Os estudos sobre os fenômenos técnicos geralmente centram-se sobre atos e lógicas de produção dos objetos, através de abordagens sistêmicas e a partir da dicotomia Homem/Natureza. Dessa forma, as análises levam à construção de totalidades ontologicamente distintas: por um lado, o mundo sociocultural, por outro, aquele material. Assim, quando se se refere ao Homem, entende-se sociedade, sistema simbólico, etc., enquanto que, por Natureza, aspectos físicos, químicos, etc. Analisando criticamente esse paradigma, o presente artigo busca colocar em evidência seus limites heurísticos, para em seguida apresentar um esboço de proposta analítica alternativa, baseada numa abordagem processual, no entendimento das técnicas a partir de lógicas e práticas de uso, e na superação metodológica da referida dicotomia Homem/Natureza. Assim, aborda os elementos que constituem o cosmo como estando, segundo as circunstâncias, na posição de sujeitos de ação ou de objetos da ação.
antropologia da técnica e da tecnologia; cultura material; índios guarani; natureza