Resumo
Introdução: A migrânea crônica é uma condição neurológica comum, especialmente em mulheres, e afeta significativamente a qualidade de vida e a produtividade. Embora o tratamento farmacológico seja a principal estratégia, sua eficácia limitada e seus efeitos adversos justificam a busca por abordagens complementares, como a terapia manual (TM).
Objetivo: Analisar a eficácia da TM na intensidade da dor, frequência dos episódios, incapacidade, autoeficácia, qualidade do sono e qualidade de vida em adultos com migrânea crônica.
Métodos: Um ensaio clínico randomizado controlado foi realizado com 40 adultos com migrânea crônica. Os participantes foram alocados aleatoriamente em grupo controle (GC; n = 20) ou grupo de terapia manual (GTM; n = 20). O GTM recebeu dez sessões de TM, uma vez por semana, durante 12 semanas. Ambos os grupos continuaram o uso do tratamento farmacológico. A escolha pela TM foi baseada em seu potencial para modular a dor e melhorar a função musculoesquelética. As medidas de desfecho incluíram: HIT-6, MIDAS, PSQI-BR, SF-36 e HMSE-10.
Resultados: A média de idade foi de 36,7 ± 10,2 anos. A intervenção foi associada a uma melhora significativa na pontuação total do HIT-6 (p = 0,014) e nos domínios de limitações físicas (p = 0,02) e estado geral de saúde (p = 0,03) do SF-36. A proporção de participantes com incapacidade severa foi de 57,1% no GC e 21,4% no GMT (p < 0,05). A flexão cervical mediana foi de −10,0° no GC e 5,0° no GMT (p = 0,005).
Conclusão: A TM associada ao tratamento farmacológico demonstrou resultados positivos e pode ser uma abordagem eficaz para o manejo da migrânea crônica.
Palavras-chave:
Transtornos de migrânea; Terapia manual; Autoeficácia; Qualidade de vida