Acessibilidade / Reportar erro

Atendimento e precariedade no esgotamento sanitário em comunidades rurais do estado de Goiás, Brasil

RESUMO

Em comunidades rurais, o índice de atendimento aos serviços de esgotamento sanitário é baixo, representando condições precárias de saneamento, com lançamento de efluentes em fossas rudimentares ou a céu aberto. O conhecimento das frações de efluentes geradas e os locais de seu lançamento são importantes, uma vez que a destinação inadequada gera problemas de saúde pública e impacta negativamente o meio ambiente. Desta forma, o objetivo do trabalho foi identificar as quantidades de frações de efluentes geradas e o déficit do esgotamento sanitário em comunidades rurais do estado de Goiás. A área de estudo contemplou 97 comunidades rurais, das quais coletou-se dados quanto à existência de banheiro e às alternativas e locais de disposição das frações do esgoto doméstico, como fezes separado da urina. Os resultados apontaram para ausência de banheiro em 6,6% dos domicílios rurais analisados, sendo 2,5 e 18,2% nos domicílios dos assentamentos e quilombolas respectivamente, destacando neste último a ocorrência de disposição a céu aberto ou ribeirão em 13,7%. Observou-se uso predominante de fossas rudimentares para recebimento de esgotos e águas fecais, enquanto a água cinza produzida por pias de cozinha e tanques de lavar roupas é disposta principalmente no quintal, representando o maior déficit nas comunidades. Assim, a maioria dos domicílios apresenta déficit de esgotamento sanitário por ausência de atendimento, devido ao lançamento de efluentes sem tratamento em valas/céu aberto, principalmente as águas cinza, e precariedade de atendimento devido à disposição não segura de efluentes tratados ou uso de fossas rudimentares. Foram constatadas poucas tecnologias alternativas para tratamento de efluentes, sendo identificadas fossas ecológicas, biodigestor e fossa de pedra Tapiocanga. Concluiu-se que o déficit do esgotamento nos domicílios das comunidades visitadas é elevado, devido ao lançamento de efluentes sem tratamento e ao uso de fossas rudimentares, caracterizado como ausência e precariedade de atendimento, respectivamente, constatado em 84,6% dos domicílios.

Palavras-chave:
esgoto; fossa; déficit; quilombola; assentamento rural; ribeirinho

Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental - ABES Av. Beira Mar, 216 - 13º Andar - Castelo, 20021-060 Rio de Janeiro - RJ - Brasil - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: esa@abes-dn.org.br