Linfócitos sanguíneos de pacientes com xeroderma pigmentosum (XP) e anemia de Fanconi (FA) foram avaliados quanto à sensibilidade à ionização radiante estimando-se a freqüência de aberrações cromossômicas (CA) induzidas por raios-X (1 e 2 Gy). As freqüências de aberrações no genoma inteiro foram estimadas em preparações de linfócitos irradiados nas fases G0 e G2 coradas com Giemsa. As freqüências de translocações e dicêntricos envolvendo os cromossomos 1 e 3 e o cromossomo X foram determinadas em lâminas coradas por hibridização fluorescente in situ (FISH). Um aumento em todos os tipos de CA foi observado em linfócitos XP e FA irradiados na fase G0 quando comparados a controles. A freqüência de dicêntricos e anéis foi 6-27% maior (com 1 e 2 Gy) em linfócitos XP e 37% maior (com 2 Gy) em linfócitos FA do que em controles, enquanto que as deleções cromossômicas foram mais freqüentes em linfócitos XP irradiados (30% com 1 Gy e 72% com 2 Gy) do que em controles e 28-102% mais freqüentes em linfócitos FA. Em linfócitos irradiados na fase G2 a freqüência total de CA foi 24-55% mais elevada em linfócitos XP do que em controles. Na maior parte dos casos as freqüências de translocações foram maiores do que as freqüências de dicêntricos (21/19).