Como poderia ser uma antropologia da Internet? Uma tal antropologia exigiria uma combinação de introspecção, de opiniões pessoais e de história mundial para se explorar o universo do ciberespaço. Afinal, esse mundo não é um mundo auto-suficiente, nem mesmo esse é "um mundo". As pessoas carregam consigo suas circunstâncias off-line para junto do seu comportamento on-line. Constitui-se uma dialética do virtual e do real, na qual nenhuma das duas partes pode ser reduzida à outra e na qual a "realidade virtual" é a sua síntese temporária. A metafísica heideggeriana é aqui acionada para esclarecer melhor essa dialética. Antes disso, entretanto, a Internet é examinada sob a luz da história das comunicações, desde a fala e a escrita de livros até o rádio. A revolução digital de nosso tempo está marcada pela convergência da telefonia, da televisão e da computação. É a terceira etapa em uma revolução das máquinas, que começou há apenas 200 anos. O presente artigo analisa a economia política da Internet em termos das três classes originais, controlando respectivamente um aumento no ambiente (terra), dinheiro (capital) e criatividade humana (força de trabalho). O artigo finaliza com uma consideração de um grande exemplo dado por Kant, de uma antropologia futura capaz de situar a subjetividade humana em uma história mundial.
antropologia; criatividade humana; dinheiro; Internet
