Resumo
Vida e trabalho no percurso de refugiado estão entre os mais recentes desafios contemporâneos que instigam o olhar e o pesquisar. A fim de potencializar a discussão, julgou-se pertinente atentar para a experiência do olhar frente à imagem. Tomou-se a xilogravura Dia e Noite, arte de Maurits Cornelius Escher, que alude ao movimento migratório de pássaros, por também ela provocar o olhar dadas as características que o artista lhe imprime. Como base teórica condutora da discussão, tomaram-se os conceitos de espaço liso e estriado, de Deleuze e Guattari, imbricados em referencial relativo à situação de refugiado. A conversa entre imagem e teoria ampliou o olhar para além das questões burocráticas, jurídicas e estatísticas, frequentemente associadas aos estudos acerca de refugiado, e permitiu apontar relações de continuidade e coexistência em seus modos de viver e trabalhar. Entende-se que, ao provocar a experiência do olhar, a imagem pode ser capturada, recortada, reduzida, ampliada, torcida, num esforço de sentido não necessariamente óbvio.
Palavras-chave:
olhar; imagem; refugiado; liso; estriado