Resumo
Introdução
Os fisioterapeutas foram uma das categorias profissionais da linha de frente do combate à pandemia do coronavírus (COVID-19), todavia, pouco se sabe como esta pandemia afetou a saúde mental destes profissionais.
Objetivo
Analisar a relação entre a presença de transtorno mental comum (TMC) e elementos relacionados ao trabalho de fisioterapeutas que assistiram pacientes com COVID-19.
Métodos
Trata-se de um estudo transversal composto por fisioterapeutas de quatro estados do Brasil: Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte. As condições de trabalho avaliadas foram tipo de contrato, jornada semanal, tempo de trabalho, satisfação e aspectos psicossociais relacionados ao trabalho. A avaliação do TMC foi realizada por meio do Self-Reporting Questionnaire-20 (SRQ-20).
Resultados
Um total de 288 fisioterapeutas responderam ao formulário eletrônico, dos quais 76,2% tinham TMC. Medo de reinfecção (OR 2,75, IC 95%: 1,35-5,63) e infecção anterior por COVID-19 (OR: 2,03, IC 95%: 1,09-3,78) foram fatores relacionados a uma maior chance de risco de TMC. No entanto aqueles que relataram estarem satisfeitos com o trabalho (OR: 0,28, IC 95% 0,11-0,72) e os que tinham até 30 anos (OR: 0,46, IC 95% 0,24-0,88) tiveram menor chance de risco de TMC.
Conclusão
Os fisioterapeutas apresentaram maior prevalência de TMC. Medo de reinfecção e infecção prévia por COVID-19 foram considerados fatores de risco para TMC, enquanto a satisfação com o trabalho e ter mais que 30 anos foram fatores protetores ao TMC.
COVID-19; Profissionais de saúde; Saúde mental