Festas de aniversário infantil, e o consumo ligado a elas, formam uma parte integral do processo social da criação dos filhos na cultura de consumo contemporânea. Da escolha do presente "certo" à preparação do tema "apropriado" para a festa, uma grande pressão é exercida sobre as mães para manter um equilíbrio através da circulação de suas crianças e seus presentes entre e além das famílias. Uma pesquisa etnográfica na Grã-Bretanha sugere que o crescimento econômico dos preparativos e serviços para festas infantis está ligado a um discurso popular que lamenta a perda da festa de aniversário "autêntica", baseada na relação familiar e nos preparativos feitos em casa. Em contraste a este discurso falado, este artigo revela como as mulheres, na verdade, adotam com avidez produtos e serviços do mercado, como uma forma de gerar uma cultura da mesmice que evita os riscos (à maternidade, como um fenômeno coletivo e localizado) de uma criação dos filhos incomum ou declaradamente realizada. Os produtos e serviços para aniversários comercializados e produzidos em massa são usados como um meio de limitar as relações expressivas de presentes e hospitalidade. Neste sentido, a busca pela mesmice, através da prática cultural de fazer festas infantis, é ao mesmo tempo libertadora e potencialmente opressiva em seu esforço pela exclusão normativa e inadvertida de "outros" cuidadores. Além disso, as crianças, e a cultura material relacionada a elas, são consumidas através do circuito de festas de aniversário, como um meio de gerar tipos específicos de criação dos filhos.
cultura material; maternidade contemporânea; festas de aniversários de crianças; presentes