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Editorial

Editorial

Em sua trajetória de trinta e quatro anos, a Educar em Revista passou por inúmeras transformações para responder a preocupações e expectativas dos editores quanto à qualidade da publicação e sua potencialidade na difusão do conhecimento científico no campo educacional.

Com este número, assumimos a responsabilidade editorial e, consequentemente, o compromisso de continuar trabalhando para o aperfeiçoamento deste periódico do Setor de Educação da UFPR. Entre as ações pretendidas para os próximos dois anos, destacamos a periodicidade trimestral a partir deste número, a ampliação do quadro de pareceristas ad hoc de outras regiões do país e do exterior e a indexação em outras bases internacionais, além de outras medidas necessárias a garantia dos padrões editoriais requeridos.

O número quarenta vem a público no momento em que a Educar em Revista se consolida como periódico qualificado no estrato A, respondendo portanto a uma avaliação que reconhece o esforço realizado pelos editores e pelo conjunto dos colaboradores ao longo desses anos.

Nesse processo, o horizonte de expectativas dos seus editores tem sido o firme propósito de assegurar a divulgação das reflexões e sistematizações produzidas por meio de pesquisas realizadas no âmbito nacional e internacional, bem como de contribuir para o debate científico e acadêmico na área educacional.

Como produto desse trabalho coletivo, a Educar em Revista conta, atualmente, com indexadores nacionais e internacionais, está disponibilizada em versão on line – o que potencializa um maior alcance -e um Conselho Editorial qualificado, que inclui pesquisadores brasileiros e internacionais.

Ao assumirmos a editoria da Educar em Revista, registramos o agradecimento a todos que tem colaborado para essa bem sucedida trajetória e que fazem parte dessa história, como os autores /as, consultores /as ad hoc, membros do Conselho Editorial Cientifico e Conselho Consultivo, professores e técnicos da UFPR.

Esse trabalho também não poderia ser possível sem a garantia dos apoios recebidos, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Fundação Araucária, da Pró-Reitoria de Pós-Graduação, da Editora e do Setor de Educação da Universidade Federal do Paraná, a quem, especialmente, agradecemos.

Acreditamos e esperamos manter este esforço conjunto, pois entendemos que somente ele torna possível, em tempos de dificuldades, produzir, publicar e manter um periódico científico como a Educar em Revista.

O dossiê publicado neste número, intitulado Geotecnologias e Educação, foi organizado pela Dra. Cristiane Gioppo com o intuito de ampliar as possibilidades de discussão sobre a produção de materiais didáticos alternativos para a Educação em Ciências e suas relações com a formação de professores. Abordando temas ainda pouco explorados pela pesquisa entre nós, os artigos que compõem o dossiê trazem as contribuições de três pesquisadoras norte-americanas e de três grupos de pesquisadores brasileiros. Acrescenta-se aos artigos uma resenha de obra que exemplifica a contribuição das imagens de satélite para o estudo do ambiente e seus fenômenos.

A seção de artigos de demanda contínua expressa a multiplicidade de questões de pesquisa e de abordagens que compõem, hoje, o campo da investigação educacional. No âmbito dos estudos históricos, dois artigos estão presentes neste número da Educar em Revista. O artigo de Laura Salerno e Maria Teresa Santos Cunha aborda o papel da imprensa feminina na educação das mulheres letradas, uma vez que, para as autoras, como "conselheiras e confidentes" essas revistas femininas veicularam padrões de comportamento e configuraram papéis exercidos pelas mulheres naquele período. As fontes examinadas são exemplares da revista Querida publicadas entre 1958 e 1968.

O segundo artigo apresenta resultados de pesquisa que examina o Regimento Interno das Aulas Publicas de 1.as Letras da Província do Espírito Santo (1871) e o método de ensino da leitura e da escrita proposto nesse Regimento. A autora, Cláudia Maria Mendes Gontijo evidencia os elementos do método mútuo que marcaram o ensino da leitura e escrita naquele período e, assim, apresenta uma contribuição aos estudos da História da Alfabetização no país.

As práticas de ensino estão em destaque em dois artigos. No primeiro, Ensinar e aprender Química: a percepção dos professores do ensino médio, o grupo de autores relata os resultados de pesquisa com 93 professores de escolas estaduais de Minas Gerais que apontam causas das dificuldades para o ensino e a aprendizagem da disciplina. Ana Luiza de Quadros, Dayse Carvalho da Silva, Frank Pereira de Andrade, Helga Gabriela Aleme, Sheila Rodrigues Oliveira e Gilson de Freitas Silva destacam que, segundo os participantes da pesquisa, soluções para os problemas identificados dependem fundamentalmente de melhorias na infra-estrutura das escolas.

A relação entre músicas, mídias e escola é tema do segundo artigo que focaliza as práticas escolares e busca "entender como alunos de escolas públicas e particulares vivenciam, expressam e significam os objetos musicais midiáticos, em que contextos, tempos, e sob quais mediações numa sociedade em que prevalecem os imperativos mercadológicos". A partir de questionários, observações e entrevistas, Maria José Dozza Subtil, evidencia que "embora a televisão seja ainda um importante meio de consumo e fruição da música, cada vez mais, em especial com os adolescentes, a internet e as tecnologias digitais assumem a dianteira nesse processo".

Na seqüência, Jean Mac Cole Tavares Santos discute resultados de estudo sobre o Exame Nacional de Ensino Médio – ENEM criado em 1998, defendendo a posição de que esse exame "nasce visando ser um instrumento governamental para forçar um currículo de base nacional", mas que foi perdendo sua função reguladora da qualidade do ensino "na medida em que as escolas foram encontrando formas de preparar para o exame em momentos extra sala de aula".

Finalmente, uma discussão específica sobre as representações sobre Educação entre trabalhadores rurais assentados da Reforma Agrária coloca em debate a Educação do Campo em toda sua complexidade. Alessandro Augusto de Oliveira destaca que "Avalorização da educação escolar entre os assentados adultos é uma cantiga atravessada por "ruídos" como as trajetórias pessoais de exclusão da escola; a itinerância sistemática (...) que transforma cada novo lugar de chegada em momento de reordenamento da vida e reinserção social; as experiências de refundação do presente que se instaura quando se é acampado e, posteriormente, assentado; e, também, pelo abandono com que os poderes públicos, ao longo dos anos, têm tratado o conjunto de demandas socioeconômico-culturais das populações assentadas".

Portanto, o conjunto de artigos incluídos na seção de demanda contínua deste número permite apreender a multiplicidade de questões que instigam os investigadores educacionais e, ainda, a urgência de temas que, diversos, encontram sua unidade na preocupação com a educação e com a escolarização da população brasileira.

Curitiba, junho de 2011

Maria Auxiliadora Moreira dos Santos Schmidt

Tânia Maria Figueiredo Braga Garcia

Editoras

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    11 Out 2011
  • Data do Fascículo
    Jun 2011
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