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O desenvolvimento científico dos Institutos Federais: crescimento e representatividade na produção científica nacional em periódicos indexados na Web of Science (1970-2020)

The scientific development of the Federal Institutes: growth and representativeness in the national scientific production in journals indexed in the Web of Science (1970-2020)

Resumo

Objetiva compreender a contribuição da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica para o desenvolvimento da pesquisa científica brasileira. Para isso, realizou-se um estudo cientométrico dos dados de publicações científicas recuperados na coleção principal da Web of Science, gerando-se indicadores de produção científica. Para potencializar as análises, também foram coletadas informações na plataforma Nilo Peçanha e na plataforma Sucupira. Foi possível constatar que, após a implementação dos Institutos Federais, ocorreu um crescimento significativo do número de artigos científicos publicados pela Rede Federal, tendo se destacado o Instituto Federal Goiano e, dentre as regiões brasileiras, o Sudeste, com relação ao quantitativo de publicações. Quanto às áreas de pesquisa, a que obteve maior número de documentos publicados foi a da Agricultura, tendo sido identificada também a área de Educação e Pesquisa Educacional entre as que mais obtiveram publicações. Conclui-se que os Institutos Federais criados em 2008 trouxeram um incremento importante para a pesquisa científica brasileira.

Palavras-chave:
Rede federal de educação profissional, científica e tecnológica; cientometria; bibliometria; Web of Science; produção científica

Abstract

It aims to understand the contribution of the Federal System of Professional, Scientific and Technological Education to the development of Brazilian scientific research. For this, a scientometric study was carried out on data from scientific publications retrieved from the main collection of the Web of Science, generating indicators of scientific production. To enhance the analyses, information was also collected on the Nilo Peçanha platform and the Sucupira platform. It was possible to verify that, after the implementation of the Federal Institutes, there was a significant growth in the number of scientific articles published by the Federal System, with the Instituto Federal Goiano standing out and, among the Brazilian regions, the Southeast, in relation to the number of publications. As for the research areas, the one that obtained the highest number of published documents was Agriculture, with the area of Education and Educational Research also being identified among those that obtained the most publications. It is concluded that the Federal Institutes created in 2008 brought an important increase to Brazilian scientific research.

Keywords:
Federal system of professional scientific and technological education; scientometrics; bibliometrics; Web of Science; scientifc production

1 Introdução

A história da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (RFEPCT), com base em seu próprio portal eletrônico (BRASIL, 2018BRASIL. Ministério da Educação. A história das instituições federais de educação profissional começa em 1909 com a criação das 19 Escolas de Aprendizes e Artífices. Brasília: MEC, 2018. ), teve início com a criação, em 1909, de 19 Escolas de Aprendizes e Artífices, que possuíam um caráter político voltado para as pessoas de classe baixa. Em 1937, as mesmas foram transformadas em Liceus Industriais, que, em 1942, passaram a ser denominados Escolas Industriais e Técnicas (SILVA, 2009SILVA, Caetana Juracy Rezende (org.). Institutos Federais Lei 11.892, de 29/11/2008: comentários e reflexões. Natal: IFRN , 2009. ). Em 1959, estas últimas tornaram-se autarquias, transformando-se nas Escolas Técnicas Federais (SILVA, 2009SILVA, Caetana Juracy Rezende (org.). Institutos Federais Lei 11.892, de 29/11/2008: comentários e reflexões. Natal: IFRN , 2009. ). Nesse mesmo período, foram surgindo também as escolas agrícolas, denominadas Escolas Agrotécnicas Federais (SILVA, 2009SILVA, Caetana Juracy Rezende (org.). Institutos Federais Lei 11.892, de 29/11/2008: comentários e reflexões. Natal: IFRN , 2009. ).

Em 1978, houve a transformação de três escolas federais nos primeiros Centros Federais de Educação Tecnológica (CEFETs) (SILVA, 2009SILVA, Caetana Juracy Rezende (org.). Institutos Federais Lei 11.892, de 29/11/2008: comentários e reflexões. Natal: IFRN , 2009. ). A partir da década de 1990, muitas outras escolas técnicas e agrotécnicas federais transformaram-se em CEFETs (SILVA, 2009SILVA, Caetana Juracy Rezende (org.). Institutos Federais Lei 11.892, de 29/11/2008: comentários e reflexões. Natal: IFRN , 2009. ). Estes foram direcionados a oferecer cursos superiores e ensino médio regular, sem a oferta de cursos técnicos integrados (SILVA, 2009). Essa situação perdurou até o ano de 2004, quando os cursos técnicos puderam voltar a ser oferecidos de forma integrada ao ensino médio (SILVA, 2009SILVA, Caetana Juracy Rezende (org.). Institutos Federais Lei 11.892, de 29/11/2008: comentários e reflexões. Natal: IFRN , 2009. ).

Em 1998, o governo proibiu a criação de novas escolas federais, até que, em 2005, a legislação que impedia a expansão da RFEPCT foi alterada (SILVA, 2009SILVA, Caetana Juracy Rezende (org.). Institutos Federais Lei 11.892, de 29/11/2008: comentários e reflexões. Natal: IFRN , 2009. ). Isso possibilitou a criação dos Institutos Federais de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (IFs), em 2008, por meio da Lei nº 11.892, de 29 de dezembro (SILVA, 2009SILVA, Caetana Juracy Rezende (org.). Institutos Federais Lei 11.892, de 29/11/2008: comentários e reflexões. Natal: IFRN , 2009. ).

Em sua atuação, vários CEFETs e Escolas Agrotécnicas Federais tiveram acesso à pesquisa científica (SILVA, 2009SILVA, Caetana Juracy Rezende (org.). Institutos Federais Lei 11.892, de 29/11/2008: comentários e reflexões. Natal: IFRN , 2009. ). Entretanto, a educação ofertada por essas instituições, que se caracterizava pela exclusividade do ensino de uma profissão, e a falta de critérios específicos acabaram inviabilizando o apoio de agências de fomento (SILVA, 2009SILVA, Caetana Juracy Rezende (org.). Institutos Federais Lei 11.892, de 29/11/2008: comentários e reflexões. Natal: IFRN , 2009. ). Foi então a partir de 2008, com a criação dos IFs, que a pesquisa científica ganhou espaço no processo de aprendizagem da RFEPCT.

A Lei nº 11.892, de 29 de dezembro de 2008, em seu artigo 7º, inciso III, traz como um dos objetivos dos IFs “[...] realizar pesquisas aplicadas, estimulando o desenvolvimento de soluções técnicas e tecnológicas, estendendo seus benefícios à comunidade; [...]” (BRASIL, 2008BRASIL. Lei nº 11.892, de 29 de dezembro de 2008. Institui a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, cria os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, e dá outras providências. Diário Oficial da União: seção1, Brasília, ano 145, n. 253, p. 1, 30 dez. 2008. , p. 1). O Ministério da Educação (MEC), por meio de uma publicação de 2010 sobre os IFs (BRASIL, 2010BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia: um novo modelo em educação profissional e tecnológica, concepção e diretrizes. Brasília: MEC , 2010. ), reafirma a ideia trazida pela legislação, de que pesquisa, ensino e extensão devem estar atrelados. Isso significa que o ensino nessas instituições deve estar acompanhado da realização de pesquisa científica, e suas contribuições devem estar voltadas ao benefício da própria sociedade em que estão inseridas.

É inegável a importância da ciência para o desenvolvimento de um país. No Brasil, as universidades são as principais instituições que possuem uma relação direta com a pesquisa científica, por meio dos programas de pós-graduação stricto sensu, isto é, Mestrado e Doutorado. Os mesmos são avaliados regularmente pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) (MARCHLEWSKI; SILVA; SORIANO, 2011MARCHLEWSKI, Camila; SILVA, Priscilla Maia da; SORIANO, Jeane Barcelos. A influência do sistema de avaliação Qualis na produção de conhecimento científico: algumas reflexões sobre a Educação Física. Motriz: revista de Educação Física, Rio Claro, v. 17, n. 1, p. 104-116, mar. 2011. ). Os resultados dessa avaliação são de grande importância para a elaboração de políticas para a área de pós-graduação, visando um padrão de excelência acadêmica, além de servir para a determinação de ações de fomento (CAPES, 2023COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE PESSOAL DE NÍVEL SUPERIOR (CAPES). História e missão. Brasília, 7 fev. 2023. ).

A principal forma de avaliação desses programas é a Comunicação Científica em Periódicos, por meio da qual são analisadas as publicações científicas de docentes e discentes de Mestrado e Doutorado, com base na qualidade dos periódicos científicos utilizados como veículo de divulgação. No Brasil, o sistema utilizado para a classificação de tais periódicos é o Qualis, regulamentado pela CAPES, que é periodicamente atualizado e possibilita a avaliação por áreas de conhecimento, a partir de critérios baseados em indicadores bibliométricos (FERREIRA, 2010FERREIRA, Ana Gabriela Clipes. Bibliometria na avaliação de periódicos científicos. DataGramaZero - revista de Ciência da Informação, Porto Alegre, v. 11, n. 3, jun. 2010. ).

A Bibliometria é uma metodologia que utiliza métodos estatísticos e matemáticos na produção de indicadores, que auxiliam no estabelecimento de critérios, possibilitando uma maior organização no processo de produção de informação, bem como em sua difusão e busca (GUEDES, 2012GUEDES, Vania Lisboa da Silveira. A bibliometria e a gestão da informação e do conhecimento científico e tecnológico: uma revisão da literatura. PontodeAcesso, Salvador, v. 6, n. 2, p. 74-109, ago. 2012. ). Esses indicadores são gerados pelo pesquisador, após a coleta dos dados necessários. A Web of Science (WoS) é uma das bases de dados à disposição dos pesquisadores, na qual encontram-se indexados diversos periódicos científicos que, por sua vez, reúnem produções científicas variadas.

Aliada à Bibliometria está a Cientometria, que realiza o estudo desses indicadores produzidos. A partir desse estudo, é possível, nas palavras de Silva e Bianchi (2001SILVA, José Aparecido da; BIANCHI, Maria de Lourdes Pires. Cientometria: a métrica da ciência. Paideia, Ribeirão Preto, v. 11, n. 21, p. 5-10, 2001. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0103-863X2001000200002 . Acesso em: 7 jul. 2020.
https://doi.org/10.1590/S0103-863X200100...
, p. 6), “[...] acompanhar a evolução ou o declínio de campos da ciência e também se podem identificar áreas emergentes que necessitam de maiores suportes financeiros ou de recursos humanos para melhor progredirem. ”

Estudos como os de Daminelli (2018DAMINELLI, Elisa. A pesquisa e a produção de conhecimento nos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia no RS: um estudo sobre a iniciação científica com estudantes do ensino médio técnico. 2018. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2018. ), Kowalski (2019KOWALSKI, José Luiz. As ações de pesquisa e extensão no câmpus Charqueadas do Instituto Federal Sulriograndense. 2019. Dissertação (Mestrado em Educação - Especialização em Administração das Organizações Educativas) - Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico do Porto, Porto, 2019. ) e Paula (2019PAULA, Vânia Márcia de. Perfil da produção científica e tecnológica do Instituto Federal do sudeste de Minas Gerais de 2009 a 2019. 2019. Dissertação (Mestrado Profissional em Administração).- Programa de Pós-Graduação em Administração, Universidade Federal Fluminense, Volta Redonda, 2019. ) já se dedicaram a investigar a atividade científica dos IFs. Daminelli (2018) objetivou compreender de que maneira a Iniciação Científica (IC) no Ensino médio técnico, no âmbito dos IFs do Rio Grande do Sul, contribui para a formação dos estudantes e para a consolidação da pesquisa e da produção de conhecimentos nessas instituições. Entre as constatações, pode-se citar a relevância da IC com estudantes de nível médio para a consolidação da pesquisa nos IFs, tendo sido evidenciado o destaque da IC com estudantes desse nível de ensino nessas instituições, com relação aos alunos de graduação (DAMINELLI, 2018DAMINELLI, Elisa. A pesquisa e a produção de conhecimento nos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia no RS: um estudo sobre a iniciação científica com estudantes do ensino médio técnico. 2018. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2018. ). Além disso, destacam-se também os impactos gerados na comunidade externa dos IFs, já que os resultados das pesquisas também são divulgados por meio de atividades de extensão (DAMINELLI, 2018DAMINELLI, Elisa. A pesquisa e a produção de conhecimento nos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia no RS: um estudo sobre a iniciação científica com estudantes do ensino médio técnico. 2018. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2018. ).

Kowalski (2019KOWALSKI, José Luiz. As ações de pesquisa e extensão no câmpus Charqueadas do Instituto Federal Sulriograndense. 2019. Dissertação (Mestrado em Educação - Especialização em Administração das Organizações Educativas) - Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico do Porto, Porto, 2019. ) buscou compreender a importância que os docentes e alunos do Campus Charqueadas, do Instituto Federal Sul-Rio-Grandense (IFSul), atribuem às atividades de pesquisa e extensão, bem como encontrar maneiras de intensificá-las. Entre os achados, identificou-se que os professores possuem maior participação em projetos de Pesquisa e Extensão do que os estudantes (KOWALSKI, 2019KOWALSKI, José Luiz. As ações de pesquisa e extensão no câmpus Charqueadas do Instituto Federal Sulriograndense. 2019. Dissertação (Mestrado em Educação - Especialização em Administração das Organizações Educativas) - Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico do Porto, Porto, 2019. ). Estes últimos apontam a falta de tempo como um dos obstáculos à execução das atividades, enquanto os docentes apresentam a burocracia como um problema, o que também acaba dificultando a obtenção de recursos financeiros (KOWALSKI, 2019KOWALSKI, José Luiz. As ações de pesquisa e extensão no câmpus Charqueadas do Instituto Federal Sulriograndense. 2019. Dissertação (Mestrado em Educação - Especialização em Administração das Organizações Educativas) - Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico do Porto, Porto, 2019. ).

Paula (2019PAULA, Vânia Márcia de. Perfil da produção científica e tecnológica do Instituto Federal do sudeste de Minas Gerais de 2009 a 2019. 2019. Dissertação (Mestrado Profissional em Administração).- Programa de Pós-Graduação em Administração, Universidade Federal Fluminense, Volta Redonda, 2019. ), através de métodos bibliométricos e mineração de dados, e tendo como um dos objetos de estudo os artigos indexados na WoS, teve por objetivo identificar o perfil da produção científica e tecnológica dos pesquisadores do Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais (IF Sudeste MG). Entre os principais resultados, podem ser expostos o crescimento anual expressivo das publicações do instituto, principalmente no período entre 2016 e 2017, além da identificação do campus Rio Pomba como o mais produtivo e o destaque da área de Ciências Agrárias com relação à produção por grande área do conhecimento (PAULA, 2019PAULA, Vânia Márcia de. Perfil da produção científica e tecnológica do Instituto Federal do sudeste de Minas Gerais de 2009 a 2019. 2019. Dissertação (Mestrado Profissional em Administração).- Programa de Pós-Graduação em Administração, Universidade Federal Fluminense, Volta Redonda, 2019. ).

Neste contexto, o presente trabalho busca responder à seguinte questão: quais as contribuições dos IFs para a pesquisa científica brasileira publicadas em formato de artigos em periódicos indexados na WoS? O objetivo é investigar o crescimento e a representatividade dos IFs para a pesquisa científica brasileira, a partir da análise cientométrica na base de dados WoS.

A iniciativa justifica-se por auxiliar na compreensão das contribuições da atividade científica dos IFs para a pesquisa científica brasileira e por permitir identificar a representatividade científica dessas instituições para a educação profissional no país.

2 Metodologia

Foi realizada a análise cientométrica a partir de dados recuperados na WoS, referentes às publicações de artigos científicos da RFEPCT e da totalidade de instituições de ensino do Brasil, a fim de evidenciar as contribuições dos IFs para a pesquisa científica brasileira.

Para os fins da pesquisa, foram consideradas instituições integrantes da RFEPCT as elencadas pela própria lei de sua criação, nº 11.892, de 29 de dezembro de 2008, em seus artigos 1º e 5º, e anexos II e III (BRASIL, 2008BRASIL. Lei nº 11.892, de 29 de dezembro de 2008. Institui a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, cria os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, e dá outras providências. Diário Oficial da União: seção1, Brasília, ano 145, n. 253, p. 1, 30 dez. 2008. ). Porém, ressalta-se que, apesar de a referida lei, em seu artigo 1º, inciso II (BRASIL, 2008), trazer como instituição integrante da RFEPCT a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), esta não foi considerada na presente pesquisa, pois não faz mais parte da matriz orçamentária da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec/MEC) e nem do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) (FRANCO; PEREIRA, 2017FRANCO, Frederico Souza Lima Caldoncelli; PEREIRA, José Luiz de Andrade Rezende. A evolução da pós-graduação na rede federal. In: SOUZA, Ruberley Rodrigues de (org.). Pesquisa, pós-graduação e inovação na rede federal de educação profissional, científica e tecnológica. Goiânia: IFG, 2017. p. 103-128. ).

O acesso à WoS se deu no dia oito de dezembro de 2021, por meio do Portal de Periódicos da CAPES, via conexão Comunidade Acadêmica Federada (CAFe) e, na plataforma, a pesquisa foi realizada a partir do campo “Pesquisa avançada”. Inicialmente, a fim de localizar as instituições da RFEPCT, foi selecionado o operador “OG= [Afiliação]”, na área “Rótulos do campo”. A pesquisa foi redirecionada a uma busca por afiliações, na qual realizou-se filtragens por todas as nomenclaturas que já identificaram as instituições da RFEPCT em toda a sua história. Tais nomenclaturas estão dispostas no Quadro 1 a seguir, bem como os respectivos resultados das buscas.

Quadro 1 -
Nomenclaturas utilizadas na filtragem por afiliações e seus resultados

No momento da busca por afiliações, verificou-se que para cada resultado encontrado existiam termos variantes,1 1 Foram encontradas variantes dos termos que apresentavam abreviações das instituições a partir dos seus radicas (ex: inst. Fed.) bem como suas respectivas traduções para o inglês (ex: federal institute). evidenciando as formas diversificadas como cada integrante da RFEPCT é registrada na base. Dessa forma, todos esses termos de cada instituição foram adicionados à “Visualização de busca” para a realização da pesquisa, acompanhados do operador “Organizações” (OO).

Ressalta-se que parte das instituições pertencentes à RFEPCT não foi localizada na busca por afiliações, como observado no Quadro 1. Desse modo, as mesmas foram pesquisadas diretamente no campo “Visualização de busca”, tendo sido encontradas as seguintes instituições: Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET - MG), Colégio Técnico de Bom Jesus (CTBJ) e Escola de Teatro e Dança da Universidade Federal do Pará (ETDUFPA). Os termos utilizados para encontrá-las estão apresentados no Quadro 2.

Quadro 2 -
Termos utilizados no campo “Visualização de busca” e seus resultados

Após terem sido adicionadas as instituições no campo de pesquisa, em “Data de publicação” foi personalizado o período de busca de um de janeiro de 1945 (que a própria base de dados traz como data limite inicial) a 31 de dezembro de 2020, já que os registros do ano de 2021 não se encontravam consolidados. Também foram utilizadas as delimitações por “Artigos”, “Artigos de revisão” e “Artigos de dados” quanto aos tipos de documento, e foram selecionadas as afiliações correspondentes às referidas instituições. Nesse momento, algumas destas apresentaram siglas em comum com instituições internacionais e, para eliminar erros de contagem de registros, a pesquisa foi analisada pela categoria “Países/Regiões” para filtrar apenas as publicações relacionadas a instituições brasileiras.

Desse modo, realizou-se a pesquisa, primeiramente com as instituições em conjunto, resultando em 17.952 registros, dos quais foram extraídos os dados referentes às publicações da RFEPCT por ano e por áreas de pesquisa e, em seguida, com as instituições isoladamente, a fim de que fossem identificados os quantitativos publicados por cada instituição e por cada região brasileira.

O próximo passo foi pesquisar, a partir da inclusão do operador “CU= Brazil” no campo de busca, as publicações científicas realizadas de maneira geral pelo Brasil, a fim de servir como base de comparação aos dados da primeira pesquisa. Quanto aos tipos de documento, a pesquisa também ficou restrita a “Artigos”, “Artigos de revisão” e “Artigos de dados”, e a data de publicação compreendeu o período entre um de janeiro de 1970 e 31 de dezembro de 2020. Considerando que a pesquisa anterior evidenciou a primeira publicação da RFEPCT em 1970, e que a intenção é comparar a produção desta com a produção nacional, publicações anteriores à referida data são irrelevantes para o estudo. Assim, recuperou-se um total de 870.324 registros vinculados a pesquisadores de instituições brasileiras.

De forma a complementar as análises dos dados extraídos da plataforma WoS, outras fontes consideradas na pesquisa foram a plataforma Sucupira, da CAPES, que coleta informações e serve de base ao Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG), e a plataforma Nilo Peçanha (PNP), da Setec/MEC, que fornece dados e indicadores da RFEPCT. Da primeira foram extraídos dados referentes ao quantitativo de cursos de pós-graduação stricto sensu no âmbito da RFEPCT, e a segunda serviu de base para a coleta de dados acerca do número de docentes com formação stricto sensu existentes nas instituições integrantes da mesma.

Vale destacar que, no momento da pesquisa, estavam disponibilizados na PNP apenas os dados referentes ao período de 2017 a 2020.

Foi realizado o download de todos os dados da WoS (registros completos em .txt), que foram importados e organizados em planilhas de Excel, junto a esses dados foram compiladas manualmente as informações da PNP e da plataforma Sucupira para melhor visualização e produção de tabelas e gráficos.

Este estudo apresenta como limitação o fato de a coleta de dados ter sido realizada somente na WoS. Ainda que essa base tenha uma grande representatividade de informação, bem como seja reconhecida pela relevância no cenário da ciência mundial, a ampliação das buscas em outras bases de dados internacionais, e também regionais/locais, pode potencializar a compreensão do papel dos Institutos Federais na ciência brasileira.

3 Resultados e discussão

Para melhor compreensão, a seção apresenta subdivisões, tendo início, na seção 3.1, com a análise dos dados extraídos da plataforma Sucupira e da PNP, referentes respectivamente, ao quantitativo de cursos de pós-graduação stricto sensu e ao número de docentes com formação stricto sensu no âmbito da RFEPCT que, como dito na seção anterior, foram utilizados como complemento às análises dos dados extraídos da WoS.

Em seguida, são evidenciados os dados coletados na plataforma WoS, iniciando-se na seção 3.2 com as análises relacionadas às publicações da RFEPCT por ano, por instituição de ensino e por regiões brasileiras, seguidas das análises das publicações da rede por áreas de pesquisa, trazidas na subdivisão 3.2.1.

3.1 Pós-graduação stricto sensu e a RFEPCT

A Lei nº 11.892, de 29 de dezembro de 2008, em seu artigo 7º, inciso VI, alínea e, também estabelece como um dos objetivos dos IFs oferecer:

[...] cursos de pós-graduação stricto sensu de mestrado e doutorado, que contribuam para promover o estabelecimento de bases sólidas em educação, ciência e tecnologia, com vistas no processo de geração e inovação tecnológica [...]. (BRASIL, 2008BRASIL. Lei nº 11.892, de 29 de dezembro de 2008. Institui a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, cria os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, e dá outras providências. Diário Oficial da União: seção1, Brasília, ano 145, n. 253, p. 1, 30 dez. 2008. , p. 1).

Nesse contexto, realizou-se uma pesquisa na plataforma Sucupira, na qual foram encontrados 157 registros de cursos de pós-graduação stricto sensu ofertados nas instituições integrantes da RFEPCT (com exceção da UTFPR). Destes, 12 registros foram desconsiderados, dos quais sete se referiam a cursos ainda não iniciados (em projeto) e cinco consistiam em cursos com data de início em 2021.

O Gráfico 1, a seguir, mostra o número de cursos stricto sensu ofertados no âmbito da RFEPCT, de forma acumulativa, por ano.

Gráfico 1 -
Número de cursos de pós-graduação stricto sensu existentes na RFEPCT, por ano

É possível constatar uma evolução, ao longo dos anos, do número de cursos de pós-graduação stricto sensu existentes na RFEPCT, evolução essa que se acentuou, principalmente, a partir do ano de 2010. Tal aumento pode ser associado à criação dos IFs em 2008, visto que, como traz a própria legislação, entre os objetivos atribuídos a essas instituições está o de ofertar cursos de pós-graduação stricto sensu de mestrado e doutorado.

Os programas com maior quantitativo de cursos são o Mestrado profissional e o Mestrado acadêmico, que registraram, em 2020, 98 e 36 cursos, respectivamente, enquanto o Doutorado acadêmico e o Doutorado profissional compreenderam menor quantitativo de cursos, com nove e dois registros, nessa ordem, no mesmo ano. O destaque do programa de Mestrado profissional, com relação ao número de cursos ofertados, também pode ser explicado a partir da formação dos IFs, já que o principal objetivo destes é a profissionalização e, diante disso, a existência de cursos stricto sensu na modalidade profissional torna-se relevante (PACHECO, 2010PACHECO, Eliezer. Institutos federais: uma revolução na educação profissional e tecnológica. Natal: IFRN, 2010.).

O Gráfico 2 traz o número de cursos ofertados por instituição integrante da RFEPCT até o ano de 2020.

Gráfico 2 -
Número de cursos de pós-graduação stricto sensu ofertados pela RFEPCT, por instituição de ensino, até 2020

A instituição que apresentou maior número de cursos ofertados foi o IFGOIANO, disponibilizando 14 cursos - um Doutorado acadêmico, quatro Mestrados acadêmicos e nove Mestrados profissionais -, com representatividade de 9,65% no número total de cursos stricto sensu ofertados pela RFEPCT.

Ainda no que diz respeito à pós-graduação stricto sensu, o Gráfico 3 evidencia o número de docentes da RFEPCT formados nesse nível, por instituição de ensino, de 2017 a 2020, a partir de dados coletados na PNP.

Gráfico 3 -
Número de docentes da RFEPCT com nível de formação stricto sensu, por instituição de ensino, de 2017 a 2020

A instituição que obteve maior número de docentes com nível de formação stricto sensu, nos quatro anos pesquisados, foi o IFSP, o qual registrou, nos anos de 2017, 2018, 2019 e 2020, respectivamente, 2.327, 2.412, 2.623 e 2.669 professores com tal formação. O IFCE, o IFES e o IFRN, nessa ordem, vieram em seguida, também com maiores quantitativos nos três primeiros anos, havendo uma alteração em 2020, com o IFRN na terceira posição e o IFSC na quarta. Em contrapartida, a instituição com menor número foi o IFAP, registrando-se em seu corpo docente 146, 157, 187 e 172 professores formados em programas de pós-graduação stricto sensu, nos anos de 2017, 2018, 2019 e 2020.

O Gráfico 4, na sequência, traz o número de docentes da RFEPCT com formação stricto sensu, por programas de pós-graduação, de 2017 a 2020, também com base nos dados extraídos da PNP.

Gráfico 4 -
Número de docentes da RFEPCT com nível de formação stricto sensu, por programas de pós-graduação, de 2017 a 2020

Percebe-se que a maior parte dos professores da RFEPCT, entre os anos de 2017 e 2020, possuía título de mestrado, com relação aos demais níveis de formação stricto sensu. Todavia, em termos de evolução, o número de docentes com título de doutorado cresceu 34,01%; 32,60% a mais do que o percentual de crescimento do número de mestres, que foi de 1,41%. Moreira (2017MOREIRA, José Eduardo Borges. Desenvolvimento de atividades de pesquisa nos institutos federais de educação, ciência e tecnologia do Estado de Minas Gerais. 2017. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2017. ) também constatou em seu trabalho o aumento significativo de doutores no quadro de docentes da carreira de Educação Básica Técnica e Tecnológica (EBTT) nas instituições da RFEPCT nas regiões do país, exceto na região Norte, comparando-se os anos de 2008 e 2014. Além disso, ele também identificou, ainda considerando a carreira de EBTT no âmbito da RFEPCT, o aumento do número de docentes mestres e doutores no Brasil, enquanto houve a redução do quantitativo de docentes com graduação e especialização (MOREIRA, 2017MOREIRA, José Eduardo Borges. Desenvolvimento de atividades de pesquisa nos institutos federais de educação, ciência e tecnologia do Estado de Minas Gerais. 2017. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2017. ).

Um dos fatores que podem ter favorecido o aumento na quantidade de docentes com formação stricto sensu na RFEPCT é a equiparação de seus salários aos dos professores das Universidades Federais, como dispõe a Lei nº 12.772, de 28 de dezembro de 2012, que trata sobre o Plano de Carreiras e Cargos de Magistério Federal (BRASIL, 2012BRASIL. Lei nº 12.772, de 28 de dezembro de 2012. Dispõe sobre a estruturação do Plano de Carreiras e Cargos de Magistério Federal [...]. Diário Oficial da União: seção1, Brasília, ano 149, n. 251, p. 1, 31 dez. 2012. ). O dispositivo legal ainda garante aos docentes a possibilidade de serem remunerados de acordo com sua titulação: quanto maior a titulação, maior a remuneração. Diante disso, a RFEPCT acaba se tornando mais atraente aos professores com títulos de mestrado e doutorado, o que favorece a oferta de programas de pós-graduação stricto sensu e o aumento do número de publicações científicas pela RFEPCT em periódicos relevantes.

Ainda são oferecidos, no âmbito da RFEPCT, programas de qualificação aos docentes, como os de Mestrado Interinstitucional (Minter) e Doutorado Interinstitucional (Dinter) da CAPES, os quais objetivam formar mestres e doutores, principalmente professores, a fim de fortalecer grupos de ensino e de pesquisa, e subsidiar a oferta de cursos de pós-graduação (SOUZA et al., 2017SOUZA, Ruberley Rodrigues de et al. Programas de fomento à pós-graduação na rede federal. In: SOUZA, Ruberley Rodrigues de (org.). Pesquisa, pós-graduação e inovação na rede federal de educação profissional, científica e tecnológica. Goiânia: IFG , 2017. p. 129-155.). Assim, a oferta desses programas também auxilia no aumento do número de docentes com título de mestrado e doutorado na RFEPCT.

3.2 Análise dos dados coletados na plataforma WoS

A partir da análise dos dados encontrados na plataforma WoS, foi possível identificar o número de artigos científicos publicados pela RFEPCT, por ano, no período entre 1970 e 2020, conforme o Gráfico 5, a seguir.

Gráfico 5 -
Número de artigos científicos publicados pela RFEPCT, por ano, entre 1970 e 2020

Como pode ser observado, entre 1970 e 2007, o número de artigos científicos publicados pela RFEPCT sofreu algumas oscilações, registrando-se reduções e aumentos. Foi a partir do ano de 2008 que esse número voltou a crescer, tendo sido identificado o primeiro aumento significativo entre os anos de 2008 e 2009, em decorrência, principalmente, da criação dos IFs, pela Lei nº 11.892, de 29 de dezembro de 2008 (BRASIL, 2008), que permitiu à rede a possibilidade de desenvolvimento da pesquisa científica no âmbito do ensino profissional e tecnológico.

Nesse sentido, a promulgação dessa lei se caracteriza como um marco relevante para a contribuição dos IFs à produção científica nacional, pois, enquanto a ciência brasileira apresentava crescimento em número de publicações, entrando em sua fase exponencial já na década de 1980, a representatividade dos IFs correspondia a menos de 0,5% dos artigos publicados em periódicos da WoS - situação que se modifica de maneira expressiva a partir de 2008, quando houve a expansão da rede em número de instituições e campi, bem como a equiparação da carreira de EBTT à carreira universitária.

Esse processo possibilitou aos IFs qualificarem seu corpo docente com profissionais com formação em nível de mestrado e doutorado, gerando a massa crítica necessária para o processo de desenvolvimento do potencial científico e tecnológico dos IFs, no que diz respeito à produção científica.

O crescimento da produção científica da RFEPCT reafirma a lei de crescimento exponencial de Price (1986PRICE, Derek John de Solla. Little science, big science... and beyond. Nova York: Columbia University, 1986.); esse processo faz com que a ciência dobre o seu tamanho num período entre dez e 15 anos, aproximadamente. No caso da RFEPCT, o aumento da produção científica é sustentado pelo aumento no número de instituições, servidores docentes e técnicos compondo a rede.2 2 Com a política de expansão da RFEPCT o número de instituições na rede passou de 215 em 2008 para 653 no ano de 2021. Esse crescimento veio acompanhado do processo de contratação de servidores de diferentes níveis para compor seus quadros funcionais. Isso evidencia a dimensão do crescimento científico, auxiliando também a compreender a evolução da produção de artigos científicos na RFEPCT, verificado no Gráfico 5.

Um fator que também pode ter possibilitado o crescimento do número de publicações realizadas pela RFEPCT foi o aumento na oferta de cursos de pós-graduação stricto sensu pela mesma, como mostra o Gráfico 1, reforçando a importância dos mesmos para a produção científica nacional.

O Gráfico 6 e o Gráfico 7, apresentados na sequência, evidenciam, respectivamente, o número de artigos científicos publicados pelo Brasil, por ano, no período entre 1970 e 2020, e os índices de representatividade das publicações da RFEPCT, no total de publicações realizadas pelo país, no mesmo período.

Gráfico 6 -
Número de artigos científicos publicados pelo Brasil, por ano, entre 1970 e 2020

Gráfico 7 -
Índices de representatividade das publicações realizadas pela RFEPCT no total publicado pelo país, por ano, entre 1970 e 2020 (%)

Percebe-se que, assim como a quantidade de publicações realizadas no âmbito da RFEPCT, seus índices de representatividade no total de artigos científicos publicados pelo Brasil também sofreram algumas variações, com aumentos e diminuições até o ano de 2007, sendo possível verificar uma evolução significativa a partir de 2008.

O estudo também proporcionou a identificação do quantitativo de publicações de artigos científicos por instituição de ensino, no âmbito da RFEPCT, como mostra a Tabela 1.

Tabela 1 -
Quantitativo de publicações da RFEPCT por instituição de ensino (1970 e 2020)

A instituição da RFEPCT que mais contribuiu, em número de artigos científicos publicados no período pesquisado, foi o Instituto Federal Goiano (IFGOIANO), com 1.272 publicações. Como visto anteriormente no Gráfico 2, o IFGOIANO também se destacou quanto ao número de cursos de pós-graduação stricto sensu ofertados até o ano de 2020, o que pode ter contribuído para sua posição em primeiro lugar entre as instituições que mais publicaram.

Os IFs do Ceará (IFCE), de São Paulo (IFSP) e do Espírito Santo (IFES) vieram em seguida, com, respectivamente, 1.053, 1.051 e 1.036 publicações. As três instituições também apresentaram o maior número de docentes com formação stricto sensu entre os anos de 2017 e 2019, frente às demais instituições da RFEPCT (Gráfico 3), o que leva a associar tais resultados, já que, como visto, um corpo docente formado por mestres e doutores contribui para a oferta de cursos de pós-graduação e torna-se importante para o fortalecimento de grupos de pesquisa, refletindo, assim, na contribuição científica das instituições.

Outro fator que chama a atenção é o fato de que, dos 20 IFs mais produtivos, dez têm unidades de inovação da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII), sendo que, dos quatro institutos mais produtivos (IFGOIANO, IFCE, IFSP e IFES), todos têm esses polos de inovação vinculados às suas instituições, o que se apresenta como um indício do impacto dessas unidades na atividade de pesquisa e inovação tecnológica dos IFs.

O Gráfico 8 traz o quantitativo de publicações de artigos científicos da RFEPCT por regiões brasileiras.

Gráfico 8 -
Número de artigos científicos publicados pela RFEPCT, de 1970 a 2020, por região

Pode-se verificar que a maior contribuição se deu na região Sudeste, com 6.564 artigos científicos publicados, correspondendo a cerca de 35,20% do total de publicações realizadas pela RFEPCT. Com base nos indicadores fornecidos pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) (BRASIL, 2020BRASIL. Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações. Indicadores Nacionais de Ciência, Tecnologia e Inovação 2020. Brasília: MCTI, 2020. ), tal região foi a que se destacou com relação aos dispêndios dos governos estaduais em Ciência e Tecnologia no ano de 2018, totalizando um investimento de R$ 15.827,9 milhões, o que correspondeu a 71,1% do total de investimentos na área, em todo o país. Neste contexto, seu destaque pode estar ligado ao fato de que a mesma detém os maiores índices de investimento em ciência, em comparação com as demais regiões.

A segunda região que mais contribuiu foi a Nordeste, tendo publicado 5.124 artigos científicos, equivalendo a 27,47% do total. Tal fato se contrapõe a resultados de estudos anteriores, que apresentam a região Sul como a segunda que mais contribui em termos de publicações científicas no Brasil, tendo sido responsável por 22,10% da produção total do país entre os anos de 2007 e 2009 (SIDONE; HADDAD; MENA-CHALCO, 2016SIDONE, Otávio José Guerci; HADDAD, Eduardo Amaral; MENA-CHALCO, Jesús Pascual. A ciência nas regiões brasileiras: evolução da produção e das redes de colaboração científica. Transinformação, Campinas, v. 28, n. 1, p. 15-32, abr. 2016. Disponível em: https://doi.org/10.1590/2318-08892016002800002 . Acesso em: 15 ago. 2020.
https://doi.org/10.1590/2318-08892016002...
). O fato de a região Nordeste estar à frente da região Sul, no que se refere ao número de artigos científicos publicados, pode ser explicado pela diferença do quantitativo de campi distribuídos nas duas regiões, tendo sido registrados, no ano de 2016, 164 na primeira e 85 na última (PEREIRA; CRUZ, 2019PEREIRA, Luiz Augusto Caldas; CRUZ, José Luis Vianna da. Os Institutos Federais e o desenvolvimento regional: interface possível. HOLOS, Natal, v. 4, p. 1-18, dez. 2019. Disponível em: https://doi.org/10.15628/holos.2019.7992 . Acesso em: 15 ago. 2020.
https://doi.org/10.15628/holos.2019.7992...
).

Por outro lado, a região Norte foi a que obteve o menor número de publicações, com 1.264 artigos publicados, correspondendo a seis, 6,78% do total. Isso pode estar ligado aos baixos investimentos em ciência, visto que o total despendido pelos governos estaduais da região nesta área, no ano de 2018, foi o menor, correspondendo a apenas 3,2% do total investido por todas as regiões (BRASIL, 2020).

O Gráfico 9 evidencia a evolução do número de artigos científicos publicados pela RFEPCT, de 1970 a 2020, por região, e, na sequência, são apresentadas as taxas médias de crescimento anual das publicações de cada região (Tabela 2).

Gráfico 9 -
Evolução do número de publicações realizadas pela RFEPCT, no período entre 1970 e 2020, por região

Tabela 2 -
Taxa média de crescimento anual de publicações realizadas pela RFEPCT, por região

Até o ano de 2008, as maiores taxas de crescimento anual do número de publicações de artigos científicos foram atribuídas às regiões Sudeste e Nordeste, com, respectivamente, 22,93% e 21,48% de aumento, enquanto a região Norte obteve a menor taxa, com 18,92%. Nesse mesmo período, as regiões Centro-Oeste e Sul não obtiveram aumento no número de documentos publicados.

Já a partir de 2009, registraram-se as maiores taxas nas regiões Sul, Norte e Centro-Oeste, com, respectivamente, 55,29%, 41,55% e 39,93% de crescimento anual, seguidas das regiões Sudeste e Nordeste, que apresentaram médias de 35,58% e 33,67%. Identifica-se, portanto, um salto significativo desses valores a partir do ano de 2009, o que está ligado, principalmente, à criação dos IFs em 2008, com seus diversos campi distribuídos pelo país, o que permitiu a elevação do número de publicações realizadas pela RFEPCT.

Vale lembrar que o IFGOIANO, que obteve maior número de publicações, está localizado na região Centro-Oeste, que obteve a terceira maior taxa de crescimento anual do quantitativo de artigos publicados a partir do ano de 2009. Assim, parte do desenvolvimento científico da região pode ser atribuída à atuação de tal instituto, no que diz respeito à atuação da RFEPCT no centro-oeste do país.

3.2.1 Publicações científicas por áreas de pesquisa

Foram identificadas as 25 áreas de pesquisa que alcançaram maiores números de publicações pela RFEPCT. A Tabela 3, a seguir, evidencia essas áreas e compara o quantitativo de documentos publicados pela RFEPCT e pelo Brasil em periódicos indexados na WoS.

Tabela 3-
Publicações da RFEPCT e do Brasil, por áreas de pesquisa, de 1970 a 2020

Na Tabela 3, tem-se como destaque, com relação ao número de publicações, a área da Agricultura, com o total de 3.193 artigos publicados no período entre 1970 e 2020, correspondendo a 17,79% da totalidade de publicações da RFEPCT e a 4,90% do total de publicações brasileiras na área. Tal destaque pode ser explicado com base no próprio contexto histórico da RFEPCT, já que um dos primeiros modelos institucionais que fizeram parte desta foram as Escolas Agrotécnicas, que, juntamente com as demais instituições iniciais, serviram como base para a criação dos IFs.

Ademais, essa característica demonstra que os IFs se aproximam da “vocação científica” brasileira, bem como da região composta pela América Latina e Caribe, que, conforme demonstrado por Santin e Caregnato (2019SANTIN, Dirce Maria; CAREGNATO, Sônia Elisa. Perfil científico da América Latina e Caribe no início do século XXI. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, 20., 2019, Florianópolis. Anais [...]. Florianópolis: ANCIB, 2019. p. 1-20. ), apresentam um predomínio de publicações nas Ciências Agrárias e Naturais e nas Ciências Médicas & da Saúde em suas publicações a nível global e regional, tendo o Brasil grande atuação sobre tal perfil, uma vez que está entre os seis países da região que mais produzem.

Outro destaque é a presença, entre as 25 áreas com mais publicações, da área de Education Educational Research (Educação e Pesquisa Educacional), que está ligada à oferta de cursos de licenciatura na RFEPCT. A Lei nº 11.892, de 29 de dezembro de 2008, que criou os IFs, trouxe consigo algumas determinações e, entre os objetivos atribuídos a tais instituições, encontra-se o de oferecer cursos de licenciatura voltados à formação de professores para o ensino básico - principalmente nas áreas de matemática e ciências - e para o ensino profissional, devendo-se reservar, no mínimo, 20% de suas vagas para os mesmos (BRASIL, 2008BRASIL. Lei nº 11.892, de 29 de dezembro de 2008. Institui a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, cria os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, e dá outras providências. Diário Oficial da União: seção1, Brasília, ano 145, n. 253, p. 1, 30 dez. 2008. ). A determinação de oferta de licenciatura nos IFs se deu como uma forma de o governo federal solucionar o problema da escassez de professores no país, sobretudo nas áreas trazidas pela legislação (SOUSA; BERALDO, 2009SOUSA, Aparecida Gasquez; BERALDO, Tânia Maria. Cursos de licenciaturas em ciências naturais nos institutos federais de educação, ciência e tecnologia. In: CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, 9.; ENCONTRO SUL BRASILEIRO DE PSICOPEDAGOGIA, 3., 2009, Paraná. Anais [...]. Paraná: PUCPR, 2009. p. 10169-10182. ).

Outra possibilidade explicativa (mas não contrária) é o fato de os IFs terem seu corpo docente formado por um núcleo técnico, que são os professores que atuam nas disciplinas profissionalizantes, e por um núcleo comum, dos que ministram as disciplinas tradicionais do ensino médio. No caso destes docentes, é comum observar a busca de formação em nível de mestrado e doutorado em áreas como as de Educação e Ensino, indicando que a concentração de pesquisas na área temática de Education Educational Research da WoS possa ser fruto dos resultados dessas pesquisas.

4 Considerações finais

A educação profissional no Brasil, na esfera da RFEPCT, teve várias evoluções ao longo dos anos, iniciando-se com a formação das Escolas de Aprendizes e Artífices em 1909, até serem criados, em 2008, os IFs, por meio da Lei nº 11.892, de 29 de dezembro (BRASIL, 2008BRASIL. Lei nº 11.892, de 29 de dezembro de 2008. Institui a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, cria os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, e dá outras providências. Diário Oficial da União: seção1, Brasília, ano 145, n. 253, p. 1, 30 dez. 2008. ), com a finalidade de oferecerem educação superior, básica, profissional e tecnológica, prezando pela realização da pesquisa científica em seu ambiente de ensino.

Nesse contexto, considerando a própria legislação, no que tange à relação dos IFs com a ciência brasileira, este trabalho buscou evidenciar as contribuições de tais institutos para a pesquisa científica no país, com base na análise cientométrica de dados coletados na plataforma WoS.

Constatou-se que, tanto o número de publicações de artigos científicos no âmbito da RFEPCT, quanto o seu percentual de participação no total de artigos publicados no Brasil, por ano, cresceu significativamente a partir de 2008, permitindo relacionar tal aumento com a criação dos IFs.

Com relação às regiões brasileiras, a maior contribuição científica da RFEPCT se deu no Sudeste, enquanto a região Norte foi a que menos contribuiu. Tais resultados puderam ser explicados pelo quesito investimento na área científica, visto que o Sudeste tem investido mais em Ciência e Tecnologia, ao contrário do Norte do país, que menos investe. Já com relação à evolução da produção científica, o Sudeste obteve uma das menores taxas de crescimento anual no período entre 2009 e 2020, enquanto o Norte do país apresentou o segundo maior percentual de aumento.

A região Nordeste foi a segunda que mais contribuiu para a pesquisa científica brasileira, no que concerne às publicações realizadas pela RFEPCT. Essa situação se contrapõe a resultados de estudos anteriores, que apresentam a região Sul como a segunda que mais contribui para a produção científica do país, em termos gerais. A diferença na quantidade de campi da RFEPCT presentes nas duas regiões pode ter refletido nesse resultado, haja vista maior número destes no Nordeste, com relação ao Sul do Brasil. Todavia, foi identificada a maior taxa de crescimento anual do número de publicações da RFEPCT entre 2009 e 2020 na região Sul, enquanto a região Nordeste apresentou a menor taxa.

O estudo também permitiu delimitar as contribuições da RFEPCT por áreas de pesquisa, tendo se destacado a área da Agricultura, que obteve o maior número de publicações. A existência das escolas agrícolas no rol de instituições que serviram como base para o surgimento dos IFs pode ter contribuído para esse resultado, e a presença das Ciências Agrárias entre os campos de predomínio das publicações da América Latina e Caribe, da qual o Brasil faz parte, também pôde auxiliar na compreensão do referido destaque.

A criação dos IFs também possibilitou a contribuição científica na área de Educação e Pesquisa Educacional, que está ligada à oferta de cursos de licenciatura pelos mesmos. Isso indica que a determinação do dispositivo legal está sendo cumprida, uma vez que, dentre os objetivos elencados a tais instituições, está o de oferecer cursos de licenciatura, tendo sido estabelecido pelo governo federal a fim de resolver o problema da falta de professores no país.

Portanto, os IFs criados em 2008 trouxeram importantes contribuições para a pesquisa científica brasileira. Entretanto, os investimentos na área, por parte dos governos federal e estadual, se fazem necessários para que não somente os IFs, mas também as demais instituições de ensino brasileiras, continuem contribuindo para a ciência, pois, quanto mais se investe, maiores são as contribuições científicas e, consequentemente, maior o desenvolvimento de uma nação.

Como linha de investigações futuras, o artigo aponta a necessidade de investigar a produção dos IFs em outras bases de dados como a Scopus e Scielo, bem como compreender as redes de colaboração científica dessas instituições e a correlação entre as unidades EMBRAPII nos IFs e a produção científica, tecnológica, bem como registro de patentes.

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  • 1
    Foram encontradas variantes dos termos que apresentavam abreviações das instituições a partir dos seus radicas (ex: inst. Fed.) bem como suas respectivas traduções para o inglês (ex: federal institute).
  • 2
    Com a política de expansão da RFEPCT o número de instituições na rede passou de 215 em 2008 para 653 no ano de 2021. Esse crescimento veio acompanhado do processo de contratação de servidores de diferentes níveis para compor seus quadros funcionais.
  • 3
    A divergência entre o número total de artigos da RFEPCT do somatório de publicações de cada instituição ocorre, pois, provavelmente, algumas instituições pesquisadas tenham publicado documentos em colaboração, por isso, no momento da pesquisa em conjunto, esses documentos foram gerados uma única vez, resultando em uma menor quantidade de registros com relação à pesquisa individual por instituição.
  • 4
    Percentual de representatividade do número de publicações realizadas pela RFEPCT em cada categoria temática da WoS, com relação ao total publicado pela mesma (17.952).
  • 5
    Percentual de representatividade do número de publicações realizadas pela RFEPCT com relação ao total publicado pelo Brasil, por categoria temática da WoS.
  • 6
    O número total de registros referentes às 25 áreas de pesquisa presentes na tabela excedeu o quantitativo de registros recuperados na pesquisa inicial (17.952), correspondendo a 104,37% deste. Isso acontece pois um mesmo periódico pode ter mais de uma categoria de assunto na WoS, fazendo com que o quantitativo seja diferente do total de publicações coletadas.
  • Declaração de autoria

    Concepção e elaboração do estudo: Felipe Ferreira Barros Carneiro, Rayra da Silva Föeger Coleta de dados: Rayra da Silva Föeger Análise e interpretação de dados: Felipe Ferreira Barros Carneiro, Rayra da Silva Föeger Redação: Felipe Ferreira Barros Carneiro, Rayra da Silva Föeger Revisão crítica do manuscrito: Felipe Ferreira Barros Carneiro

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    10 Nov 2023
  • Data do Fascículo
    2023

Histórico

  • Recebido
    22 Jul 2022
  • Aceito
    27 Mar 2023
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