RESUMO
Embora seja aconselhado o uso de dilatadores vaginais após a radioterapia para prevenir a estenose vaginal, a adesão frequentemente é baixa. O objetivo deste estudo foi avaliar a adesão ao uso de dilatadores vaginais após a braquiterapia e seus efeitos em mulheres que receberam orientações por telefone ou aplicativos de mensagens de texto. Trinta mulheres previamente submetidas à braquiterapia para câncer cervical foram randomizadas por meio do programa R, em dois grupos: acompanhamento por telefone; e monitoramento via mensagens de texto. Todas realizaram exame ginecológico com aferição do volume vaginal e responderam ao questionário Functional Assessment of Cancer Therapy-Cervix Cancer (FACT-CX) na consulta inicial e no sexto mês. Não foi encontrada associação entre adesão e tipos de acompanhamento (p=0,79). No primeiro mês, 43,3% aderiram aos dilatadores, 36,6% no terceiro mês e 23% no sexto mês. O grupo de maior adesão teve maior diferença nos escores de volume vaginal (16,81±10,45 cm3) em comparação com o grupo de não adesão (10,45±9,55 cm3) com um tamanho de efeito forte (d=1,68). A diferença entre o volume vaginal inicial e final não apresentou relação com os escores do FACT-CX (rho=−0,369; p=0,08). Embora não tenham sido observadas diferenças na adesão aos dilatadores e no tipo de acompanhamento, a alta adesão demonstrou efeito direto no aumento do volume vaginal, mostrando a necessidade de promover formas educativas que estimulem a adesão.
Descritores
Braquiterapia; Câncer de Colo do Útero; Estenose Vaginal; Saúde Sexual; Adesão ao Tratamento
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