Acessibilidade / Reportar erro

Técnicas de geoprocessamento e sensoriamento remoto aplicadas na identificação de conflitos do uso da terra em Seropédica-RJ

Geoprocessing techniques and remote sensing applied to the identification of land use conflicts in Seropédica, RJ

Resumos

Este trabalho avaliou o uso e a cobertura da terra, e comparou os dados obtidos com aqueles das Áreas de Preservação Permanente (APPs), para identificar conflitos do uso da terra no município de Seropédica-RJ. Utilizaram-se duas cenas do satélite CBERS2 e a classificação supervisionada com o método da mínima distância. As APPs foram delimitadas com o auxílio de geotecnologias, baseando-se na legislação ambiental (Lei n.º 12.651/2012) (Brasil, 2012). Utilizou-se no mapeamento das APPs um Modelo Digital de Elevação (1:25.000) e, para a rede de drenagem, cartas planialtimétricas (1:10.000). Identificaram-se 40,02 km² de APPs, o que correspondeu a 15,01% do município. A APP do rio Guandu apresentou maior área (7,23%) e lagos urbanos, a menor (0,04%). O município não apresentou APPs de declividade (<40°) e de topo de morro (declividade < 25° com altitude < 100). Em relação aos conflitos do uso da terra, o solo exposto correspondeu a 58,1%, pastagem a 21,7%, areia/mineração a 7,8% e área urbana a 3,9%. Os resultados obtidos indicam eficiência dessas geotecnologias na gestão municipal.

geoprocessamento; Área de Preservação Permanente; Rio Guandu


In this study, we evaluated the use and cover of land and compared data with the Permanent Preservation Areas (PPAs) to identify conflicts of land use in the municipality of Seropédica, Rio de Janeiro state, Brazil. We used two CBERS2 satellite scenes and supervised classification by the method of minimum distance. PPAs were defined with the aid of geotecnhology based on the Brazilian environmental legislation (law nº. 12.651/2012) (Brasil, 2012). PPA mapping was performed on a Digital Elevation Model (1:25.000) and planialtimetric mapping (1:10.000) was used for the drainage network. We identified 40.02 km² of PPAs, corresponding to 15.01% of the municipality studied. The Guandu River PPA was the largest (7.23%), while the urban lakes PPA was the smallest (0.04%). No PPAs of slope (<40°) or hill top (slope <25° with altitude <100 m) were identified in the municipality. The following data were found regarding the conflicts of land use: 58.1% exposed soil, 21.7% grassland, 7.8% sand/mining, and 3.9% urban area. Results indicate the efficiency of geotecnhology in municipal management.

geoprocessing; Permanent Preservation Areas; Guandu River


  • Binder W. Rios e Córregos, Preservar - Conservar - Renaturalizar: A Recuperação de Rios, Possibilidades e Limites da Engenharia Ambiental. Rio de Janeiro: Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - (SEMADS); 1998. 41 p.
  • Brasil. Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012. Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nos 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nos 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória no 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF (2012 out. 17).
  • Brasil. Lei nº 4.771. de 15 de setembro de 1965. Código Florestal. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF (1965 set. 16).
  • Caldas AJFS. Geoprocessamento e análise ambiental para determinação de corredores de hábitat na Serra da Concórdia, Vale do Paraíba  -  RJ [dissertaç
  • Capitano RC. Proposta de Delimitação da Reserva Legal e Implantação de área de Servidão Florestal no Campus da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro [monografia].
  • Embrapa. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos Brasília: Embrapa; 1999. 412 p.
  • Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. Geociências.
  • Jaccoud CFS. Produção de Biomassa de Eucalyptus Urophylla em Três Classes de Solos em Seropédica, RJ [monografia].
  • Lima A. Instrumentos para a conservação da diversidade biológica: o Zoneamento Ecológico-Econômico, as unidades de conservação, o Código Florestal e o sistema de recursos hídricos. 2. ed. BENSUSAN; 2008.
  • Moreira MA. Fundamentos do sensoriamento remoto e metodologias de aplicações São Jose dos Campos: INPE; 2001.
  • Nascimento CM, Soares VP, Ribeiro CAAS, Silva E. Delimitação automática de Áreas de Preservação Permanente (APP) e identificação de conflito de uso da terra na bacia hidrográfica do rio Alegre. In: Anais do XII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto; 2005; Goiânia. INPE; 2005. p. 2289-2296.
  • Peluzio TMO, Santos AR, Fieldler NC. Mapeamento de áreas de preservação permanente no ARCGIS 9.3 Alegre: CAUFES; 2010. 58 p.
  • Piroli EL, Becker ELS, Bolfe EL. Análise do uso da terra na microbacia do Arroio do Meio  -  Santa Maria-RS, por sistema de informações geográficas e imagens de satélite. Ciência Rural 2002; 32(3): 407-413. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-84782002000300007
  • Quintero EI, Pereira M, Francelino M. Influência da Escala do MDE na Delimitação da Classes de Declividade. In: Anais do XVII Encontro Brasileiro de Manejo e Conservação do Solo e da Água; 2008; Rio de Janeiro. Rio de Janeiro; 2008.
  • Ribeiro CAAS, Soares VP, Oliveira AMS, Gleriani JM. O desafio da delimitação de Áreas de Preservação Permanente. Revista Árvore 2005; 29(2): 203-212. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-67622005000200004
  • Rio de Janeiro (Estado). Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - SEMADS. Bacias Hidrográficas e Recursos Hídricos da Macrorregião Ambiental 2 - Bacia da Baía de Sepetiba Rio de Janeiro: SEMADS; 2001. 79 p.
  • Rio de Janeiro (Estado). Decreto nº 40.6270, 22 de março de 2007. Dispõe sobre a criação da Área de Proteção Ambiental do rio Guandu (APA Guandu) e outras providências. Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro, Brasília, DF (2007 mar.
  • Salamene S. Estratificação e Caracterização Ambiental da Área de Preservação Permanente do rio Guandu, RJ [dissertaç
  • Soares VP, Moreira AA, Ribeiro CAAS, Gleriani JM, Gripp J Jr. Mapeamento de Áreas de Preservação Permanentes e Identificação dos Conflitos Legais de Uso da Terra na Bacia Hidrográfica do Ribeirão São Bartolomeu  -  MG. Revista Árvore 2011; 35(3): 555-563. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-67622011000300018
  • Valente OF, Gomes MA. Conservação de nascentes: hidrografia e manejo debacias hidrográficas de cabeceiras. Viçosa: Aprenda Fácil; 2005.
  • Xavier-da-Silva J. Geoprocessamento para análise ambiental Rio de Janeiro: Ed. Jorge Xavier da Silva, 2001.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    27 Set 2013
  • Data do Fascículo
    Set 2013

Histórico

  • Recebido
    05 Set 2012
  • Aceito
    14 Ago 2013
Instituto de Florestas da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Rodovia BR 465 Km 7, CEP 23897-000, Tel.: (21) 2682 0558 | (21) 3787-4033 - Seropédica - RJ - Brazil
E-mail: floram@ufrrj.br