo pesquisa teórica (n=14) e aplicada (n=29), com prevalência de pesquisas qualitativas (n=33). Os estudos foram aplicados em diferentes setores, como organizações públicas, instituições de ensino, instituições bancárias, museus, bibliotecas e outros. E, foram realizadas em diversos países: Alemanha, Austrália, Brasil, China, Espanha, Estados Unidos da América, Inglaterra, Irã, Iraque, Jordânia, Polônia e Nigéria.

4.1 Avanços teóricos

Os avanços teóricos apresentados nas pesquisas selecionadas foram distribuídos em sete categorias temáticas. Elas abordam a MO sob o ponto de vista (i) do desempenho, (ii) da gestão, (iii) dos fatores ambientais, (iv) dos processos sociais, (v) da cultura organizacional, (vi) da inovação e (vii) dos desafios e riscos associados à MO (Figura 2).

Figura 2 -
Resumo das categorias de análise sobre os avanços teóricos

A primeira categoria analisa a influência da MO no desempenho organizacional, pois a MO impacta positivamente aspectos como aprendizado, inovação, tomada de decisões, competitividade, retenção de talentos, qualidade operacional e sustentabilidade. Sua integração com a Gestão do Conhecimento (GC) potencializa esses benefícios, aprimorando a aplicação do conhecimento adquirido, evitando mal-entendidos, suposições erradas e a repetição de erros (Cegarra-Navarro; Martelo-Landrogues, 2020; Damian; Cabero, 2020 a ; Feiz et al., 2017). Ainda, a MO facilita o aproveitamento de experiências adquiridas (Feiz et al., 2017), orienta ações futuras (Molina; Valentim, 2015), estimula a inovação e impacta a satisfação dos clientes (Chen; Yao; Zhou, 2021; Kmieciak, 2019).

Além disso, contribui para o aprimoramento do desempenho organizacional em diversos aspectos, como inovação e qualidade operacional: influencia as estratégias competitivas e a eficácia global, gerando vantagem competitiva (Al Omari; Maraqa; Al-Jarrah, 2019; Nascimento et al., 2016; Yu et al., 2021); orienta ações de marketing baseadas em tradição (Granja; Santos, 2016); favorece a retenção de talentos (Hussein; Taher; Hameed, 2021; Uzochukwu; Uchenna, 2019); medeia a relação entre captura de conhecimento e aprendizagem (Correia-Lima; Rigo; Santos, 2016; Odeh; Ammar; Tareq, 2021); apoia o estabelecimento de ações futuras baseadas em análises de ações passadas (Molina; Valentim, 2015); melhora a qualidade e relevância dos dados e operações (Muskat; Deery, 2017); e apoia modelos de negócios voltados à qualidade sustentável (Sulatopo; Manongga; Nugraha, 2022).

A segunda categoria analisa a gestão da MO, processo crucial para capturar, armazenar, compartilhar e utilizar o conhecimento e as experiências da organização, impulsionando o aprendizado, a inovação, a competitividade e o sucesso a longo prazo. A MO pode ser analisada como antecedente (fatores que a influenciam) e consequente (resultados que ela gera). Foram identificados sete antecedentes:

  1. capacidade e componentes da GC - aquisição, conversão, aplicação e proteção de conhecimento (Adobor; Kudonoo; Daneshfar, 2019; Damian; Cabero, 2020 a ; Feiz; Soltani; Farsizadeh, 2019); GC orientada à MO, baseada no modelo de Nonaka e Takeuchi, favorece sua implantação (Damian; Cabero, 2020b); e sistemas de apoiam sua estruturação (Nonato; Perez, 2018);

  2. processos de armazenamento e captura - essencial para formação e preservação da MO (Feitoza; Duarte, 2021). Fluxogramas, procedimentos operacionais padrão e fichas de registro contribuem para tornar o conhecimento explícito e consultável (Almeida; Vitoriano, 2020);

  3. padronização e práticas institucionais - práticas institucionais podem padronizar a MO, embora nem sempre sejam adotadas (Lahiri; Bhandarker; Behrens, 2021); processos materiais com componentes espaciais ou corporificados são relevantes (Eisenman; Frenkel, 2021);

  4. fatores humanos - o nível educacional e a retenção dos colaboradores afetam a MO, sendo essenciais o compartilhamento e a cultura de aprendizagem (Damian; Cabero, 2020 c ; Hussein; Taher; Hameed, 2021), se inadequações dificultam a implantação (Berg; Grüttner; Baker, 2023);

  5. liderança - pode facilitar o processo de MO (Damian; Cabero, 2020 c ); agentes integradores que envolvem líderes são fundamentais (Pereira et al., 2016);

  6. reconhecimento do passado - essencial para construir o presente e projetar o futuro (Perdigão et al., 2015).

A MO, sob a perspectiva dos consequentes, gera benefícios como:

  1. facilitação de procedimentos e aprendizagem - mecanismo gerencial que facilita procedimentos organizacionais e auxilia na aprendizagem de valores e práticas por novos colaboradores (Correia-Lima; Rigo; Santos, 2016);

  2. preservação e utilização do conhecimento - garante e resguarda o conhecimento criado durante a vida da organização, representa a história organizacional e preserva o registro de suas ações, serve como referência para a manutenção dos valores e auxilia na projeção de estratégias (Jacques et al., 2021; Molina; Valentim, 2015; Nascimento et al., 2016);

  3. suporte à tomada de decisão - auxilia em decisões rotineiras e estratégicas e proporciona maior efetividade organizacional (Jacques et al., 2021; Molina; Valentim, 2015; Nascimento et al., 2016);

  4. estruturação e reutilização do conhecimento - a MO baseada em Tecnologia da Informação é relevante para estruturação, reutilização e processamento do conhecimento organizacional (Martín; Diván, 2017);

  5. melhoria da aprendizagem organizacional - a captura do conhecimento é vital para aprimorar a aprendizagem organizacional e a partilha do conhecimento é relevante para a preservação da memória (Feiz; Soltani; Farsizadeh, 2019; Neves; Cerdeira, 2018; Odeh; Ammar; Tareq, 2021).

A terceira categoria examina a relação da MO com fatores ambientais:

  1. estabilidade em ambientes turbulentos - bem gerenciada, a MO promove estabilidade em ambientes instáveis e durante períodos de turbulência e mudanças ambientais (Feiz; Soltani; Farsizadeh, 2019; Lee; Kim; Joshi, 2017);

  2. facilita o aprendizado e a adaptação às mudanças tecnológicas e sociais, promovendo aprendizado organizacional em face de transformações externas (Feiz et al., 2017; Lee; Kim; Joshi, 2017);

  3. interação bidirecional com o ambiente externo - a MO é influenciada por experiências externas e aprendizagem e, por sua vez, influencia o meio ao estimular mudanças, fortalecer aspectos sociopolíticos e embasar decisões (Correia-Lima; Rigo; Santos, 2016).

A MO, enquanto processo social, é um processo dinâmico e socialmente construído, influenciada por narrativas, indivíduos, cultura e relações profissionais, contribuindo para o aprendizado e a tomada de decisões. Trata-se de um processo cíclico, mutável e performativo, criado e recriado por meio da ação e das interações profissionais (Correia-Lima; Rigo; Santos, 2016; Eisenman; Frenkel, 2021; Santarém; Vitoriano, 2016; Santos; Valentim, 2021).

A MO reside majoritariamente nos indivíduos, é transmitida pelas relações sociais e moldada pelas interações e experiências pessoais (Sen; Arun; Okun, 2023). Também é influenciada por práticas sociais, como eventos passados, experiências dos indivíduos, atuação de membros seniores, narrativas, confiança nos sistemas de informação, incentivo da gestão e colaboração entre colegas (Blagoev; Felten; Kahn, 2018; Odeh; Ammar; Tareq, 2021; Perdigão et al., 2015).

A quinta categoria temática analisou a relação entre MO e cultura organizacional, pois quando valorizada como patrimônio e moldada pela cultura, preserva a identidade da organização, influencia a vida organizacional e impacta a cultura, criando um ciclo de mútua influência. A MO preserva e constitui a identidade organizacional (Correia-Lima; Rigo; Santos, 2016; Eisenman; Frenkel, 2021), moldando a cultura da organização (Kameo, 2017). Além disso, aspectos da cultura organizacional definem o quê, quando e por que o conhecimento deve ser armazenado (Sen; Arun; Okun, 2023), sendo a cultura um dos fatores mais impactantes na MO (Lahiri; Bhandarker; Behrens, 2021).

A MO afeta a inovação, sexta categoria, ao armazenar e combinar conhecimento interno e externo e facilitar o aprendizado, a criatividade e a inovação, impulsionando o sucesso da empresa. Bases de dados com memória acessível favorecem a inovação (Kmieciak, 2019). A MO também aprimora a capacidade absortiva estimulando o desenvolvimento de novos produtos (Lee; Kim; Joshi, 2017), e atua como mediadora entre a Gestão da Qualidade Total e a inovação de processos (Lee; Ooi, 2015).

Por fim, os desafios e riscos da MO incluem perda de conhecimento por falta de registro, propagação de informações incorretas e dificuldade de integração de sistemas, exigindo curadoria cuidadosa. O esquecimento é considerado intrínseco à memória e decorre da decisão de não registrar ou da ausência de conhecimento sobre o que registrar (Almeida; Vitoriano, 2020). A MO pode ser usada negativamente, como na propagação de rumores, fofocas e crenças inadequadas (Cegarra-Navarro; Martelo-Landrogues, 2020), alta rotatividade e precarização de pessoal e hipercompetição (Berg; Grüttner; Baker, 2023). Outrossim, os sistemas de informação, que favorecem soluções simplistas, podem comprometer a recuperação da memória (Nonato; Perez, 2018).

Em síntese, a MO, enquanto processo dinâmico e social, quando bem gerenciada, contribui para o desempenho e a inovação. É influenciada pela cultura organizacional e por fatores ambientais, e embora traga benefícios, também apresenta desafios e riscos.

4.2 Contribuições práticas para as organizações

As contribuições relacionadas à prática das organizações foram organizadas em cinco categorias: desenvolvimento e implementação, fatores de sucesso, desafios, benefícios e o papel da MO na tomada de decisões (Figura 3). As categorias identificadas abordam fatores importantes que devem ser considerados para o desenvolvimento e a implantação da MO.

Figura 3 -
Resumo das categorias de análise sobre contribuições práticas para as organizações

Na primeira categoria, destacam-se as contribuições para o desenvolvimento e a implementação da MO, que requer um processo estratégico e contínuo de captura, armazenamento, compartilhamento e uso do conhecimento e das experiências, promovendo aprendizado, inovação e competitividade a longo prazo. Sua construção exige capacidades específicas e recursos que vão desde infraestrutura básica de Tecnologia da Informação (TI) até ferramentas mais sofisticadas (Adobor; Kudonoo; Daneshfar, 2019; Damian; Cabero, 2020b). Em agências governamentais, a MO deve integrar os esforços de melhoria da eficiência pública (Adobor; Kudonoo; Daneshfar, 2019).

Para a implantação da MO, alguns elementos são essenciais: a ficha de registro otimiza e padroniza o registro da construção da memória (Almeida; Vitoriano, 2020); ligações intrainstitucionais mais fortes aumentam o armazenamento e as redes de transferência de conhecimento (Berg; Grüttner; Baker, 2023); e a criação de procedimento de reuso de dados e informações (Bernardino; Strauhs, 2024). Recomenda-se adotar modelo conceitual com objetivos definidos (Santarém; Vitoriano, 2016), framework prévio (Silva et al., 2018) e um sistema de informações baseado na MO para apoiar o registro e o armazenamento (Sulatopo; Manongga; Nugraha, 2022).

Para a adequada gestão da MO, as informações devem ser corretamente armazenadas para facilitar a recuperação e a reutilização de informações úteis (Damian; Cabero, 2020 a ; Feiz et al., 2017). Já a preservação da MO, é facilitada por uma adequada classificação de documentos, do registro, da publicação e pela gestão adequada da informação (Nascimento et al., 2016; Molina; Valentim, 2015). Por fim, é relevante o compartilhamento das informações (Muskat; Deery, 2017) para o ciclo de gestão da MO, sendo o apoio da liderança necessário para aumentar a confiança e a troca de conhecimento (Feiz; Soltani; Farsizadeh, 2019).

Na segunda categoria, são abordados os fatores de sucesso na implantação e uso da MO, que dependem de uma abordagem abrangente combinando pessoas, cultura, tecnologia, liderança, processos, infraestrutura e recursos, impulsionando a inovação, o aprendizado e a competitividade da organização. Os fatores de sucesso na implantação da MO podem ser analisados sob três perspectivas:

  1. pessoas - retenção de colaboradores para manutenção da MO (Hussein; Taher; Hameed, 2021), os quais devem ter amplo acesso às bases de dados (Kmieciak, 2019), estarem comprometidos e serem qualificados (Uzochukwu; Uchenna, 2019) e devem atuar de forma integrada com todas as áreas da empresa (Muskat; Deery, 2017);

  2. gestão da MO - construção de bases de dados adequadas (Kmieciak, 2019), atualização e compartilhamento do conhecimento (Feiz; Soltani; Farsizadeh, 2019; Uzochukwu; Uchenna, 2019); uso de sistemas de Gestão da Qualidade Total que potencializa a capacidade de armazenar e recuperar (Lee; Ooi, 2015); e a implantação da MO com Arquitetura de Processamento Baseada em Metadados de Medição (PAbMM) pode beneficiar o poder de processamento, principalmente quando suportada por Big Data (Martín; Diván, 2017);

  3. fatores internos - cultura organizacional, apoio da gestão, da alta administração e liderança (Feiz; Soltani; Farsizadeh, 2019; Damian; Cabero, 2020c; Lahiri; Bhandarker; Behrens, 2021), tecnologia e infraestrutura de TI (Adobor; Kudonoo; Daneshfar, 2019; Damian; Cabero, 2020c), infraestrutura adequada, recursos, processos e estratégia (Damian; Cabero, 2020c), e a construção de fichas para registro da MO (Almeida; Vitoriano, 2020).

Na terceira categoria temática são identificados os principais desafios da MO, tanto na coleta/registro/armazenamento quanto no uso da informação. Os obstáculos incluem a falta de infraestrutura, cultura inadequada, fragmentação de sistemas e desvalorização do conhecimento, dificultando seu desenvolvimento e utilização eficaz. Sob o aspecto da coleta/registro/armazenamento, os desafios citados são: informações disponíveis de forma não estruturada (Bernardino; Strauhs, 2024; Molina; Valentim, 2015) e/ou dispersa (Feiz et al., 2017); utilização das ferramentas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) aquém das suas potencialidades (Damian; Cabero; 2020 c ) ou mesmo a falta de repositórios (Kmieciak, 2019), havendo, por vezes, diversos sistemas fracamente integrados, que funcionam como extensões de memória (Nonato; Perez, 2018); falta de padronização de documentos (Molina; Valentim, 2015); baixo índice de ações de registro de dados, ocasionando perda de conhecimento pelo não registro (Bernardino; Strauhs, 2024; Pereira et al., 2016).

Quanto ao uso da informação, os desafios envolvem: inexistência da reutilização dos dados e informações armazenados (Bernardino; Strauhs, 2024), por vezes devido à falta de reconhecimento da sua eficácia e benefícios (Lee; Kim; Joshi, 2017); necessidade de neutralizar o uso indevido do contra-conhecimento (rumores, fofocas e crenças inadequada) (Cegarra-Navarro; Martelo-Landrogues, 2020); e identificar formas de utilização da Inteligência Artificial (IA) na recuperação do conhecimento (Alstete; Meyer, 2020).

Os benefícios da utilização da MO formam a quarta categoria temática, pois quando bem utilizada, impulsiona a competitividade, o aprendizado, a inovação e a tomada de decisões, fortalecendo a identidade e o valor da organização. A MO estimula atividades de aprendizagem (Lee; Kim; Joshi, 2017), facilita a localização e o acesso ao conhecimento com maior rapidez e eficácia (Molina; Valentim, 2015), evita perdas de conhecimento e melhora a socialização das informações (Santarém; Vitoriano, 2016). A MO pode apoiar projeção de estratégias futuras (Jacques et al., 2021), devido ao valor da informação (Santos; Valentim, 2021) e por ter um papel significativo e influente na determinação das estratégias competitivas da empresa (Al Omari; Maraqa; Al-Jarrah, 2019), pois auxilia na compreensão do cotidiano organizacional (Perdigão et al., 2015). Ainda, a MO pode ser altamente valiosa e difícil de imitar, criando barreiras significativas contra a concorrência (Yu et al., 2021) e quando integrada à IA pode ser usada para preencher colunas na MO (Alstete; Meyer, 2020).

Por fim, na quinta categoria temática, são exploradas as contribuições da MO para a tomada de decisão, pois ao armazenar e combinar conhecimentos do passado com demandas atuais, a MO favorece decisões mais estratégicas, inovadoras e eficazes, impulsionando o sucesso da organização. A MO possibilita conciliar interpretações e atribuir um papel mais ativo aos objetos materiais na lembrança organizacional (Blagoev; Felten; Kahn, 2018), bem como, resgatar conquistas passadas para estimular novas ações (Correia-Lima; Rigo; Santos, 2016). Pode ser utilizada como ferramenta de marketing, possibilitando fortalecer vínculos com consumido e reconstruir a identidade organizacional (Feitoza; Duarte, 2021). Para isso, é necessário que os membros reflitam sobre as ações tomadas (Yu et al., 2021) e sobre os fluxos da informação que levam a formação da MO, possibilitando decisões mais consistentes, confiáveis e fidedignas (Nascimento et al., 2016) e auxiliando na resolução de problemas (Feiz et al., 2017; Feiz; Soltani; Farsizadeh, 2019).

Em resumo, a MO configura-se como um pilar importante para as empresas, proporcionando diversas contribuições à prática organizacional. Sua identificação e aplicação permitem a construção de uma identidade sólida, proporcionando um futuro promissor e sustentável para as organizações.

4.3 Agenda de pesquisa

Por fim, a análise dos artigos revela diversas oportunidades para pesquisas futuras, categorizadas em sete temas: MO e desempenho organizacional; fatores que influenciam a MO; dimensões e processos da MO; MO em diferentes contextos; metodologias de pesquisa em MO; o papel da IA na MO; MO e mudança organizacional, cultura, sustentabilidade, estratégia (Figura 4):

Figura 4 -
Resumo das categorias de análise acerca da agenda de pesquisa

As propostas ligadas à MO e ao desempenho refletem a tendência de conectá-la a práticas que promovem desempenho e resiliência, como: uso da MO por agências públicas e seu impacto no setor público (Adobor; Kudonoo; Daneshfar, 2019); explorar as dimensões da MO, como processos, justificativas, restrições e estratégias, e seu impacto no desempenho organizacional (Al Omari; Maraqa; Al-Jarrah, 2019); analisar a gestão de dados voltada à governança e sustentabilidade (Bernardino; Strauhs, 2024); investigar como o envolvimento das empresas com fontes externas e a diversidade do conhecimento externo podem afetar os resultados organizacionais (Chen; Yao; Zhou, 2021); explorar como os Sistemas de Informação e a MO interagem para prover resiliência às organizações (Muskat; Deery, 2017); e estudos sobre o cotidiano organizacional (Perdigão et al., 2015).

Em relação aos fatores que influenciam a MO, destacam-se: memórias negativas, concorrência, situação financeira, marketing, mudança na gestão e aprendizagem (Issa et al., 2023); gestão de memórias negativas em clubes esportivos (frustrações e derrotas) (Granja; Santos, 2016); criação de MO em processos de aquisição organizacional (Lahiri; Bhandarker; Behrens, 2021); e explorar a interação entre aprendizagem e MO (Yu et al., 2021).

A terceira categoria analisa as dimensões e processos da MO, como aquisição, retenção e recuperação do conhecimento (Walsh; Ungson, 1991): como a lembrança organizacional faz a mediação entre o passado, o presente e o futuro (Blagoev; Felten; Kahn, 2018); como novos funcionários se apropriam da história e as formas de participação e organização social existentes (Correia-Lima; Rigo; Santos, 2016); como empresas com altas taxas de rotatividade de funcionários, utilizam os Sistemas de Informação para a MO (Nonato; Perez, 2018); explorar as circunstâncias sob as quais o surgimento de comunidades mnemônicas podem ser controladas pela organização ou crescer naturalmente (Eisenman; Frenkel, 2021); como novas organizações criam MO (Lahiri; Bhandarker; Behrens, 2021); explorar sobre a transferência de conhecimento (Muskat; Deevy, 2017); examinar as diversas dimensões da MO, incluindo processos, justificativas, restrições e estratégias (Al Omari; Maraqa; Al-Jarrah, 2019); como a criação de políticas mais consistentes para a eficiência dos processos mantém a MO atualizada (Feitoza; Duarte, 2021); e, como a implementação de tecnologias, com inteligência artificial, pode integrar melhor as camadas da MO, capturando, preservando e aplicando memória de forma mais eficaz (Alstete; Meyer, 2020).

A próxima categoria enfatiza a necessidade de diversificar, em pesquisas futuras, as metodologias empregadas e a utilização de diferentes métodos de coleta e de análise de dados com uso de abordagens quantitativas (Jacques et al., 2021; Muskat; Deery, 2017; Nonato; Perez, 2018); utilização de métodos diversos de coleta de dados, como múltiplos entrevistados (Cegarra-Navarro; Martelo-Landrogues, 2020; Feiz; Soltani; Farsizadeh, 2019; Kmieciak, 2019) e múltiplas fontes (Sen; Arun; Okun, 2023); levantamentos e pesquisas mais detalhadas com testes estatísticos, para validar os resultados (Lee; Ooi, 2015); desenvolvimento de framework (Silva et al., 2018); estudos teóricos sobre preservação do conhecimento na Ciência da Informação (Feitoza; Duarte, 2021); promover discussões críticas sobre as concepções de memória que sustentam a MO (Santos; Valentim, 2021); e estudos longitudinais para observar como mudanças na cultura afetam a MO, inovação e satisfação do cliente (Kmieciak, 2019).

A aplicação da MO em diferentes contextos compõe a quinta categoria da agenda de pesquisa, propondo explorar uma variedade de setores e localidades, ampliando o escopo das pesquisas realizadas, como: a necessidade de futuros estudos internacionais em países distintos da pesquisa original (Cegarra-Navarro; Martelo-Landrogues, 2020; Foroughi et al., 2020; Yu et al., 2021) e em outras regiões do Brasil (Jacques et al., 2021). Do ponto de vista das formas organizacionais foram citadas a necessidade de pesquisas: em outras instituições públicas e privadas (Feitoza; Duarte, 2021); analisar como outras organizações sociais atuam na construção da identidade local e como se manifesta a MO neste processo (Correia-Lima; Rigo; Santos, 2016); estudos comparativos transnacionais, pois a pesquisa foi restrita a pequenas e médias empresas da Polônia (Kmieciak, 2019); em multinacionais ou em joint ventures para entender como agregar valor ao uso estratégico da MO em mercado de rápida evolução e de muitos desafios (Lahiri; Bhandarker; Behrens, 2021); sobre como as agências públicas se baseiam na MO ao longo do tempo (Adobor; Kudonoo; Daneshfar, 2019); em outras faculdades (Feiz; Soltani; Farsizadeh, 2019; Odeh; Ammar; Tareq, 2021; Pereira et al., 2016); e, mais pesquisas na área da Ciência da Informação que abordem a GC e a MO (Damian; Cabero, 2020 a ; 2020b; 2020c).

A sexta categoria aponta o papel promissor da inteligência artificial na MO, sugerindo: investigar seu impacto em diferentes setores e camadas, garantindo integridade da memória aprimorada por IA; explorar a implementação de tecnologia habilitada para IA para capturar, preservar e aplicar a MO de maneira eficiente (Alstete; Meyer, 2020); e analisar a utilização de técnicas de IA para evolução das políticas de implementação da Garantia de Qualidade Interna (IQA), baseada em MO (Sulatopo; Manongga; Nugraha, 2022).

Por fim, a última categoria da agenda de pesquisa refere-se à MO e fatores organizacionais, propondo: investigar sua contribuição na Gestão de Mudanças (Foroughi et al., 2020; Nonato; Perez, 2018); aprofundar as dinâmicas da MO, como cultura e estratégia organizacional, e a análise de modelos participativos da Administração Pública (Bernardino; Strauhs, 2024); estabelecer ligações com outros campos relacionados, como a dinâmica de rotina, a estratégia como prática ou a teoria institucional (Blagoev; Felten; Kahn, 2018).

A agenda de pesquisa sobre MO abrange múltiplas áreas, visando compreender os fatores que a influenciam, seus processos e dimensões, e seu impacto no desempenho organizacional. Estudos futuros que explorem essas áreas contribuirão para uma compreensão mais abrangente e profunda da MO e seu papel nas organizações.

5 Considerações finais

O presente artigo oferece contribuições para a literatura sobre a MO ao identificar o panorama da produção científica mundial sobre o assunto na última década (2015-2024). Por meio de uma revisão integrativa de literatura, o artigo proporciona um mapeamento dos avanços teóricos e práticos, bem como a identificação de lacunas e oportunidades para pesquisas futuras.

As análises dos avanços teóricos indicam que a MO, quando gerenciada eficazmente, torna-se um ativo estratégico para o sucesso e a competitividade empresarial. Ela contribui para a estabilidade da organização em ambientes turbulentos, sendo afetada e influenciando o ambiente externo. É um processo social dinâmico e socialmente construído, fortemente afetado pela cultura. Ainda, tem capacidade de contribuir para a inovação, pois permite à empresa combinar conhecimentos. Apesar disso, possui diversos desafios.

Sobre as contribuições práticas, é importante ressaltar que a MO não é um repositório estático de informações, mas um sistema dinâmico que favorece a resiliência e adaptabilidade organizacional, incentivando o compartilhamento de conhecimento e a cultura de aprendizagem. Uma implantação bem-sucedida da MO requer uma liderança eficaz, que retenha funcionários experientes, essencial para a construção e preservação da MO. Fatores de sucesso incluem: a integração de sistemas de informação que estruturam e reutilizam o conhecimento organizacional; a atualização da MO; e a integração de funcionários de diferentes áreas, fortalecendo a comunicação interna e a cultura organizacional.

Os benefícios da MO, portanto, contemplam a melhora na tomada de decisões, inovação e desempenho organizacional, ao explorar experiências passadas para orientar ações futuras. Além disso, a MO apoia decisões rotineiras e estratégicas, proporcionando maior efetividade organizacional. Foram identificados desafios à MO, que convergem tanto nos achados sobre contribuições teóricas quanto nas práticas, como: a perda de conhecimento, a propagação de informações incorretas, a dificuldade de integração de sistemas e ausência de repositórios de conhecimentos e de padronização documental, exigindo uma gestão atenta para garantir a efetividade.

A agenda de pesquisa proporcionou identificação de temas emergentes que podem guiar futuros estudos sobre a MO, tais como: a relação entre MO e desempenho organizacional; a interligação da MO com a cultura e a mudança organizacional, melhorando a compreensão do cotidiano e contribuindo para a definição de estratégias; explorar as dimensões e os processos da MO, como aquisição, retenção e recuperação do conhecimento; a aplicação da MO em diferentes contextos e a diversificação das metodologias de pesquisa; e a integração da MO com tecnologias de inteligência artificial é um campo promissor, com potencial para aprimorar a captura, o armazenamento e a recuperação de memórias organizacionais, e suportar a análise de dados históricos para previsões estratégicas.

Por fim, cabe ressaltar que a presente pesquisa contribui para as áreas de Gestão do Conhecimento (GC) pois evidencia a MO como um construto relevante para a GC, que sustenta os processos de uso, criação, retenção e disseminação do conhecimento, demonstra que as práticas de MO favorecem o compartilhamento de conhecimento e aponta a MO como um recurso estratégico capaz de proporcionar vantagem competitiva ao mitigar perda de conhecimento. Contribui também para a CI, pois demonstra que os sistemas e processos de MO estruturam os fluxos informacionais, tornando-os mais acessíveis, confiáveis e úteis para gestores, reforça o papel da CI na análise e sistematização da informação. Apresenta que a MO pode conectar as informações e a recuperação de informações e demonstra que a MO não trata somente de registro documental, mas de fluxos informacionais dinâmicos.

Os resultados demonstram que a MO é uma área fértil de pesquisa com múltiplas aplicações teóricas e práticas. Este artigo fornece uma base para o desenvolvimento de estratégias organizacionais que valorizem a memória como um recurso estratégico, destacando a importância da integração dos aspectos tecnológicos, humanos e culturais.

Como limitações da pesquisa podem ser citados aspectos metodológicos como as bases escolhidas, recorte temporal e o viés do pesquisador. Como sugestão de pesquisa futura, além das listadas na agenda de pesquisa, sugere-se um estudo para identificar um modelo que demonstre os antecedentes e os consequentes da MO.

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Editado por

  • Editor-chefe
    Thiago Henrique Bragato Barros

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    10 Nov 2025
  • Data do Fascículo
    2025

Histórico

  • Recebido
    23 Jan 2025
  • Aceito
    14 Ago 2025
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