Acessibilidade / Reportar erro

TRABALHO LABORATORIAL E PRÁTICAS DE AVALIAÇÃO DE PROFESSORES DE CIÊNCIAS FÍSICO-QUÍMICAS DO ENSINO BÁSICO

PHYSICS AND CHEMISTRY TEACHERS PERSPECTIVES ABOUT LABORATORIAL WORK AND ASSESSMENT PRACTICES

Resumos

Na última década em Portugal, tem-se assistido a uma mudança nos currículos de ciências e nas orientações curriculares dirigidas à avaliação. Neste contexto, pretendeu-se caracterizar as perspectivas de ensino e aprendizagem de professores de Ciências Físico- Químicas do Ensino Básico, analisando o trabalho laboratorial que desenvolvem e as formas de o avaliar. Este estudo envolveu três professores em início de carreira. Para a recolha de dados recorreu-se a entrevistas, a observação de aulas e a documentos. Os resultados sugerem que o trabalho laboratorial não é frequente nas aulas dos participantes e quando implementado apresenta um carácter verificativo e demonstrativo. Os professores demonstraram dificuldades na avaliação das aprendizagens dos alunos, o que é coerente com uma perspectiva de ensino e aprendizagem tradicional.

Trabalho laboratorial; avaliação; perspectivas de ensino e aprendizagem


During the last decade in Portugal the curricula had undergone several changes, especially towards assessment. In this context, by the analysis of teachers' laboratory work and the ways of assessing it, we seek to identify and characterise teachers' teaching and learning. This study involves three beginning teachers of chemistry and physics. Classroom observation, interviews and documents were the instruments of collecting data. In this study's findings it seems clear that laboratorial work is not much developed in teachers' practices and often is described as demonstrative and illustrative. All participants in this study revealed great difficulties in implementing laboratory work assessment, what is consistent with a teaching and learning perspective that still remains traditional.

Laboratory work; assessment; teaching and learning perspectives


Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

  • ABRANTES, P. Reorganização curricular do ensino básico: Princípios, medidas e implicações. Lisboa: Ministério da Educação, 2001.
  • ALMEIDA, A. (1995) O trabalho experimental na educação em Ciência: Epistemologia, representações e práticas dos professores. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências) - Faculdade de Ciência e Tecnologia, Universidade Nova de Lisboa, Lisboa, 1995.
  • ALMEIDA, A. Papel do Trabalho Experimental na Educação em Ciências. Comunicar Ciência, v.1, n.1. Lisboa: Ministério da Educação, 1998.
  • ALMEIDA, A. Educação em Ciências e Trabalho Experimental: Emergência de uma Nova Concepção. In: VERÍSSIMO, A.; PEDROSA, A. e RIBEIRO, R. (Eds.). (Re)Pensar o Ensino das Ciências. Lisboa: Ministério da Educação, 2001, p. 51-73.
  • ALVES, M. Currículo e avaliação: Uma perspectiva integrada. Porto: Porto Editora, 2004.
  • BOGDAN, R. e BIKLEN, S. Investigação qualitativa em educação: Uma introdução à teoria e aos métodos. Porto: Porto Editora, 1994.
  • BORKO, H. et al. Teachers' developing ideas and practices about mathematics performance assessment: Sucesses, stumbling blocks, and implications for professional development. Teaching and Teacher Education, v. 13, n. 3, p. 259-278. 1997.
  • BYBEE, R. Teaching science as inquiry. In: MINSTRELL, J. e VAN ZEE, E. (Eds.). Inquiring into inquiry learning and teaching in science. Washington, DC: American Association for the Advancement of Science, 2000, p. 20-46.
  • CACHAPUZ, A. et al. O Trabalho experimental nas aulas de física e química - uma perspectiva nacional. Gazeta da Física, Lisboa, v.12, n. 2, p. 65-69. 1989.
  • CACHAPUZ, A. F. (Org). Perspectivas de ensino. Textos de apoio, n°1. Porto: Centro de Estudos de Educação em Ciência, 2000.
  • DE KETELE, J. A propósito das noções de avaliação formativa, de avaliação sumativa, de individualização e de diferenciação. In: ALLAL, L.; CARDINET, J.; PERRENOUD, P. (Orgs). A avaliação formativa num ensino diferenciado. Coimbra: Livraria Almedina, 1986, p. 211-218.
  • DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO BÁSICA. Currículo nacional do ensino básico - Competências Essenciais. Lisboa: Ministério da Educação, 2001.
  • DRIVER, R. The pupil as a scientist. Buckingham/Philadelphia: Open University, 1983.
  • EARL, L. M. Assessment as learning. Using classroom assessment to maximize student learning. California: Corwin, 2003.
  • FERNANDES, D. Avaliação das aprendizagens. Desafios às teorias, práticas e políticas. Lisboa: Texto Editores, 2005.
  • FREIRE, A. (1991) Contributo para uma tipologia de concepções de ensino da Física. Dissertação (Mestrado em Metodologia do Ensino das Ciências) - Departamento de Educação da Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa, Lisboa, 1991.
  • FREIRE, A. Mudança de concepções de ensino dos professores num processo de reforma curricular. In: ME-DEB (Ed.). Flexibilidade curricular, cidadania e comunicação. Lisboa: Ministério da Educação, 2004, p. 265-280.
  • GALVÃO, C. et al. Ciências Físicas e Naturais. Orientações curriculares para o 3° ciclo do ensino básico. Lisboa: Ministérios da Educação, 2002.
  • GALVÃO, C. et al. Avaliação de competências em ciências: Sugestões para professores do ensino básico e secundário. Porto: ASA, 2006.
  • HADJI, C. A avaliação, regras do jogo. Das intenções aos instrumentos. Porto: Porto Editora, 1994.
  • HODSON, D. Philosophy of science, science and science education. Studies in Science Education, v. 12, p. 25-57. 1985.
  • HODSON, D. Experiments in science and science teaching. Educational Philosophy and Theory, v.20, n.2, p. 53-66. 1988.
  • HODSON, D. A critical look at practical work in school science. School Science Review, v.70, n. 256, p. 33-40. 1990.
  • HODSON, D. Rethinking old ways: towards a more critical approach to practical work in school science., Studies in Science Education v.22, p 85-142. 1993.
  • HOFSTEIN, A. The laboratory in Chemistry education: thirty years of experience with developments, implementation, and research. Chemistry Education Research and Practice, v.5, n.3, p. 247-264. 2004.
  • HOFSTEIN, A. e LUNETTA, V. The role of the laboratory in science teaching: Neglected aspects of research. Review of Educational Research, v.52, p. 201-217. 1982.
  • HOFSTEIN, A. e LUNETTA, V.The laboratory in science education: Foundation for the 21 st century. Science Education, v.88, p. 28-54. 2004.
  • LEITE, L. As actividades laboratoriais e a avaliação das aprendizagens dos alunos. In: SEQUEIRA, M. et al. (Eds ). Trabalho prático experimental em ciências. Braga: Universidade do Minho, 2000, p. 92-108.
  • LUNETTA, V. The school science laboratory: Historical perspectives and context for contemporary teaching. In: FRASER, B. J. e TOBIN, K. G. (Eds.). International Handbook of Science Education Boston/London: Kluwer Academic Publishers, 1998, p. 349-264.
  • MARTINS, A. et al. Livro branco da Física e da Química: Diagnóstico 2000, Recomendações 2002. Lisboa: Ministério da Educação, 2002.
  • MERRIAM, S. B. Case study research in education: A qualitative approach. San Francisco: Jossey Bass, 1988.
  • MIGUENS, M. Actividades práticas na educação em Ciência: Que modalidades?. Aprender, Portalegre, v.14, p. 39-44, 1991.
  • MILES, M. B. e HUBERMAN, A. M. Qualitative data analysis: An expanded sourcebook, 2.ed. Thousand Oaks: SAGE, 1994.
  • NATIONAL RESEARCH COUNCIL. National Science Education Standards. Washington, DC: National Academy Press, 1996.
  • NATIONAL RESEARCH COUNCIL. Inquiry and the National Science Education Standards. Washington, DC: National Academy Press, 2000.
  • OLIVEIRA, M. T. (1999). Trabalho Experimental e Formação de Professores. Ensino Experimental e Construção de Saberes. Lisboa: Conselho Nacional de Educação - Ministério da Educação, 35-53.
  • PATTON, M. Q. Qualitative evaluation methods. Newbury Park: SAGE, 1990.
  • PERALTA, M. Como avaliar competência(s)? Algumas considerações. In: ABRANTES, P.e ARAÚJO, F. (Eds). Reorganização curricular do ensino básico: Avaliação das aprendizagens - das concepções às práticas. Lisboa: Ministério da Educação, 2002, p. 27-33.
  • PONTE, J. P. et al. Didáctica da matemática - ensino secundário. Lisboa: Ministério da Educação, 1997.
  • SANTOS, A. (1999) Trabalho experimental em educação em ciência - concepções e práticas dos professores. Dissertação (Mestrado em Didáctica das Ciências) - Universidade do Minho, Braga, 1999.
  • TAMIR, P. Evaluation of student laboratory work and its role in developing policy. In: HEGGARTY-HAZEL, E. (Ed.). The student laboratory and the science curriculum. Londres: Routledge, 1990, p. 242-266.
  • TILLEMA, H. Belief change towards self-directed learning in student teachers: immersion in practice or reflection on action., Teaching and Teacher Education v.16, n.5/6, p. 575-591. 2000.
  • WELLINGTON, J. (1998). Practical work in science: Time for a reappraisal. In: WELLINGTON, J. (Ed.). Practical work in school science: Which way now? London: Routledge, 1998, p. 3-15.
  • YIN, R. Case study research: design and methods. Thousand Oaks/London: SAGE, 2003.
  • VALADARES, J.; GRAÇA, M. Avaliando para melhorar a aprendizagem. Lisboa: Plátano Editora, 1998.
  • VYGOTSKY, L. S. Mind in society: The development of higher psychological processes. Cambridge: Harvard University Press, 1978.
  • 1
    Marisa Correia - Escola Superior de Educação de Santarém, Portugal - marisa.correia@ese.ipsantarem.pt
  • 2
    Ana Freire - Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Portugal - afreire@fc.ul.pt

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jun 2009

Histórico

  • Recebido
    28 Jan 2008
  • Aceito
    19 Maio 2009
Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais Av. Antonio Carlos, 6627, CEP 31270-901 Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, Tel.: (55 31) 3409-5338, Fax: (55 31) 3409-5337 - Belo Horizonte - MG - Brazil
E-mail: ensaio@fae.ufmg.br