RESUMO
Apesar de a fisioterapia ser amplamente aplicada em unidade de terapia intensiva (UTI), pacientes recebendo terapia de substituição renal (TSR) são comumente excluídos de estudos sobre mobilidade. Nosso objetivo foi investigar quais intervenções de mobilização são realizadas por fisioterapeutas em pacientes de UTI durante a TSR e qual a percepção quanto à segurança. Conduzimos um estudo tipo survey com fisioterapeutas que atuam em UTIs com TSR contínua (TSRC) e/ou hemodiálise intermitente (HDI) na cidade de São Paulo, Brasil. Um questionário estruturado foi enviado eletronicamente. As respostas foram analisadas separadamente para TSRC e HDI e comparadas por teste de proporção. Foram recebidos 71 formulários, sendo 51 incluídos. Os fisioterapeutas eram de hospitais públicos (56,8%) e privados, de níveis secundário (54,9%) e terciário. Nove fisioterapeutas relataram haver protocolo específico para mobilização durante a TSR. A mobilização foi realizada mais frequentemente durante TSRC (91% vs. 65%, p=0,005). Mobilização passiva e ativa de membros foram as intervenções mais frequentes. Cerca de 21% dos respondentes relataram complicações durante HDI e 26% para TSRC, sobretudo relacionadas ao sistema de hemodiálise. Muitos dos participantes (66,7% para HDI e 44,1% para TSRC) relataram nunca ter pesquisado recomendações de literatura. Dentre aqueles que procuraram, os achados foram heterogêneos. Como conclusão, há carência de padronização para intervenções de mobilização durante a TSR. A mobilização é mais frequentemente realizada durante a TSRC em comparação à HDI, e as técnicas mais aplicadas foram mobilização passiva e ativa de membros. As complicações relatadas durante a mobilização foram principalmente as relacionadas ao sistema de hemodiálise, com baixa frequência.
Descritores
Modalidades de Fisioterapia; Mobilização Precoce; Unidades de Terapia Intensiva; Diálise Renal; Terapia de Substituição Renal Contínua
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