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Como se constrói um artesão: negociações de significado e uma "cara nova" para as "coisas da vovó"

O artigo propõe discutir como se forma o chamado "artesanato de design", localizado na confluência entre as práticas do mundo técnico do design e os "saberes e fazeres tradicionais", passados de geração em geração. Partindo da experiência de campo com artesãs de Brasília, procuro desvendar como se forma a noção de que sua produção deve atender a determinados requisitos formais e estéticos para ir ao encontro das expectativas do consumidor e ganhar o mercado. Essa discussão questiona vários "mitos" acerca do trabalho artesanal e põe em relevo as disputas simbólicas que se processam entre artesãs, designers e instituições organizadoras. Abordar o artesanato de Brasília como sendo um campo, com referência à teoria dos campos de Pierre Bourdieu, nos permite identificar os atores sociais envolvidos e os papéis desempenhados por eles. Revela, ademais, os jogos de poder que instituem práticas e conformam esse campo. Associo a abordagem de Bourdieu ao interacionismo simbólico de Georg Simmel e Erving Goffman, guardadas as particularidades de cada autor, ambas compartilhando de uma noção de realidade social construída através da vivência ou experiência dos atores no contexto vivido. Estas são as principais referências que sustentam a análise, somadas a Geertz, que destaca a importância do contexto e da interpretação na antropologia simbólica.

artesanato; burocracia; representação; saberes tradicionais


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