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O movimento disciplinar na educação física norte-americana: contribuições e limites para a estruturação do campo científico

Resumo

Este artigo sintetiza aspectos do processo de disciplinarização da educação física (EF) nos Estados Unidos, de modo a fornecer elementos para pensar as relações entre ciência e educação em parâmetros marcadamente reflexivos. Nesse percurso, procura-se restituir alguns dos elementos fundantes do movimento disciplinar da EF norte-americana, bem como identificar suas contribuições e limites para a estruturação da área como um campo científico. Em termos metodológicos, o estudo configurou-se como teórico-bibliográfico e de vertente exploratória. A partir desse delineamento, foram inicialmente mobilizados artigos e capítulos de livros da literatura nacional e internacional atinentes ao debate epistemológico da EF e, posteriormente, analisadas as informações com base no referencial teórico de Pierre Bourdieu. Como conclusão, destaca-se que o movimento disciplinar na EF norte-americana trouxe avanços e contribuições significativas para situar a EF na hierarquia da ciência e, ao mesmo tempo, justificar sua existência no ensino superior. Em que pesem, no entanto, esses aspectos producentes, o movimento disciplinar da EF não pôde conter os efeitos colaterais da dinâmica organizacional proposta, sobretudo no que tange à fragmentação da EF em diferentes subáreas que não apenas pouco se comunicam, mas também concorrem pela definição do todo no campo. De qualquer modo, o movimento disciplinar ao reconhecer no movimento humano o conector comum das diferentes frentes de investigação da área não só induziu como também tornou crível o processo de organização da EF como uma ciência autônoma.

Cinesiologia; Educação; Ensino superior; Epistemologia

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