Como vêm se construindo no Brasil processos sociais de garantia de igualdade de direitos e de direito à diferença nas relações étnicas, de gênero, geracionais, assim como nos campos da ecologia e do associativismo? Esta tensão entre igualdade e diferença, unidade e pluralidade se constitui na problemática central em torno da qual se configura o desenvolvimento das redes de cooperação científica e social, potencializado pelo Projeto Rizoma. Este projeto, constituído no âmbito do Plano Sul de Pesquisa e Pós-Graduação (financiado pelo CNPq e Funcitec em 2001-2003), foi mobilizado polissemicamente por quatro Núcleos de Pesquisa. Mediante suas atividades, que culminaram na organização de um seminário internacional, o Projeto Rizoma focaliza o caráter multidimensional e complexo da interação entre sujeitos de identidades culturais diferentes. Busca desenvolver concepções e propostas que favoreçam o enfrentamento dos conflitos sociais, na direção de superação das estratégias socioculturais geradoras de discriminação, de exclusão ou de sujeição que vêm se manifestando no mundo globalizado, nas relações entre nações, entre etnias, entre classes sociais, entre gerações, entre religiões, entre movimentos sociais e, de modo particular, nas relações interculturais e de gênero. As pesquisas e os debates desenvolvidos evidenciam novas perspectivas epistemológicas que permitem o entendimento do hibridismo e da ambivalência, ou seja, dos contextos intersticiais que constituem os campos identitários, subjetivos e coletivos, nas relações e nos processos interculturais.
educação intercultural; gênero; movimentos sociais; economia solidária; identidade; diferença; mediações