Metaloproteases exercem papéis importantes em muitos processos fisiológicos em mamíferos tais como migração celular, remodelamento tecidual e processamento de fatores de crescimento. Estas enzimas estão envolvidas também na pato-fisiologia de um grande número de doenças humanas como hipertensão e câncer. Muitas bactérias patogênicas dependem de proteases para infectar o hospedeiro. Diversas classes de metaloproteases foram descritas em seres humanos, bactérias, venenos de serpentes e insetos. No entanto, a presença e a caracterização de metaloproteases em plantas estão pouco descritas na literatura. Neste trabalho, foi pesquisada a biblioteca de cDNA de etiquetas de seqüências expressas da cana-de-açúcar (SUCEST) para identificar, por homologia com seqüências depositadas em outros bancos de dados, famílias gênicas de metaloproteases expressas em diferentes condições. Foram utilizadas seqüências protéicas de Arabidopis thaliana e Glycine max e seqüências de nucleotídeos de Sorghum bicolor. Regiões conservadas correspondentes aos diferentes domínios e motivos de seqüência de metaloproteases foram identificadas nos cDNAs de cana-de-açúcar para caracterizar cada grupo de enzimas. Pelo menos quatro classes de metaloproteases foram identificadas na cana-deaçúcar, a saber, metaloproteases de matriz extracelular, zincinas, inverzincinas e metaloproteases dependentes de ATP. Cada uma destas classes foi analisada quanto a sua expressão nas diferentes condições e tecidos utilizados na construção das bibliotecas de cDNA.