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A violência que toca a todos nós: uma perspectiva a partir da história do maltrato na escola

Por que contar a própria vida? Para que serve? De Gaulejac (2005) assinala que as pessoas gostam de falar de si mesmas, contando a sua própria vida. Inclusive quando esta última não é bela, têm o sentimento de dizer coisas importantes. Muitas vezes esta busca envolve uma posição social, a tentativa de encontrar ascendentes prestigiosos para valorizar a si mesmas. Todos, inclusive os jovens, têm interesse na sua história. Isto nos remete a antigas indagações, bem conhecidas pelos filósofos: De onde venho? Quem sou eu? Hoje em dia cada indivíduo deve lutar para obter uma posição social e ter uma existência social e individual. Cada indivíduo é convidado a se tornar autônomo e a produzir a sua existência. Assim, a existência social já não é dada tanto pelo grupo, como na sociedade de outrora, porém é dirigida a cada indivíduo, solicitado a construir-se a si mesmo. Entretanto, em que consiste este processo de construção de si mesmo? Que significa afirmar a sua identidade até "produzir" a sua vida? Estas indagações suscitadas pela sociologia clínica são estratégicas para iniciar a análise de um caso de maltrato escolar, por meio de momentos cruciais da história de vida.

Violência escolar; História de vida; Maltrato; Bullying


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