Open-access Implementação de Protocolo de Tratamento para Apneia Obstrutiva do Sono no Hospital Alemão Oswaldo Cruz – São Paulo, Brasil

RESUMO

A Apneia Obstrutiva do Sono (AOS) é uma desordem respiratória do sono com alta prevalência associada a complicações cardiovasculares e metabólicas. A aderência à terapia com CPAP é crucial para a eficiência e o sucesso no tratamento. Os pacientes frequentemente são diagnosticados durante o período de hospitalização e não têm acesso ao suporte correto ou orientações sobre os riscos associados a esse distúrbio e a importância de seu tratamento. Nesse cenário, é extremamente relevante padronizar um protocolo de excelência no tratamento da AOS. O objetivo primário deste estudo foi descrever o protocolo implementado em um hospital de cuidados terciários. Por sua vez, o objetivo secundário foi descrever as características dos pacientes incluídos. Trata-se de um estudo retrospectivo e descritivo, realizado por meio da análise do prontuário eletrônico dos pacientes incluídos no protocolo de tratamento da AOS elaborado pelo grupo de fisioterapia do sono, em pacientes internados num hopital de cuidados terciários de São Paulo durante cinco anos. Durante o período de estudo foram analisados 126 pacientes, sendo 108 deles acompanhados pelo grupo de fisioterapia do sono e tendo seu perfil descrito. De acordo com arquivos médicos revisados, a média de idade dos pacientes analisados foi de 73 anos, sendo 70% do sexo masculino. A comorbidade prevalente foi hipertensão arterial sistêmica (80%), seguida por diabetes mellitus (50%). Quanto ao uso de CPAP, 74% aderiram ao tratamento durante a hospitalização.

Descritores
Apneia Obstrutiva do Sono; Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas; Serviço Hospitalar de Fisioterapia; Pacientes Internados

ABSTRACT

Obstructive sleep apnea (OSA) is a high prevalence sleep-disordered breathing associated with cardiovascular and metabolic complications. Adherence to continuous positive airway pressure (CPAP) therapy is crucial to treatment success and efficiency. Patients are frequently diagnosed during hospitalization, and they do not have access to the right support or orientation about the risks associated with this disorder and the importance of treatment. In this scenario, it is relevant to standardize a protocol of excellence in the OSA treatment. The primary aim of this report is to describe the OSA treatment protocol implemented in a tertiary care hospital. As a secondary aim, to describe the characteristics of the patients included. This is a descriptive and retrospective study, via the analysis of electronic medical records of the patients, who were included in the OSA treatment protocol designed by the sleep physical therapy group, in the Inpatient Units of a hospital in São Paulo during a five years-period. During the study period, 126 patient were analyzed, and 108 were included and had their profiles described. According to the reviewed medical records, the average age of patients was 73 years with 70% males. The most prevalent comorbidity was hypertension (80%) followed by diabetes (50%). In total, 74% were adherents to therapy with CPAP during hospitalization. It is feasible to implement a protocol for treatment of hospitalized patients with the diagnosis of OSA.

Keywords
Obstructive Sleep Apnea; Continuous Positive Airway Pressure; Physical Therapy Department; Hospital; Inpatients

RESUMEN

La apnea obstructiva del sueño (AOS) es un trastorno respiratorio del sueño con una alta prevalencia asociada a complicaciones cardiovasculares y metabólicas. La adherencia a la terapia CPAP es fundamental para la eficacia del tratamiento y su éxito. El diagnóstico suele ser en el período de hospitalización de los pacientes, quienes no cuentan con un correcto apoyo u orientación sobre los riesgos asociados a este trastorno y la importancia del tratamiento. En este contexto, es muy relevante estandarizar un protocolo de excelencia para el tratamiento de la AOS. El objetivo principal de este estudio fue describir el protocolo implementado en un hospital de atención terciaria. Por otro lado, el objetivo específico fue identificar las características de los pacientes incluidos en el protocolo. Se trata de un estudio retrospectivo y descriptivo, realizado mediante el análisis de las historias clínicas electrónicas de los pacientes incluidos en el protocolo de tratamiento de la AOS, el cual fue desarrollado por el grupo de fisioterapia del sueño para aplicar a pacientes ingresados en un hospital de atención terciaria en São Paulo durante cinco años. Durante el período de estudio se analizaron 126 pacientes, de los cuales 108 recibieron seguimiento del grupo de fisioterapia del sueño para delimitar su perfil. A partir de los registros médicos analizados, la edad media de los pacientes fue de 73 años, con el 70% de hombres. La comorbilidad prevalente fue la hipertensión arterial sistémica (80%), seguida de diabetes mellitus (50%). En cuanto a CPAP, el 74% de ellos adhirió al tratamiento durante la hospitalización.

Palabras clave
Apnea Obstructiva del Sueño; Presión de las Vías Aéreas Positiva Contínua; Servicio de Fisioterapia en Hospital; Pacientes Internos

INTRODUÇÃO

A Apneia Obstrutiva do sono (AOS) é caracterizada por obstruções recorrentes, completas (apneia) ou parciais (hipopneia), do fluxo aéreo durante o sono, levando a fragmentação do sono, redução da pressão intratorácica e dessaturação da oxihemoglobina, associada a sinais e sintomas clínicos1,2. Essa condição é considerada um importante problema de saúde pública devido à alta prevalência mundial, às severas consequências para a saúde e ao impacto econômico relevante3. No estudo Episono, Tufik et al.4 mostraram que a AOS está presente em um terço da população da cidade de São Paulo.

O tratamento considerado de primeira linha para a AOS de severa a moderada é a pressão positiva continua nas vias aéreas (CPAP), com o objetivo de manter a via aérea aberta durante o sono5,6. Os benefícios do tratamento correto incluem a restauração da arquitetura do sono7, a melhora da sonolência diurna5, a melhora cognitiva8,9, a melhora dos parâmetros metabólicos e cardiovasculares10-13 e a melhora da qualidade do sono e da qualidade de vida14.

Evidências recentes mostraram que a primeira semana da terapia com CPAP pode predizer a aderência em longo prazo15-18. Nesse contexto, é essencial para o sucesso do tratamento que o foco principal deve ocorrer logo após o diagnóstico, no primeiro contato do paciente com o profissional de saúde que será responsável por apresentar e explicar a fisiologia, os sintomas e as consequências da AOS, bem como as vantagens e as possíveis complicações do tratamento com CPAP15.

Alguns pacientes recebem o diagnóstico de AOS durante o período de hospitalização por outras causas e a indicação de início do tratamento ocorre dentro do próprio hospital. Nesse cenário, implementamos um protocolo para fornecer orientações e educar o paciente sobre o sono e a AOS, além de iniciar o tratamento com o uso do CPAP seguindo as evidências científicas recentes. Neste relato descrevemos esse protocolo e as características dos pacientes incluídos.

METODOLOGIA

Fonte de dados: estudo descritivo e retrospectivo realizado mediante a análise da base de dados dos pacientes internados nas unidades de internação do Hospital Alemão Oswaldo Cruz que foram incluídos no protocolo de fisioterapia do sono entre janeiro de 2017 a dezembro de 2021. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da instituição (5.522.276).

Grupo de Fisioterapia do Sono (GFS): teve origem no Grupo de Medicina do Sono, um grupo institucional formado por médicos, fisioterapeutas, enfermeiros e técnicos em polissonografia do setor de neurofisiologia. O GFS surgiu após reuniões e discussões sobre a importância de um cuidado especializado e personalizado em pacientes com diagnóstico de AOS. Escrevemos e implementamos o protocolo para iniciar o tratamento de AOS em pacientes hospitalizados com cuidados interdisciplinares, profissionais qualificados e dispositivos adequados para tratar desordens respiratórias do sono.

Protocolo de atendimento pelo GFS: a equipe médica solicitava avaliação do GFS para pacientes com suspeita diagnóstica ou com diagnóstico confirmado por meio de polissonografia tipo I. A pressão positiva era indicada para pacientes com Índice de Apneia e Hipopneia (IAH) de moderada a grave na polissonografia. Os pacientes considerados elegíveis para o processo de adaptação eram avaliados pelo fisioterapeuta mediante anamnese, presença de comorbidades, questões sobre família, trabalho, atividade física e hábitos alimentares, exame físico, análise da polissonografia e outros exames. Após a avaliação, o caso era discutido com a equipe médica e multidisciplinar. O GFS avaliava qual era o melhor equipamento e a melhor interface para cada paciente e realizava a adaptação da pressão positiva. Pacientes que já haviam adquirido o equipamento e a máscara, mas apresentavam problemas na adaptação, foram orientados a trazê-los para o hospital, de modo que a adaptação foi realizada com seu próprio material. Para uma primeira adaptação, foram utilizados equipamento e máscara da instituição, e o paciente era orientado a adquirir os equipamentos necessários para alta. Ele era acompanhado até a alta hospitalar por intermédio de reavaliações programadas, análise do relatório do equipamento, mudança de parâmetros de acordo com a queixa, resolução das queixas e orientações educacionais. Foram considerados aderentes pacientes que realizaram pelo menos quatro horas de uso de pressão positiva em pelo menos 70% dos dias acompanhados.

Detalhes do funcionamento do fluxo de solicitação, avaliação e acompanhamento são apresentados na Figura 1.

Dispositivos e interfaces: foram utilizados durante a adaptação e tratamento os seguintes dispositivos e interfaces: S9 AutoSet™ (ResMed), AirSense™ 10 (ResMed), Stellar™ 150 (ResMed), RESmart™ (BMC); Swift™ FX Nano (ResMed), Swift™ FX pillow (ResMed), iVolve N2 (BMC), F1B iVolve (BMC), Comfo Mask (Hsiner). Utilizamos também o software ResScan™ (ResMed), PAP link (BMC) para baixar e analisar os dados.

Figura 1.
Fluxo de solicitação, avaliação e acompanhamento do GFS

Acesso ao prontuário médico: os dados do prontuário médico foram selecionados manualmente e inseridos no banco de dados. Foram acessados apenas os prontuários dos pacientes que realizaram previamente acompanhamento com o GFS e as informações específicas utilizadas neste estudo, mantendo a privacidade e a confidencialidade dos dados dos pacientes.

Análise estatística: Todas as análises foram conduzidas usando o SPSS versão 24.0. As variáveis contínuas com distribuição normal foram apresentadas em média e desvio-padrão (média+/-dp). Variáveis categóricas foram apresentadas em frequência e porcentagem.

RESULTADOS

Entre janeiro de 2017 e dezembro de 2021 foram avaliados um total de 126 pacientes pelo GFS. O Gráfico 1 mostra a solicitação de acompanhamento pelo GFS ao longo dos anos. As solicitações aumentaram nesse período, exceto entre 2020 e 2021. A solicitação de acompanhamento do GFS estratificada por especialidade médica é apresentada no Gráfico 2. A cardiologia é a especialidade que mais solicitou avaliação do GFS, seguido por pneumologia, neurologia e clínica geral.

Gráfico 1.
Solicitação de acompanhamento pelo GFS ao longo dos anos

Gráfico 2.
Solicitação de acompanhamento pelo GFS por especialidade médica

Após avaliação inicial pelo GFS, 18 pacientes receberam orientação adequada e não foram elegíveis para acompanhamento (principais motivos: solicitação de acompanhamento pouco antes da alta, paciente já em uso de CPAP, bem orientado e necessitando de orientação adicional ou esclarecimento de dúvidas); 108 pacientes foram acompanhados pelo GFS, e suas características são descritas a seguir; nove pacientes (8,33%) não haviam realizado a polissonografia, porém eram bastante sintomáticos, com queixas relacionadas ao sono, sendo a adaptação realizada com equipamento automático e acompanhamento do relatório.

A Tabela 1 mostra as características da população estudada. No geral, ela foi composta por idosos, predominantemente do sexo masculino e com excesso de peso. Uma proporção significativa deles apresentava comorbidades como hipertensão, diabetes e obesidade. Queixas diurnas e noturnas foram observadas em 60,2% e 67,6% deles, respectivamente. Metade da amostra já tinha diagnóstico prévio de AOS e 38% já tinham utilizado tratamento com CPAP. Dentre os pacientes, 74,1% foram considerados aderentes à terapia com CPAP.

Tabela 1.
Características dos pacientes

DISCUSSÃO

Até onde vai nosso conhecimento, esse foi o primeiro estudo que descreveu um protocolo implementado para tratar pacientes com diagnóstico de AOS intra-hospitalar. Os resultados mostraram dados consistentes com a literatura, uma vez que as características dos pacientes acompanhados pelo GFS são tipicamente encontradas em indivíduos com AOS4,19. Inicialmente, poucos pacientes foram acompanhados pelo grupo. Uma das razões para o crescimento desse número foi o reconhecimento da equipe médica, que identificou a importância da avaliação e do acompanhamento pelo GFS para seus pacientes; outra razão é a disseminação de informações sobre o trabalho do GFS dentro do hospital pelos prestadores de cuidados de saúde/equipe assistencial. No período de 2020 e 2021 houve uma redução das solicitações de acompanhamento atribuída à pandemia da síndrome respiratória aguda grave causada pelo Sars-CoV-2, tendo impacto em diferentes atividades e serviços no hospital20,21.

É clara a relevância do protocolo, já que estudos prévios mostraram a importância de identificar e tratar pacientes com AOS. Uma grande coorte de pacientes estudados por Sharma et al.22 em um hospital terciário mostrou que a intervenção com CPAP em pacientes com AOS de alto risco pode reduzir os eventos do sistema de resposta rápida (uma ferramenta de segurança projetada para detecção precoce e intervenção em um paciente em deterioração internado na unidade de internação hospitalar). A AOS é associada a resultados clínicos desfavoráveis em pacientes hospitalizados, como aumento do tempo de internação hospitalar e algumas complicações cardiorrespiratórias, neurológicas e renais, embora o risco de mortalidade não tenha sido estabelecido23.

Uma revisão mostrou que a AOS tem prevalência de 48% entre pacientes com doença cardiovascular no hospital, sendo esta uma comorbidade bastante comum24. Spurr et al.25 reportaram uma baixa taxa de uso da terapia com CPAP, de aproximadamente 5,8%, durante a internação hospitalar em pacientes diagnosticados com AOS. Os autores indicaram que essas baixas taxas devem ser relacionadas às escassas políticas públicas e aos poucos recursos nas unidades de saúde para o tratamento da AOS.

Quanto à adesão, vale ressaltar que ela é o principal desafio de qualquer tratamento de doenças crônicas26. Em nosso protocolo utilizamos evidências científicas para melhorar a aderência e o sucesso com a terapia CPAP27-33. O GFS é composto por fisioterapeutas com experiência em desordens do sono, capazes de: avaliar o paciente, analisar polissonografias, discutir o caso com a equipe multidisciplinar, escolher o equipamento de pressão positiva, a interface (a máscara nasal é considerada a primeira opção de escolha, por ter menor área de contato com o rosto, ser mais confortável, exigir menor pressão e ter menos vazamento)34,35, o uso de acessórios de conforto (como umidificador, rampa e alívio de pressão expiratória) e acompanhamento do paciente durante toda a terapia enquanto dentro do hospital (analisando a eficácia da terapia, controlando possíveis efeitos adversos). Adicionalmente, há um foco especial na educação, reforçando a cada visita a importância do tratamento e promovendo a higiene do sono, entre outras orientações. Na amostra, 74,1% dos pacientes apresentaram boa adesão ao tratamento com CPAP durante o período de acompanhamento. Porém, as taxas de aderência são controversas na literatura. Um estudo recente baseado nas análises de um banco de dados usado em telemonitoração mostrou que as taxas de adesão são maiores que 70% no Brasil, no México e nos Estados Unidos36.

Este estudo tem pontos fortes e limitações a serem apontados. Implementamos um protocolo robusto baseado em evidências que atendem à real necessidade de um grande hospital de São Paulo e acreditamos que dividir nossa experiência e dados pode encorajar outras instituições e profissionais. Esta investigação tem um desenho descritivo e retrospectivo. No entanto, não conseguimos medir o impacto real da adesão em longo prazo e os possíveis benefícios. O acompanhamento ocorreu apenas durante o período de hospitalização, e não sabemos a consequência do protocolo em longo prazo. Os dados foram obtidos pelo acesso a informações contidas no prontuário eletrônico, o que implica o risco de perda da confidencialidade das informações.

CONCLUSÃO

A implementação do protocolo de tratamento para pacientes hospitalizados diagnosticados com AOS é viável. Sua descrição representou a uniformização de condutas embasadas nas melhores evidências científicas, o reconhecimento da atuação e a importância do GFS, assim como a possibilidade de melhores práticas assistenciais com a análise das características da população estudada.

Apesar deste ser um estudo descritivo, evidências recentes mostram que um tratamento especializado e individualizado para AOS desde o diagnóstico pode predizer a aderência e benefícios em longo prazo, promovendo uma desospitalização segura dos pacientes acompanhados pela equipe.

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  • Fonte de financiamento: Nada a declarar
  • Aprovação do Comitê de Ética: 5.522.276 CAAE: 59932322.8.0000.0070

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    14 Abr 2025
  • Data do Fascículo
    2025

Histórico

  • Recebido
    22 Maio 2024
  • Aceito
    02 Out 2024
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