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Isócrates, professor de philosophíaI I - Uma versão preliminar deste texto foi apresentada durante o Colóquio Isócrates e as Filosofias (FFLCH-USP) e no II Congresso Brasileiro de Retórica (UFMG), ambos realizados em agosto de 2012. Nas duas ocasiões, foram muito importantes as observações recebidas dos colegas que comentaram nossa apresentação, às quais sinceramente agradecemos e buscamos levar em conta. A pesquisa que deu origem ao texto refere-se ao projeto Fapesp 2010/20871-8.

Isocrates, teacher of philosophíaI I - A preliminary version of this text was presented during the Colloquium Isócrates e as Filosofias [Isocrates and Philosophies] (FFLCH-USP) and the II Congresso Brasileiro de Retórica [II Brazilian Congress of Rhetoric] (UFMG), both held in August 2012. On both occasions, the comments received from colleagues were very important, which I sincerely thank and have sought to take into account. The research that originated this paper refers to São Paulo Research Foundation Project 2010/20871-8.

Resumo

O artigo apresenta o magistério de Isócrates (436-338 a.C.), autor ateniense contemporâneo de Platão, e suas concepções acerca da forma e dos propósitos da paideía ou educação, que ele denominava, em seu conjunto, philosophía. Para tanto, descrevem-se o rol dos alunos que Isócrates teria tido, a popularidade de sua escola e o testemunho, por outros autores da Antiguidade, de sua influência educativa. Em seguida, discute-se a definição isocrática de philosophía, apresentada, por vezes, como um empenho intelectual conjugado à experiência; em outros momentos, como a cultura ou paideía criada por Atenas, cidade em que o lógos, em seu duplo sentido de razão e discurso, ocupava lugar de excepcional importância. Por fim, passa-se dessa definição geral de philosophía para aquela que a apresenta como um procedimento educativo deliberado, sendo que o professado por Isócrates em sua escola seria, segundo ele, o único a merecer, de todo direito, o título de philosophía. Descreve-se, então, a philosophía de Isócrates, com seus princípios mais importantes, a dóxa, ou opinião; a empeiría, ou experiência, e o kairós, ou ocasião, indicando as justificativas para essa opção e os resultados esperados de tal programa educativo, e de que modo tais princípios estariam presentes no que chamaríamos de seus métodos pedagógicos, dos quais se destaca a prática de Isócrates de submeter suas próprias obras à crítica de seus alunos, em um formato de discussão ou debate próximo do que denominaríamos, hoje, de seminário.

Isócrates; Educação; Filosofia; Retórica

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