Ultrassonografia diafragmática como preditivo para o desmame da ventilação mecânica em adultos: uma revisão integrativa

Soares, Enathanael Ribeiro; Arrais, Joel Freires de Alencar; Xavier, Flávio Vinicius Fagundes; Costa, Adalberto Veronese da; Cardoso, Glêbia Alexa; Lima, Wildberg Alencar

doi:10.1590/1809-2950/e24014824en

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REVISÃO • Fisioter. Pesqui. 32 • 2025 • https://doi.org/10.1590/1809-2950/e24014824pt linkcopiar

Ultrassonografia diafragmática como preditivo para o desmame da ventilação mecânica em adultos: uma revisão integrativa

Autoria SCIMAGO INSTITUTIONS RANKINGS

RESUMO

A ultrassonografia diafragmática (US) tem sido usada na avaliação de diversas doenças respiratórias. Por conta da portabilidade, tal exame, pode, facilmente, ser realizado beira-leito, em enfermarias, pronto atendimentos e especialmente na UTI. O objetivo do artigo é reconhecer e analisar através de evidências cientificas de qual maneira a ultrassonografia diafragmática pode corroborar no desmame seguro da VMI. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura. O levantamento bibliográfico ocorreu entre setembro e novembro de 2022. A pesquisa foi realizada nas bases de dados eletrônicas: SciELO, LILACS e PubMed. Foram inclusos oito artigos, sendo avaliados pelas escalas Newcastle-Ottawa e PEDro evidenciando qualidade metodológica intermediária a alta. No total os estudos contaram com 482 voluntários adultos, ambos os sexos, com idade 58,09 ± 8,03 submetidos a ventilação mecânica invasiva (VMI) por pelo menos 24 horas, e que apresentavam condições ventiladores para prosseguir com desmame da VMI. Foram encontradas três variáveis avaliativas nos estudos selecionados: excursão diafragmática (ExD) (75%); espessura diafragmática (Tdi) (62,5%); e fração de espessamento diafragmática (FED) (100%). A incorporação das variáveis: Tdi, ExD e FED em protocolos de desmame de VMI em pacientes críticos parecem auxiliar positivamente na tomada de decisão sobre o momento ideal para o desmame, diminuído falhas de extubação.

Descritores
Ultrassonografia; Diafragma; Desmame do Respirador

Bases de dados	Operadores booleanos	Estratégias de busca
LILACS	AND	Ultrasonography AND Ventilator Weaning
SciELO		Ultrasonography AND Diaphragm AND Ventilator Weaning
PubMed		Ultrasonography AND Diaphragm AND Ventilator Weaning
PubMed	AND/OR	“Ultrasonography” AND “Ventilator Weaning/methods”
		“Ultrasonography/methods” AND “Diaphragm/diagnosis” OR “Diaphragm/diagnostic imaging”
		“Ultrasonography” AND “Diaphragm/diagnosis” OR “Diaphragm/diagnostic imaging” AND “Ventilator Weaning”

Autor	n	Desenho do Estudo	Variáveis	Desfecho
Ano	Idade Média (anos) ±		Analisadas
Ano	DP		Analisadas
Dong et al. ²⁷	80	Estudo controlado randomizado	ExD; FED	US é uma ferramenta conveniente e útil para avaliar a função diafragmática em pacientes ventilados mecanicamente.
Dong et al. ²⁷	61,74 ± 16,16	Estudo controlado randomizado	ExD; FED
Dubé et al. ²⁸	112	Estudo retrospectivo	Tdi; ExD; FED	Não foi encontrado relação significativa entre a espessura do diafragma e sua capacidade contrátil.
Dubé et al. ²⁸	62 ± *	Estudo retrospectivo	Tdi; ExD; FED
Elshazly et al. ²⁹	62	Estudo observacional	Tdi; ExD; FED	A ultrassonografia diafragmática mostrou-se uma ferramenta promissora para predizer o resultado da extubação em pacientes ventilados mecanicamente.
Elshazly et al. ²⁹	62,75 ± *	Estudo observacional	Tdi; ExD; FED
Eltrabili et al. ³⁰	30	Estudo prospectivo observacional	Tdi; ExD; FED	Índices ultrassonográficos diafragmáticos (fração de espessamento diafragmático e excursão diafragmática) podem ser parâmetros úteis para avaliação da extubação em pacientes com sepse abdominal.
Eltrabili et al. ³⁰	52,7 ± 13,4	Estudo prospectivo observacional	Tdi; ExD; FED
Gok et al. ³¹	46	Estudo prospectivo observacional	ExD; FED	Exames ultrassonográficos acompanhados de IRRS devem ser realizados para aumentar o sucesso da extubação.
Gok et al. ³¹	57,6 ± 14,1	Estudo prospectivo observacional	ExD; FED
Kundu et al. ³²	60	Estudo prospectivo observacional	FED	O uso de um protocolo de US integrado pode ser útil na identificação de pacientes que provavelmente cursem com falha de extubação.
Kundu et al. ³²	42,7 ± 16,98	Estudo prospectivo observacional	FED
McCool; Oyieng’O; Koo ³³	32	Estudo prospectivo, randomizado, controlado	FED; Tdi	Informações de ultrassom diafragmática permitiram que os médicos identificassem o funcionamento do diafragma, auxiliando no processo e tempo de extubação.
	55,8 ± 14,8

Yoo et al. ³⁴	60	Estudo retrospectivo	ExD; FED; Tdi	A US pode ser uma ferramenta valiosa para avaliação da disfunção do diafragma e previsão de sucesso de extubação.
Yoo et al. ³⁴	69,5 ± *	Estudo retrospectivo	ExD; FED; Tdi

Estudos	Desenho	Itens avaliados
Estudos	Desenho	Seleção				Comparabilidade	Desfecho			Escore
		1	2	3	4	1	1	2	3
Dubé et al. ²⁸	Estudo retrospectivo	*	-	*	*	**	*	*	*	8/9
Elshazly et al. ²⁹	Estudo observacional	*	-	*	*	**	*	*	*	8/9
Eltrabili et al. ³⁰	Estudo prospectivo observacional	*	-	*	*	**	*	*	*	8/9
Gok et al. ³¹	Estudo prospectivo observacional	*	-	*	*	**	*	*	*	8/9
Kundu et al. ³²	Estudo prospectivo observacional	*	-	*	*	**	*	*	*	8/9
Yoo et al. ³⁴	Estudo retrospectivo	*	*	*	*	*	*	*	*	8/9

	Critérios avaliados											Escore
Estudos	1	2	3	4	5	6	7	8	9	10	11
Dong et al. ²⁷	-	*	-	*	-	-	*	-	*	-	*	5/10
McCool;	-	*	-	*	*	*	*	-	-	-	*	6/10
Oyieng’O;
Koo ³³

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[1] ^*: dado não informado no estudo; n: amostra; DP: desvio padrão; Tdi: espessamento diafragmático; FED: fração de espessamento diafragmático; ExD: excursão diafragmática; US: ultrassonografia; IRRS: índice de respiração rápida e superficial; DD: disfunção diafragmática.