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Respostas da fotossíntese, produtividade e qualidade de mini pepino à iluminação com barras de LED no interior do dossel e à enxertia

RESUMO

A suplementação luminosa vem se tornando uma prática comum na indústria do cultivo protegido de hortaliças, especialmente em países de alta latitude. No entanto, não foram encontrados relatos científicos sobre esse tema em países de clima tropical. Este estudo investiga os efeitos da iluminação intra-dossel com lâmpadas de LED e da enxertia na resposta fotossintética, na produtividade e na qualidade de frutos de pepino tipo snack (híbrido Larino). O experimento ocorreu nos meses de abril a agosto, em uma casa-de-vegetação localizada em clima Cwa, em Piracicaba (SP), Brasil (22°42’S; 47°37’W, altitude 541 m). O experimento foi realizado no delineamento em blocos casualizados com três tipos de mudas (híbrido não enxertado, híbrido enxertado em porta-enxerto cultivar Keeper e híbrido enxertado em porta-enxerto cultivar Shelper) cultivadas em dois ambientes relacionados à iluminação (suplementação luminosa com luz de LED e iluminação natural como controle). No tratamento com iluminação artificial, as barras de LED, instaladas a 15 cm de distância das plantas (na horizontal) e 1,5 m de altura em relação ao chão, permitindo um fluxo de fótons de 220 µmols m-2 s-1, emitiam luz vermelha (80%) num comprimento de onda de 662 nm, e luz azul (20%) num comprimento de onda de 452 nm. A iluminação suplementar foi utilizada por 12 h d-1, com início 30 dias após o transplante das plântulas e término no final do período de cultivo. A temperatura do ar e a umidade relativa (UR) foram mantidas em 23,5±4°C e 72±10% durante o período de luz, respectivamente. À noite, a temperatura média foi de 18,6°C±5°C e a UR foi de 90±5%. O tratamento com iluminação suplementar no interior do dossel aumentou em 40% a taxa de assimilação líquida de CO2 da planta em comparação com as plantas cultivadas apenas em luz natural. As plantas enxertadas nos dois porta-enxertos apresentaram maior taxa de assimilação líquida de CO2 (µmol CO2 m-2 s-1), eficiência de carboxilação aparente (µmol CO2 mol ar-1) e taxa de transporte de elétrons aparente (µmol elétrons m-2 s-1) quando comparadas às plantas não enxertadas. A produtividade inicial aumentou 11,6% e 24% em resposta à iluminação artificial no interior do dossel e à enxertia, respectivamente. A produtividade de frutos da categoria comercial aumentou em 13% devido às luzes de LED, mas não aumentou com a enxertia. Os parâmetros de qualidade pós-colheita como acidez titulável, sólidos solúveis totais e vida de prateleira não foram afetados pela suplementação luminosa. Nosso estudo mostra que, mesmo em condições de clima tropical, a suplementação luminosa com lâmpadas LED pode ser usada como uma ferramenta para melhorar a produção comercial de pepino.

Palavras-chave:
Cucumis sativus; suplementação luminosa; enxertia; taxa de CO2; pós-colheita

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