O artigo tem por objetivo refletir sobre os nexos entre seletividade ocupacional e requerimentos de qualificação numa conjuntura de intensa reestruturação industrial. Para tanto, procura responder duas questões. Primeira: quem tem sobrevivido ao ajuste ocorrido no mercado de trabalho industrial no Brasil dos anos 90? Isto é, que credenciais de qualificação permitiram tal sobrevivência? Segunda: qual o tipo de inserção oferecida aos que lograram permanecer integrados a estas indústrias? Isto é, em que tipo de postos de trabalho sobreviveram tais trabalhadores remanescentes? Para ilustrar a análise, toma-se em consideração um segmento especial - a indústria química - exemplar pelas intensas mudanças que sofreu nos anos 90 e também pela prévia e elevada seletividade de seus critérios de recrutamento. A análise empírica se baseia em estatísticas do Ministério do Trabalho (Rais-Caged).
mercado de trabalho; seletividade; qualificação; indústria química