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O que têm em comum Alexa, Siri, Lu e Bia? Assistentes digitais, sexismo e rupturas de performances de gênero1 1 Uma versão anterior deste trabalho foi apresentada no 43º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, no GP de Comunicação e Cultura Digital, em 2020. O artigo passou por alterações substanciais, tanto em termos de teoria (com discussão mais aprofundada sobre performance), quanto de empiria (com a inclusão de quarto caso analisado), afetando, também, parcialmente as conclusões.

What do Alexa, Siri, Lu and Bia have in common? Digital assistants, sexism and ruptures of gender performances

Resumo

As assistentes pessoais digitais são artefatos comunicacionais que auxiliam usuários a executarem tarefas cotidianas de forma automatizada, através da linguagem natural falada ou escrita. Dentre as de primeiro tipo encontram-se a Alexa (da Amazon) e Siri (da Apple), enquanto dentre as de segundo tipo destacamos a Lu (da Magazine Luiza) e a Bia (do Bradesco). Trata-se de robôs humanizados como personagens femininas que sofrem constantes agressões verbais por parte de usuários. A partir de uma discussão teórica sobre as relações entre tecnologia e gênero e de um olhar empírico para casos ocorridos com as assistentes mencionadas, apresentamos mudanças feitas recentemente em seu discurso de modo a se contraporem a insultos, argumentando que se trata de rupturas intencionais de performance. Concluímos que, apesar de ser um primeiro passo contra o sexismo, as atualizações feitas ainda são insuficientes e as opressões de gênero seguem em curso, mesmo com agentes não humanas.

Palavras-chave
assistentes pessoais digitais; gênero; tecnologia; performance; sexismo

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