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Major Reis e a constituição visual do Brasil enquanto nação

Este artigo analisa o filme Ao Redor do Brasil, do major Thomaz Reis, partindo dos fundamentos teóricos explicitados por Paulo Arantes em O Sentido da Formação e por Foucault em A Ordem do Discurso. Nessa direção, interpreta o filme como um discurso inserido no debate de sua época, de constituição do Brasil enquanto nação, que permeava várias dimensões da vida e do pensamento brasileiro nos anos 20-30 do século passado. Em consonância com o que se discutia na literatura e nas artes plásticas, o filme de Reis é cuidadosamente montado, utilizando-se para isso inúmeras cenas de filmes anteriores seus, no sentido de explicitar visualmente uma nação não em vias de constituição, mas, ao contrário, com seu território pacificado no interior, o que lhe daria estatuto de civilidade e, portanto, de uma nação inserida do processo civilizatório, ao mesmo tempo em que segura em suas fronteiras, pela presença visual incessante e inquestionável das instituições fundantes do Estado moderno, a família e o Estado, este último por meio de suas reconhecíveis instituições: a escola, a polícia e o exército, entre outras, realidade muito diferente de sua efetividade prática na época.

filme etnográfico; major Reis; nação; processo civilizador


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