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Efeito da infecção precoce por Begomovirus com genoma bipartido em características de frutos de tomate industrial

Effect of early infection by a bipartite Begomovirus species on processing tomato fruit characteristics

Dados a respeito dos efeitos da infecção por espécies sul-americanas de Begomovirus com genoma bipartido na fisiologia da produção do tomateiro são ainda escassos na literatura. O presente trabalho foi realizado visando estimar o impacto da infecção precoce em parâmetros de produtividade e teor de sólidos solúveis (ºBrix) utilizando uma cultivar de tomateiro para processamento industrial suscetível a Begomovirus. A inoculação controlada das mudas (18 dias após semeadura) foi realizada inicialmente em casa de vegetação usando moscas-brancas (Bemisia tabaci biótipo B) virulíferas, sendo as mudas expostas aos insetos por quatro dias. Um grupo de mudas não inoculadas (controles) foi mantido isolado em uma casa de vegetação livre do inseto vetor. Plantas inoculadas e não inoculadas foram simultaneamente transplantadas em campo e dispostas em um delineamento de blocos ao acaso com quatro repetições com dez plantas por parcela. A análise de seqüência de nucleotídeos de parte do genoma do DNA-A do vírus utilizado na inoculação indicou ser um isolado distinto, mas geneticamente relacionado com Tomato chlorotic mottle virus (uma das espécies do complexo de Begomovirus infectando tomateiro no Brasil). Foi observada diferença significativa para produção total, sendo 109,0 t/ha nas plantas controle e 48,2 t/ha nas mudas submetidas à inoculação precoce; tendo-se redução de aproximadamente 60% na produtividade. A diferença mais acentuada foi observada para o parâmetro número de frutos por planta. As plantas não infectadas apresentaram uma média de 66 frutos, enquanto que nas plantas infectadas esta média foi de 38 frutos. O peso médio e o teor de sólidos solúveis dos frutos não foram significativamente influenciados pela infeção precoce. Desta forma, existe a possibilidade de reduzir perdas de produtividade devido à infeção de Begomovirus por meio do manejo adequado do sistema de produção, incluindo isolamento de viveiros e sementeiras e datas de transplantio. Com estes resultados salienta-se a importância epidemiológica de, quando possível, retardar ao máximo o processo de infeção precoce por Begomovirus em mudas de tomateiro.

Lycopersicon esculentum; Bemisia tabaci; mosca-branca; geminivírus


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