Resumo
O diagnóstico e tratamento de uma doença ameaçadora à continuidade da vida repercutem no desenvolvimento infantil e impactam a família. Este estudo teve por objetivo investigar o luto relacionado ao impacto das modificações corporais e psicossociais decorrentes do transplante de medula óssea na perspectiva de pacientes adolescentes e seus pais. Trata-se de um estudo qualitativo, descritivo e exploratório, de corte transversal. Participaram do estudo nove díades (pacientes e mães/pais). A coleta de dados se deu por meio de entrevistas semiestruturadas audiogravadas. A análise temática possibilitou elaborar três categorias: perdas decorrentes do adoecimento; novas perdas vivenciadas com o tratamento e aprendendo a apreciar os ganhos da experiência adversa. Os resultados mostram que o transplante repercute em agravos que transcendem a dimensão física e incluem prejuízos sociais, alterações da imagem corporal e perda de amigos. No entanto, uma vez ultrapassada a jornada radical do transplante, os participantes conotam positivamente a experiência vivida, identificando benefícios que ultrapassam a recuperação da saúde física, como amadurecimento emocional, melhora na autoestima e na capacidade de socialização.
Palavras-chave
Adolescentes; Transplante de medula óssea; Cuidadores; Luto; Pais