O objetivo deste artigo é apontar reflexões oriundas de pesquisa qualitativa realizada com professores e assistentes sociais que se dedicam à educação de adolescentes internados em unidades de custódia, apontando os sentimentos desses educadores, suas responsabilidades e as contribuições que se retiram de suas práticas. As educadoras entrevistadas experienciam o tempo paradoxal, simultaneamente pautado pela estagnação e pela ausência de caminhos e perspectivas que conduzam a uma transformação. A ausência de incentivos, investimentos e políticas públicas específicas e direcionadas ao trabalho que realizam determina a fragmentação do trabalho, significativamente dissociado das escolas, famílias e comunidade em que o adolescente está inserido. Percebe-se em suas falas que cabe também à FEBEM e ao Judiciário abandonar a antiga noção de punição, disciplina e repressão e entender a necessidade de investir na escola e em medidas socioeducativas como momentos de cunho eminentemente pedagógico.
Trabalho docente; Adolescentes infratores; Estabelecimentos de custódia