Pretende-se, neste artigo, discutir a atual crise do meio ambiente a partir da ideia desenvolvida por Antonio Negri e Michael Hardt de que, no capitalismo contemporâneo, “não há mais fora”. Buscamos apresentar algumas ideias que permitem entrever, dentro da atual conjuntura, o delineamento de uma ética e uma política baseadas na constatação de que, ao perdemos a ideia da natureza como espaço exterior intocado pela história, perdemos algo que nunca existiu. E que tal perda constitui um índice apenas negativo de um movimento de reconfiguração das categorias políticas modernas que não são mais capazes de pensar a crise global, não apenas do capitalismo, mas também do próprio meio ambiente.
capitalismo; crise ambiental; inconsciente; fora