Acessibilidade / Reportar erro

Descentralização da educação de surdos no Brasil e seus desdobramentos no Espírito Santo

Resumo

Este artigo resulta de uma pesquisa mais ampla cuja finalidade foi estudar a alfabetização de surdos no Espírito Santo, Brasil, no período de 1950 a 1970. Objetiva, especificamente, compreender o processo de descentralização da educação/alfabetização de surdos no Brasil e a consequente criação das primeiras classes de alfabetização de crianças surdas no Espírito Santo, quanto aos aspectos políticos e administrativos. Adota a pesquisa histórica e o documento/texto como objeto central de análise. Toma como referência teórica a concepção de História proposta por Marc Bloch e a perspectiva bakhtiniana de linguagem para compreender o texto/documento como um enunciado produzido por sujeitos no seu tempo. Concluiu-se que a Campanha para a Educação do Surdo Brasileiro foi fundamental para viabilizar o projeto econômico e social que objetivava de descentralizar a escolarização e garantir que o maior número de estudantes surdos brasileiros, até então alijados do direito constitucional à educação, pudessem aprender a língua oficial do país, objetivo central da alfabetização da época. A descentralização da educação de surdos no Espírito Santo, por sua vez, ocorreu, mas dependeu, em grande medida, das parcerias entre as instituições públicas e privadas. Se, por um lado, essas parcerias adiaram a oferta da escolarização como direito, por outro lado, viabilizaram as condições concretas para a educação de um grupo de pessoas, até então excluídas desse processo.

Educação de surdos; Educação especial; Descentralização

Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo Av. da Universidade, 308 - Biblioteca, 1º andar 05508-040 - São Paulo SP Brasil, Tel./Fax.: (55 11) 30913520 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: revedu@usp.br