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Resposta de híbridos de tomateiro contendo o locus Ty-1 contra espécies brasileiras de Begomovirus de genoma bipartido

O número de espécies de Begomovirus infectando tomateiro no Brasil aumentou significativamente após a introdução do vetor (Bemisia tabaci biótipo B). O locus Ty-1, derivado de Lycopersicon chilense, controla tolerância para isolados de Begomovirus de genoma monopartido pertencentes ao complexo do Tomato yellow leaf curl virus (TYLCV) que ocorre na Europa e Oriente Médio. No entanto, existe escassa informação a respeito da eficiência do locus Ty-1 contra as diferentes espécies do complexo de Begomovirus de genoma bipartido reportadas no Brasil. Híbridos heterozigotos (Ty-1/ty-1) e homozigotos (ty-1/ty-1) foram avaliados em campo aberto em duas regiões produtoras do Brasil Central. As condições experimentais foram de inóculo natural sob elevada densidade populacional de moscas-brancas virulíferas. A avaliação foi conduzida empregando um índice de severidade de sintomas (ISS) para descrever variando de 1= sem sintomas a 4= sintomas severos. A freqüência de infecção sistêmica foi avaliada via polymerase chain reaction (PCR) usando "primers universais" para detecção de espécies de Begomovirus. No ensaio 1, os híbridos heterozigotos (Ty-1/ty-1) e homozigotos (ty-1/ty-1) apresentaram 35% e 95% de plantas exibindo sintomas e 75% e 100% de plantas com PCR positivo para infecção sistêmica, respectivamente. No ensaio 2, observou-se apenas 20% da plantas do híbrido Ty-1/ty-1 sem sintomas virais, com ambos os híbridos apresentando 100% da plantas com PCR positivo. A resposta do híbrido contendo o locus Ty-1 foi similar à reportada para os begomovirus do grupo do TYLCV no Continente Europeu e Oriente Médio, tendo sido observada a presença de plantas sintomáticas e com multiplicação sistêmica do vírus. No entanto, em ambos os ensaios, a expressão de sintomas no híbrido heterozigoto foi mais suave que aquela apresentada pelos híbridos suscetíveis (ISS = 1,35 vs. 2,70 no ensaio 1 e ISS = 2,05 vs. 3,95, no ensaio 1). Análise da seqüência do DNA viral indicou a presença de isolados geneticamente relacionados à espécie Tomato rugose mosaic virus (ToRMV) no ensaio 2 e uma infecção mista de ToRMV e Tomato yellow vein streak virus (ToYVSV) no ensaio 2. Estes dados indicam que o locus Ty-1 confere uma reação do tipo "tolerância" contra distintas espécies de Begomovirus. Estreita ligação de genes de resistência e/ou tolerância a doenças é uma característica do genoma do tomateiro, especialmente no cromossomo 6 onde o locus Ty-1 está posicionado. Desta forma, estudos adicionais são necessários para demonstrar que a tolerância a distintos Begomovirus bipartidos é de fato conferida exclusivamente pelo locus Ty-1 ou pela presença de outros genes ligados.

geminivírus bipartido; Lycopersicon chilense; resistência; tomate


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