Resumo
Introdução:
O Trauma Raquimedular (TRM) é marcado por um contexto incapacitante e acarreta diferentes representações sociais para as mulheres acometidas quanto à sua sexualidade e reprodução.
Objetivo:
Descrever a vivência de mulheres com TRM acerca da sexualidade e reprodução nestas condições.
Métodos:
Participaram 11 mulheres com TRM as quais responderam uma entrevista semiestruturada. O conteúdo das entrevistas foi submetido ao software ALCESTE, o qual se constitui como técnica computadorizada utilizada para análise de texto.
Resultados:
O dendograma obtido apresenta dois eixos e cinco subcategorias. O eixo I trata de assuntos pertinentes a vivência nesta condição, sendo contemplado por quatro classes, respectivamente: cotidiano da vida, sexualidade e reprodução, dificuldades e enfrentamento. Já no eixo II, o qual trata dos aspectos subjetivos, está presente a classe denominada de percepções. As classes do eixo I revelaram simbolismos associados ao sexo, reprodução, relações afetivas antes e após o TRM e relações com o corpo. Os resultados encontrados revelam que a vivência da sexualidade da mulher acometida por TRM é marcada por um misto de sentimentos. Ao passo que demonstram insegurança de se manifestarem sexualmente, também referem o medo do abandono e da solidão, possivelmente devido aos conflitos de aceitação da nova imagem, que na maioria dos casos foi caracterizado por auto preconceito.
Conclusão:
As representações das mulheres aqui estudadas quanto à sua sexualidade e reprodução evidenciam que a sexualidade tem suma importância no processo de aceitação e enfrentamento do TRM, bem como para o resgate dos papeis sociais e afetivo-sexuais.
Palavras-chave:
Sexualidade; Reprodução; Mulheres; Traumatismos da Medula Espinhal