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Observação da relação mãe-bebê pertencentes à classe trabalhadora durante o primeiro ano de vida

Observation of mother-child relationship belonging to the working class in the first year of life

Resumos

A presente pesquisa tem por objetivo realizar um estudo da subjetividade da relação mãe-bebê, no contexto social brasileiro, pertencentes às classes trabalhadoras populares. Partindo do trabalho de René Spitz e de seu estudo das relações objetaisduranteo primeiro ano de vida da criança, utilizando uma abordagem metodológica psicanalítica e a técnica da observação participante, observamos três díades durante o primeiro ano de vida dos bebês, na cidade de Tarumã, interior do Estado de São Paulo. Os dados foram obtidos por meio de visitas semanais de observação, com uma hora de duração cada uma. Depois de coletados, os dados foram analisados e comparados com a teoria de Spitz. Os resultados encontrados não diferem dos de Spitz, embora tenhamos encontrado uma especificidade na subjetividade das famílias pertencentes à classe trabalhadora popular.

observação de bebês; relação mãe-bebê; observação participante; subjetividade; organizadores; relações objetais


The aim of this research is to analyze the subjectivity of mother-child relationship in Brazilliam working class. Starting from René spitz's work on object relationships in the first year of a child's life, and using a psychoanalytical methodology approach and a sharing participation technique, three dyads during lhe infant's first year at Tarumã, an inland town of São Paulo State were observed. The data were obtained from weekly one-hour visit. They were analyzed and compared according spitz's theory. The results were not difterent from Spitz's, although they revealed a specific subjectivity from working class families.

observing babies; monther-child relationship; subjectivity; sharing-participation; organizers; object relationship


ARTIGOS

Observação da relação mãe-bebê pertencentes à classe trabalhadora durante o primeiro ano de vida* * Este artigo foi produzido a partir de uma pesquisa realizada em Nível de Iniciação Científica por Sílvio José Benelli, sob orientação do Prof. Or. Roberto Yutaka Sagawa, com financiamento da FAPESP.

Observation of mother-child relationship belonging to the working class in the first year of life

Sílvio José BenelliI; Roberto Vutaka SagawaII

IAluno do 4º ano do Curso de Psicologia, Faculdade de Ciências e letras, UNESP, Assis, S.P. Indicação de endereço para correspondência: SílVIO JOSÉ BENElLl Av. Tarumã, 577. Centro. Tarumã, S. P., CEP 19820-000 Fone: (18) 329-1234

IIProfessor Assistente Doutor junto ao Departamento de Psicologia Clínica da Faculdade de Ciências e letras, UNESP, Assis, S.P

RESUMO

A presente pesquisa tem por objetivo realizar um estudo da subjetividade da relação mãe-bebê, no contexto social brasileiro, pertencentes às classes trabalhadoras populares. Partindo do trabalho de René Spitz e de seu estudo das relações objetaisduranteo primeiro ano de vida da criança, utilizando uma abordagem metodológica psicanalítica e a técnica da observação participante, observamos três díades durante o primeiro ano de vida dos bebês, na cidade de Tarumã, interior do Estado de São Paulo. Os dados foram obtidos por meio de visitas semanais de observação, com uma hora de duração cada uma. Depois de coletados, os dados foram analisados e comparados com a teoria de Spitz. Os resultados encontrados não diferem dos de Spitz, embora tenhamos encontrado uma especificidade na subjetividade das famílias pertencentes à classe trabalhadora popular.

Palavras-chave: observação de bebês, relação mãe-bebê, observação participante, subjetividade, organizadores, relações objetais.

ABSTRACT

The aim of this research is to analyze the subjectivity of mother-child relationship in Brazilliam working class. Starting from René spitz's work on object relationships in the first year of a child's life, and using a psychoanalytical methodology approach and a sharing participation technique, three dyads during lhe infant's first year at Tarumã, an inland town of São Paulo State were observed. The data were obtained from weekly one-hour visit. They were analyzed and compared according spitz's theory.

The results were not difterent from Spitz's, although they revealed a specific subjectivity from working class families.

Key-words: observing babies, monther-child relationship, subjectivity, sharing-participation, organizers, object relationship.

A RELAÇÃO MÃE-BEBÊ COMO OBJETO DE ESTUDO

Existe um especial interesse da Psicologia pelo tema da infância. Seus assuntos clássicos tais como a subjetividade, a identidade e a personalidade, têm na infância uma referência imprescindível. Há uma infinidadede pesquisas e trabalhos produzidos por psicólogos a respeito do desenvolvimento infantil, da família, da relação mãe/bebê e de muitos outros, aspectos que, direta ou indiretamente,têm implicaçõesnas concepções sociais e nas práticas institucionais relativas às crianças. A interação mãe-bebê tem sido considerada como objeto de estudo por vários psicanalistas, os quais enfatizam a importância das estruturas internas dessa relação diádica. Nestas páginas, vamos nos dedicar à René Spitz, a sua teoria das relações objetais e metodologia, nos quais nos baseamos para a realização deste trabalho.

O PRIMEIRO ANO DE VIDA DO BEBÊ

No século XX, uma das figuras mais importantes no campo de estudo do bebê foi René Spitz, que foi pioneiro na pesquisa com bebês e cujos estudos permanecem pertinentes. O tema em que se ocupa Spitz em seus vários trabalhos (Spitz, [1954] 1960, 1969, [1965]1996) é o da relação de objeto, tomada em seu sentido mais amplo, compreendendo, ao mesmo tempo, sua acepção no sentido psicanalítico: a relação objetal libidinal e uma acepção mais concreta que é a da interação intersubjetiva.

Em sua pesquisa com bebês, Spitz pretendeu realizar uma investigação experimental e' rigorosa, como uma continuidade linear e explícita da teoria freudiana da sexualidade. Spitz quer explicar como se configura o surgimento do psiquismo, ou seja, qual é a origem das relações objetais, sinônimo do objeto libidinal freudiano. Para tanto, em 1935, ele começou uma série de observações e experimentos com crianças recém-nascidas, iniciando suas publicações. O trabalho de Spitz foi muito importante principalmente quanto à questão da metodologia, por seu recurso sistemático à observação direta, e por sua compreensão das relações normais e patológicas entre o bebê e sua mãe.

Os estudos de Spitz colocaram em evidência a grande importância da relação mãe-filho e seu aspecto vital, pois sabemos que, em numerosos casos de privação materna, de acordo com Spitz (1945, 1946a), e possível observar-se uma fraca resistência à infecções e umataxa de mortalidade realmente espantosa. Ele também demonstrou que as relações afetivas, geralmente associadas ao campo puramente psicológico, têm um impacto em nível fisiológico e físico, influenciando diretamente a prática pediátrica.

Em 1965, Spitz publicou a versão final de The first year of life ("O Primeiro ano de Vida", 1996), sendo esta a obra na qual ele recolheu e sistematizou, de modo definitivo, o conjunto de suas pesquisas.

Spitz contribuiu com o importante conceito de organiza dores da psique. Em analogia com adescoberta de períodos críticos para o aprendizado em animais, ele distingue períodos críticos no crescimento da criança longe da mãe. Nestes períodos, as correntes do desenvolvimento integram-se mutuamente nos diversos setores da personalidade, assim como as emergentes funções e capacidades resultam dos processos maturativos. O resultado dessa integração é uma reestruturação do sistema psíquico em um nível mais elevado de complexidade (Spitz[1954] 1960, 1967).

O primeiro estágio se inicia no nascimento e vai até aproximadamente meados do terceiro mês, conhecido como estágio de não-diferenciação. Não existe diferenciação entre o soma e o psíquico, nem entre ego e id. Também não há diferenciação entre os estímulos recebidos e o comportamento é inespecífico, respondendo a um estímulo casualmente.

No terceiro mês de vida, esse quadro sofre uma modificação. Essa idade se refere apenas a uma média aproximativa, havendo uma considerável variação nos indivíduos, de cerca de dois meses para menos ou para mais. Oindicador dessa mudança é a resposta de sorriso do bebê. Nesse período, quando colocamos nosso rosto diretamente em frente ao bebê, em qualquer espécie de movimento, ele responderá reagindo com um sorriso. Mas não se trata de que o bebê reaja a um indivíduo que ele conhece - ele reage apenas a um percepto com atributos de gestalt. A configuração específica dessa gestalt consiste nos dois olhos, nariz e testa em movimento (Spitz, [1965]1996, p. 65 ss.).

Assim, a reposta de sorriso é um indicador de que um amplo processo de organização aconteceu na psique do bebê: o consciente separou-se do inconsciente, já que o reconhecimento, expresso no ato de sorrir, é claramente um sinal de consciência que dirige intencionalmente os seus atos. Está surgindo um ego rudimentar e corporal, uma organização diretora central. A contrapartida da constituição de um ego rudimentar é o estabelecimento do id. Um ego rudimentar surge como executivo do id, influenciando o funcionamento deste, canalizando, inibindo ou facilitando suas descargas.

Duas correntes trabalham juntas na formação do psiquismo do bebê. Uma é representada pelo processo maturativo; a outra é o desenvolvimento psicológico, isto é, uma modificação que produz um alto grau de diferenciação e que tem sua origem na influência ambiental exercida primariamente pelas relações contínuas com o objeto que satisfaz as necessidades, em todas as situações essenciais, para a sobrevivência do bebê. Nos primeiros três meses, predomina o processo maturativo. O desenvolvimento entra lentamente em seu território após o estabelecimento do primeiro organizador da psique, através dos padrões de ação do bebê em resposta ao comportamento da mãe.

O segundo organizador é a ansiedade dos oito meses,quando a criança exige consolo da mãe e somente da mãe, estranhando e reagindo com choro diante de pessoas desconhecidas. Isso indica que já se estabeleceu uma diferenciação entre a mãe e as outras pessoas.

O bebê, que até então havia sorrido muitas vezes com evidente prazer quando da aproximação de qualquer pessoa, subitamente passa a expressar graus variados de desagrado à aproximação de uma pessoa que lhe é pouco familiar. A reação pode ir desde um tímido baixar de olhos, passando pelo ato de esconder o rosto no lençol ou chegar até a choro e gritos. A conclusão é que o bebê tornou-se capaz de diferenciar as pessoas conhecidas das estranhas.

A resposta de ansiedade ou angústia dos oito meses é apontada por Spitz como o indicador de que foi estabelecido o objeto libidinal propriamente dito. Começa a época na qual o objeto de amor e as relações com ele assumem a maior importância. Um objeto de amor não pode existir antes que ele possa ser diferenciado de outros com segurança.

Esse segundo organizador também indica que grandes modificações intrapsíquicas estão ocorrendo no bebê. Nas semanas seguintes, ocorrem mudanças comportamentais importantes: as relações sociais tornam-se mais complexas, gestos sociais começam a ser entendidos e imitados daí em diante. As proibições e as ordens começam a ser compreendidas. Torna-se possível interromper uma atividade do bebê com um balançar da cabeça ou dizendo "não, não". O espaço vai ser compreendido e manipulado para além dos limites do berço, mesmo antes que a locomoção seja alcançada. Depois de mais ou menos dois meses, começa a haver alguma compreensão das relações entre as coisas, de forma que o bebê descobre que pode utilizar uma coisa como instrumento para alcançar outra.

O terceiro organizador é a resposta "não", primeiro como gesto e depois como uma palavra (Spitz, [1959]1979, [1957]1998).Devido à inúmerasexperiências desagradáveis, o "não" fica investido de uma catexia de agressão. Isso o torna adequado para exprimir a agressão. Por esta razão, o "não" é um mecanismo de identificação com o agressor e se volta contra o objeto libidinal. Uma vez ultrapassada essa fase, começa a da teimosia. O"não" aparece pela primeira vez por volta dos quinze meses de vida.

De acordo com Spitz, a aquisição do gesto "não" representa um ponto de clivagem no desenvolvimento mental e psicológico, iniciando-se uma nova etapa na forma de ser do indivíduo. Ele torna-se capaz de substituir a ação pela comunicação. Nessa etapa, a implantação dos mecanismos de defesa dá-se de forma mais permanente, coincidindo e interagindo com as manifestações da fase anal. No plano mental, a aquisição do gesto prenuncia o despertar das funções mentais superiores-a reversibilidade, desenvolvimento da linguagem e os processos de pensamento que envolvem abstração – e sua colocação a serviço da adaptação e do domínio.

Assim, o primeiro dos organizadores da psique estrutura a percepção e estabelece os rudimentos do ego. O segundo integra as relações de objeto com os impulsos e estabelece o ego como uma estrutura psíquica organizada com uma variedade de sistemas, mecanismos e funções. Finalmente, o terceiro organizador e abre caminho para o desenvolvimento de relações objetais segundo o padrão humano da comunicação semântica. Isso torna possível tanto o surgimento do "eu" quanto o início de relações sociais humanas.

A SUBJETIVIDADE DA CLASSE TRABALHADORA

Bernstein (1960, 1962, 1980), ao discutir as relações entre classe social, sistemas de fala e psicoterapia, procura caracterizar os diferentes segmentos da população denominados "classe trabalhadora inferior, semi ou não-especializada", diferenciando-a das classes médias e altas. Diferentes estruturas sociais geram diferentes subjetividades que, por sua vez, se expressam através de diferentes sistemas defalas. O autor sugere que a simplificação da estrutura social e a restrição da sinalização verbal têm suas origens na forma da relação social que constrange os falantes.

Provavelmente, a relação mãe-bebê, nesse contexto, seria forjada numa ligação profunda de forma não-verbal. Assim, grande parte da consciência que o bebê em desenvolvimento tem de sua mãe é menos acessível à verbalização: tanto as motivações e intenções da mãe e do bebê serão menos acessíveis a ambos, porque não foram objeto de exaustiva exploração verbal.

Sagawa (1996) constata a existência de uma "indiscriminação entre a realidade externa e a interna" por parte de pacientes atendidos em instituições públicas de saúde mental. Esses pacientes são originários de diferentes segmentos sociais que não os das classes médias e altas da realidade social brasileira. Essa característica seria uma manifestação da subjetividade das classes populares inferiores a que estamos aludindo constantemente. Segundo o autor, esse modo de constituição subjetiva exige uma atenção especial no atendimento clínico dessa população.

Pensamos que, de acordo com esses diferentes autores, os distintos segmentos das classes trabalhadoras, de modo especial aqueles caracterizados por uma semi ou não-especialização, não participam de modo efetivo dessa subjetividade individualizante e psicologizada que constitui o modo de ser das camadas economicamente mais favorecidas da sociedade brasileira.

A subjetividadeda relaçãomãe-bebê seria caracterizada por uma fala com uma organização simples, na qual os adjetivos e qualificativos são reduzidos, sobretudo aqueles que expressam sentimentos. Esse código restrito, conseqüência da estrutura social, não facilita a expressão verbal das intenções, crenças e motivações singulares e individuais. Trata-se de um código mais concreto, direto, voltado para a ação, capaz de manter a coesão grupal às custas de uma restrição da individuação de seus membros.

MÉTODO

A - Sujeitos

Contatamos e selecionamos 03 (três) casais de classe trabalhadora popular - cujas esposas estavam grávidas - que se dispuseram a colaborar com nossa pesquisa e trabalho de observação de seu bebê durante o seu primeiro ano de vida, em sua casa, na cidade e município de Tarumã, interior de São Paulo.

Os sujeitos foram selecionados de acordo com os critérios previamente estabelecidos: cada casal mora em uma casa, em relação informal, não legalizada, é de nível sócio-econômico baixo e tem pouca escolaridade, não tem qualquer qualificação profissional e o número de filhos varia em cada família selecionada.

B - Abordagem Metodológica Psicanalítica

Atualmente, existe um esforço em trabalhar a partir de uma perspectiva metodológica própria da Psicanálise em outros contextos que não o da clínica tradicional (Sagawa, 1999). Na Psicanálise, a técnica terapêutica é indissociável do método de investigação e a teoria psicanalítica não funciona como um viés universal que serve para uma aplicação direta e decifração consumada.

O método de investigação psicanalítico, ao ser tomado como a matriz geradora de uma técnica e de uma teoria, possibilita a renúncia a toda e qualquer teoria ou técnicas prévias ao fenômeno humano vivo, ampliando e sustentando uma área de não-saber, com a finalidade de realizar uma investigação dos processos psíquicos inconscientes.

Nesse sentido, o método de investigação embute, necessariamente, a área de não-saber e precederia (no sentido explicativo) a técnica terapêutica e a teoria psicológica. É essa condição de não-saber que permite a possibilidade de captaro fenômeno que está ocorrendo ao vivo. Tanto a teoria quanto a técnica ficam colocadas em suspenso, como um saber instituído, abrindo espaço para o não saber - o qual pode dar origem à constituição de qualquer saber - inclusive o de reconstituir um saber instituído.

Essa abertura para o não-saber, inerente ao método investigativo psicanalítico, pode contribuir para a realização de pesquisas da subjetividade, tomando a Psicanálise como o meio básico e estrutural de onde se partiria para realizar a investigação (Schaffa e Titan, 1999).

A observação da relação mãe-bebê teve como base metodológica a abordagem psicanalítica exatamente nesse sentido de sustentar um não-saber no próprio procedimento de observação. Nestes termos, não houve uma teoria psicanalítica tomada a priori como orientadora e determinante desta observação, embora haja explicitamente hipóteses psicanalíticas a serem investigadas.

Ao invés disso, a própria observação foi valorizada como matriz geradora de possível produção teórica. Assim, após a observação propriamente dita é que a teoria psicanalítica foi considerada como tal no confronto com as observações realizadas, numa etapa posterior de análise ou interpretação dos dados observados.

O constructo "organizador da psique" de Spitz é um modelo útil para apreender os fenômenos do desenvolvimento psíquico do bebê durante seu primeiro ano de vida. O conceito de organizador utilizado por Spitz justifica-se pela observação de que a evolução bem sucedida das transições de uma fase para a seguinte age como um catalisador que indica a ocorrência de uma mudança brusca no desenvolvimento infantil. A interdependência entre os setores do desenvolvimento do bebê (esfera somática, sistema mental e organização psíquica) torna o conceito de organizador o mais adequado para explicar a complexidade dos marcos distintivos de maturação e desenvolvimento atingidos, pelo bebê, permitindo condensar adequadamente e de forma inteligível sua multiplicidade.

C - Técnica de Observação Participante

Para realizar essa pesquisa, utilizamos a técnica da Observação Participante, qualitativa, rigorosa, sistemática e vivencial, desde uma perspectiva psicanalítica. É participativa, embora participativa não implique aqui num delineamento conjunto da mesma. Ela foi delineada e reorientada, quando necessário, para se manter adequada e sensível às características da situação. Entendemos a pesquisa como prática investigativa e participação enquanto valorização e uso das perspectivas vivenciadas pelos sujeitos envolvidos.

A Observação Participante foi do tipo não-estruturada, na qual os comportamentos observados não foram predeterminados; eles foram observados e relatados da forma como aconteceram, visando descrever e compreender o que estava ocorrendo na situação dada.

As vantagens dessa técnica, segundo Alves-Mazzotti (1998), são: independe do nível de conhecimento e da capacidade verbal dos sujeitos; permite "checar", na prática, a sinceridade de certas respostas ou comportamentos que poderiam ser dados apenas para "causar boa impressão"; permite identificar comportamentos não-intencionais ou inconscientes e explorar temas que os sujeitos não se sentem à vontade para discutir; e permite o registro do comportamento o mais próximo possível do seu contexto temporal e espacial. Opesquisador torna-se praticamente mais um membro do grupo sob observação. O grupo, familiarizado com sua presença, continuará desempenhando suas atividades normalmente. Com o passar do tempo, diminuirão as possíveis inibições e provavelmente não haverá tentativas de influenciá-lo com procedimentos que fujam ao seu comportamento normal.O observador deve conseguir um bom nível de integração grupal pelo fato de que os membros, acostumados com sua presença, se esquecer-se-ão ou ignorarão que há um estranho entre eles. Mas o observador não deve se tornar tão "participante" a ponto de perder a objetividade que o trabalho científico exige, passando a ver e a registrar os fatos como carregados de afetividade.

Trabalhamos com dados qualitativos, obtidos por meio de estudo longitudinal, englobando todo o contexto subjetivo dos sujeitos.

A técnica da Observação Participante envolveu três fases: (1) aproximação da díade-sujeito e estabelecimento de vínculos com ela; (2) realização da observação no contexto dos sujeitos para a coleta de dados; e (3) registro posterior, dos comportamentos, ações, diálogos e acontecimentos observados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os dados foram sistematizados com base nas observações transcritas. Realizamos um total de 49 visitas de observação a cada uma das três díades, cobrindo o primeiro ano de vida dos bebês.

Elaboramos um Relatório-Síntese a partir dos Relatórios de Observação para cada uma das díades pesquisadas. Trata-se de uma coletânea dos principais pontos observados durante a pesquisa de campo, selecionados como sendo os mais relevantes para compreender a subjetividade da relação mãe-bebê em contexto brasileiro. Os dados foram dispostos na seqüência em que foram aparecendo nas visitas de observação, ao longo de cada mês.

Verificamos a emergência do primeiro organizador, especificado pelo aparecimento do sorriso ao rosto humano. Já a partir do 2º mês, os três bebês que observamos começaram a sorrir quando um rosto humano se apresentava de frente para eles. Este indicador, o sorriso, testemunha o aparecimento dos primeiros rudimentos do ego e o estabelecimento da primeira relação pré-objetal ainda indiferenciada. O aparecimento do sorriso assinala a passagem do período anobjetal, dominado pela únicanecessidadede satisfação das necessidades pulsionais internas, ao estágio pré-objetal, assinalado pela primazia da percepção externa: o princípio de realidade começa a uncionar mesmo que ainda não permita uma discriminação fina do ambiente. A reação de sorriso ao rosto humano prosseguiu nos três bebês que observamos, de modo contínuo e a todos sem maiores distinções, até aproximadamente o 6º mês de vida dos bebês.

Continuando com nossas observações, constatamos também o aparecimento do segundo organizador, especificado pelo aparecimento da reação de angústia (com matizes diversos, é verdade) frente ao rosto de umestranho, por volta do 8º mês. Este segundo organizador testemunha a integração progressiva do ego do bebê (graças aos traços mnésicos acumulados) e sua nova capacidade de distinguir um 'eu' e um 'não-eu'. A angústia do 8º mês também indica a divisão entre mãe e não-mãe, caracterizando o estabelecimento da relação com o primeiro objeto libidinal, a mãe, com a concomitante ameaça de perder essa relação. De fato, o rosto estranho, pela discrepância que introduz no aparelho perceptivo do bebê, desperta o sentimento de ausência do rosto materno, suscitando a angústia, que é marcante nesta etapa.

O bebê 1 apresentou a reação de angústia diante de estranhos de um modo difuso, do 6º ao 11º mês de vida. Não visávamos, nesta pesquisa, a produzir experimentalmente a reação de estranhamento, apenas a constatar se ela se apresentava naturalmente na vida cotidiana do bebê. Observamos reações de choro e de estranhamento em várias ocasiões, ao longo desses meses. Spitz não especifica que esse indicador apareça exclusiva e somente no 8º mês de vida. Entendemos que há uma margem de tempo na qual essa experiência se dá em cada indivíduo, variando mais ou menos segundo características pessoais e ambientais de cada bebê. As etapas do desenvolvimento psíquico são as mesmas, mas cada indivíduo passa por elas em seu próprio ritmo, no qual também pesam as condições ambientais.

O bebê 2 também começou a apresentar a reação de angústia diante de estranhos a partir do 6º mês e elas persistiram de modo difuso e com diferentes matizes até o 11ª mês de vida. O bebê 2 estranha as pessoas, o pesquisador entre elas, chora quando a mãe o deixa a sós com estranhos, procura pela mãe quando acorda de uma soneca, busca refugiar-se nela quando chegam pessoas estranhas em sua casa.

O bebê 3 parece ser o que melhor se enquadra na descrição de Spitz relativa ao segundo organizador. Suas reações de estranhamento foram variadas quanto à forma e intensidade, mas se apresentaram de modo mais concentradas no 8º mês de vida. Mas essas experiências de estranhamento e de apego à mãe também começaram a se evidenciar a partir do 6º mês e persistiram de modo esporádico até o 11º mês.

Constatamos que o aparecimento do segundo organizador não é um fenômeno tão pontual quanto uma interpretação ligeira da literatura parece indicar. Trata-se de um fenômeno mais ou menos difuso e com diferentes matizes que ocorre ao longo de alguns meses, durante o segundo semestre de vida do bebê, deacordo com as observações que realizamos junto aos bebês filhos de casais pertencentes à classe trabalhadora popular. Para verificá-lo, são necessárias visitas de observação durante uma ampla margem de tempo.

Já o terceiro organizador, especificado pelo aparecimento do "não" enquanto gesto e palavra, ocorre durante o segundo ano de vida. O "não" surge a partir de traços filogenéticos e ontogenéticos do reflexo de "fuçamento" e do reflexo dos pontos cardeais, que são ambos reflexos de orientação cefalofagíricos da criança em direção ao mamilo do seio, depois pela reação em sacudir a cabeça em sinal de recusa (virando a cabeça de um lado para o outro para evitar o bico da mamadeira ou a colher, por exemplo). Segundo Spitz, o acesso ao "não" permite à criança aceder a uma completa distinção entre ela própria e o objeto materno (estágio do reconhecimento de si) e, conseqüentemente, entrar realmente no campo das relações sociais. Ao mesmo tempo, o "não" constitui a primeira aquisição conceptual puramente abstrata da criança, marcando o acesso à dimensão do simbólico e a capacidade de manejar símbolos.

Não pudemos verificar esse terceiro organizador pelo fato de nossa pesquisa durar apenas doze meses e cobrirmos apenas onze meses de vida dos três bebês observados. Mas pelo que observamos, podemos inferir a provável emergência do terceiro organizador, que está sendo preparado pelos "Não!" freqüentes que as mães desses três bebês começaram a emitir concomitantemente aos progressos locomotores de seus filhos. Já observamos a frustração a que os bebês são submetidos ao serem interrompidos por suas mães em suas atividades exploratórias, com suas demonstrações de contrariedade. Acreditamos que o processo identificatório está em pleno funcionamento, como indicou Spitz. Constatamos que as condições para que o terceiro organizador se manifeste já estão dadas e que elas se superpõem cronologicamente ao segundo organizador.

Consideramos positivo o fato das três internações hospitalares do bebê 1 (aos quatro, aos nove e aos onze meses de idade) terem sido acompanhadas pela presença constante mãe. Mas não sabemos se essa presença materna se deve ao reconhecimento da importância da figura materna para evitar o "hospitalismo" (Spitz, [1965](1996) ou foi exigida apenas porque o hospital não tem pessoal para cuidar do bebê, conforme informou a mãe. De qualquer forma, poder contar com a mãe foi benéfico para o bebê.

De um modo geral, nossos achados, observando a relação mãe-bebê em casais da classe trabalhadora popular, se diferenciam ligeiramente dos encontrados por René Spitz em suas pesquisas. Podemos destacar que os dados obtidos indicam que a emergência do segundo organizador se manifestou de um modo mais ou menos difuso, e não tão concentrado no oitavo mês, como seria esperado.

A ESPECIFICIDADE DA SUBJETIVIDADE DESSAS TRÊS FAMÍLIAS DA CLASSE TRABALHADORA

A partir das visitas de observação, percebemos que entre essas famílias que vivem numasituação de pobrezae a sociedade, da qual vivem praticamente à margem e excluídas, com trabalho pouco estável e sem grandes possibilidades de consumir, não há uma mediação. Para elas, a sociedade é um outro, um alter, um não-ego. E a relação que mantêm com esse outro é bastante assimétrica.

É um "outro mundo", outra relação, que não se encaixa em nossos esquemas. Está em total assimetria em relação a nossos parâmetros - em relação a nós, os que estamos incluídos, ou pelo menos mais incluídos que eles, em nossa sociedade industrial-capitalista.

Pelo fato de viverem numa situação precária, eles não enxergam outras perspectivas de vida. E, para sobreviver em tais condições, criam esquemas de defesa, maneiras de se relacionar entre si e com a sociedade, que só podem ser compreendidas a partir de seu ponto de vista, de sua situação diária concreta.

As manifestações de potencialidade dessas famílias (que acreditamos que representem uma faixa importante da população), em sua maioria, estão fadadas a serem truncadas. As condições são tão adversas que opõem obstáculo a tudo o que surge sob a forma de relações marcadas por mediações. Por isso, a situação de exclusão em que vive essa população. Estão aquém das mediações que tornam possível a vida em sociedade. Logo, estão à margem. E os nossos esquemas não Ihes servem. É preciso respeitar os seus. E estes, que não trazem a marca da mediação, estão marcados pela relação de troca.

Os sujeitos que constituem o grupo familiar observado são de fato pouco individualizados e estão excluídos de um contexto psicologizado. Ovínculo estabelecido entre a mãe e o bebê é constituído por uma profunda ligação de forma não-verbal. As verbalizações da mãe relacionadas ao bebê ou a ele dirigidas são caracterizadas por uma organização simples, na qual os adjetivos e qualificativos são escassos, predominando uma restrição de sinalizações verbais.

A situação sócio-econômica precária torna os indivíduos dessa família um grupo coeso; seus membros utilizam um "código verbal restrito" (Bernstein, 1980), no qual são poucas as expressões verbais das intenções, crenças e motivações singulares e individuais. As manifestações verbais são concretas, diretas e voltadas para a ação, sem maiores expressões emocionais ou sentimentais. Só é possível entender a conduta dessas pessoas partilhando de seu mundo e, dessa forma, compreendendo os mecanismos e estruturas que criam para conseguir sobreviver numa situação bastante adversa.

Na leitura psicanalítica, essa falta de um sentido de história e de consciência significa a falta de uma mediação. Falar em mediação implica a noção de síntese, de uma consciência sintetizadora, e esta, por sua vez, traz consigo o sentido de aprendizagem de um novo conceito. Mediação, síntese, aprendizagem, são elementos característicos, peculiares, presentes em sujeitos altamente individuados.

Estes dados, a partir da teoria de Bernstein (1980), nos permitem localizar a especificidade da subjetividade destas famílias da classe trabalhadora popular, no seio da qual se desenvolve a interação mãe-bebê que observamos.

CONCLUSÃO

Esta pesquisa de observação participante da relação mãe-bebê em famílias pertencentes à classe trabalhadora popular, se insere num conjunto de trabalhos mais amplos, coordenados pelo Prof. Dr. Roberto Yutaka Sagawa. Sagawa (1998) tem como objeto de pesquisa a psicoterapia como modo de investigar, em instituições públicas de saúde mental, procurando especificar as condições de atendimento psicoterápico dos pacientes de baixa renda nestes estabelecimentos. Sua abordagem é eminentemente psicanalítica. Não se trata de realizar modificações ou adaptações empobrecedoras dos recursos psicanalíticos, mas de uma iniciativa investigadora que pretende verificar a possibilidade de codificar a Psicanálise de acordo com a subjetividade específica dos pacientes de baixa renda, em instituições públicas de saúde mental, no contexto da realidade brasileira. O que Sagawa pretende é propor e constituir um outro modelo de atendimento. Trata-se de produzir Psicanálise no contexto atual como se tem produzido nos termos radicais das descobertas freudianas.

Quisemos oferecer uma contribuição ao conhecimento científico, empregando a metodologia da observação participante, desde uma perspectiva psicanalítica, na produção de uma pesquisa qualitativa sistemáticae rigorosa. Este estilo de observação é diferente da observação natural, típica das pesquisas quantitativas, nas quais os comportamentos a serem observados, bem como a forma de registro, são preestabelecidos. Ambas, embora distintas, não são incompatíveis e sua utilização pode proporcionar um acúmulo de informações úteis para a pesquisa científica em geral. Nossa pesquisa, utilizando a metodologia observacional "psicanalítica",quer ser uma contribuição para a pesquisa científica, enfatizando a importância, utilidade e aplicabilidade dessa metodologia para a práxis do conhecimento científico, ampliando o espectro de variedade de tipos de observação em Psicologia.

PALAVRAS FINAIS

O ponto de partida desta pesquisa foi a hipótese de que a relação mãe-bebê em casais da classe trabalhadora popular tem estruturas próprias de organização, com dinamismo e valores próprios, que só podem ser compreendidos a partir dos seus próprios protagonistas, desde seu ponto de vista. Por isso a questão inicial era a hipótese de que aí poderíamos encontrar, talvez, umasubjetividade específica.

Para verificá-la, propusemo-nos a realizar um estudo observacional participante, com um enfoque metodológico psiéanalítico. Com uma tal descrição dessa realidade, é possível uma compreensão de sua problemática. Julgamos que, sem esta compreensão, não é possível um labor educativo ou psicológico, seja qual for.

De fato, encontramos elementos específicos na constituição subjetiva dos sujeitos observados e, pelo que constatamos ao término das visitas de observação e na análise do dados colhidos, observamos um impacto tal que parece produzir fenômenos diferentes dos apresentados por Spitz, no que se refere à emergência do segundo organizador. O terceiro organizador não foi verificado por emergir durante o segundo ano de vida dos bebês, mas encontramos indícios consistentes que permitem prever seu aparecimento próximo futuro. A especificidade subjetiva desses casais pertencentes à classe trabalhadora popular deve ser considerada como elemento relevante em qualquer tipo de intervenção pretendida.

A emergência do segundo organizador, como um "fenômeno que se manifestou de modo difuso", é uma descoberta dessa pesquisa. Talvez, essa seja uma peculiaridade da subjetividade dessas famílias. Esta é uma hipótese que esta pesquisa levanta e que mereceria maiores investigações e desenvolvimentos. Avançamos em Bernstein no que se refere a constituição do psiquismo a partir da relação mãe-bebê. Constatamos o quanto esses sujeitos se fazem estruturar subjetivamente pela realidade objetiva de pobreza e como reproduzem essa relação de pobreza com seus bebês.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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    Este artigo foi produzido a partir de uma pesquisa realizada em Nível de Iniciação Científica por Sílvio José Benelli, sob orientação do Prof. Or. Roberto Yutaka Sagawa, com financiamento da FAPESP.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      17 Jul 2014
    • Data do Fascículo
      Dez 2000
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