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BRS Eliza: cultivar de batata para mesa, com película lisa e resistência à pinta-preta e à requeima

BRS Eliza: a fresh market potato cultivar, with smooth skin and early and late blight resistance

Resumos

BRS Eliza é uma cultivar de batata para consumo de mesa liberada em 2001, pela Embrapa Clima Temperado, Pelotas (RS). É mais adequada ao preparo de purê e salada (cremosa). O ciclo é médio. Os tubérculos têm formato oval, película lisa e amarela, pouca sensibilidade ao esverdeamento, polpa amarelo-clara e olhos superficiais. Não mostrou defeitos fisiológicos nos tubérculos. Tem boa resistência de campo à requeima (Phytophthora infestans) e à pinta- preta (Alternaria solani) e mediana a viroses. BRS Eliza é suscetível à canela-preta (Erwinia carotovara). Produz alta percentagem de tubérculos de tamanho comercial. Deve ser comercialisada imediatamente após a colheita, requerendo manejo cuidadoso da semente no armazenamento

Solanum tuberosum L.; melhoramento genético


BRS Eliza is a tablestock potato cultivar released in 2001, by Embrapa Clima Temperado, Pelotas, Brazil. It is adequate for purée and salad. Maturity is medium early. Tubers are oval shaped, yellow and smooth skin, low sensitivity to greening, yellow clear flesh and shallow eyes. BRS Eliza did not show physiological defects on the tubers. Has a good field resistance to late (Phytophthora infestans) and early blight (Alternaria solani), and medium resistance to main viroses. BRS Eliza is susceptible to black leg (Erwinia carotovora). It produces a high percentage of commercial tubers. Must be marketed immediately after harvesting. It requires accurate seed management in storage.

Solanum tuberosum L.; breeding


NOVA CULTIVAR

BRS Eliza: cultivar de batata para mesa, com película lisa e resistência à pinta-preta e à requeima

BRS Eliza: A fresh market potato cultivar, with smooth skin and early and late blight resistance

Arione S. PereiraI; Delorge M. CostaI; Júlio DanielsI; João Luis S. VendruscoloI; Gerson Renan L. FortesI; Odone BertonciniII; Élcio HiranoII; Eva ChoerI; Eliane AugustinI; Cesar B. GomesI

IEmbrapa Clima Temperado, C. Postal 403, 96.001-970 Pelotas, RS

IIEmbrapa Negócios Tecnológicos, C. Postal 317, 89.460-000 Canoinhas, SC

Endereço para correspondência Endereço para correspondência Arione S. Pereira E-mail: arione@cpact.embrapa.br

RESUMO

BRS Eliza é uma cultivar de batata para consumo de mesa liberada em 2001, pela Embrapa Clima Temperado, Pelotas (RS). É mais adequada ao preparo de purê e salada (cremosa). O ciclo é médio. Os tubérculos têm formato oval, película lisa e amarela, pouca sensibilidade ao esverdeamento, polpa amarelo-clara e olhos superficiais. Não mostrou defeitos fisiológicos nos tubérculos. Tem boa resistência de campo à requeima (Phytophthora infestans) e à pinta- preta (Alternaria solani) e mediana a viroses. BRS Eliza é suscetível à canela-preta (Erwinia carotovara). Produz alta percentagem de tubérculos de tamanho comercial. Deve ser comercialisada imediatamente após a colheita, requerendo manejo cuidadoso da semente no armazenamento.

Palavras-chave: Solanum tuberosum L., melhoramento genético.

ABSTRACT

BRS Eliza is a tablestock potato cultivar released in 2001, by Embrapa Clima Temperado, Pelotas, Brazil. It is adequate for purée and salad. Maturity is medium early. Tubers are oval shaped, yellow and smooth skin, low sensitivity to greening, yellow clear flesh and shallow eyes. BRS Eliza did not show physiological defects on the tubers. Has a good field resistance to late (Phytophthora infestans) and early blight (Alternaria solani), and medium resistance to main viroses. BRS Eliza is susceptible to black leg (Erwinia carotovora). It produces a high percentage of commercial tubers. Must be marketed immediately after harvesting. It requires accurate seed management in storage.

Keywords:Solanum tuberosum L., breeding.

HISTÓRIA

A cultivar de batata BRS Eliza foi inicialmente avaliada como CR-1290-5-82. Este clone foi derivado do cruzamento efetuado na Embrapa Clima Temperado, entre Edzina (mãe) e Recent (pai), em 1981. A geração de `seedling' foi cultivada em 1982, seguido por gerações de seleção e multiplicação de sementes. Os ensaios de produção foram conduzidos em campos experimentais de estações experimentais em Pelotas e em diversos locais de produção do Rio Grande do Sul. Finalmente foi submetida à validação por produtores do Rio Grande do Sul (municípios de São Lourenço do Sul, Silveira Martins, Carlos Barbosa e Ibiraiaras), Paraná (município de Castro), Minas Gerais (municípios de Ipuiuna, Congonhal, Pouso Alegre e São João da Mata) e Distrito Federal (municípios de Brasília e Brazlândia).

DESCRIÇÃO

Plantas: Hábito de crescimento ereto com porte médio. Hastes verdes sem pigmentação na base; asas onduladas. Folhas com inserção aguda, fechada e sem pigmentação na nervura principal. Folíolos com tamanho e largura médio, não coalescentes e sem ondulação nas bordas, com alta freqüência de folíolos secundários. Inflorescência (Fig. 1): Pedúnculos longos sem pigmentação. Corola branca na parte interna e sem pigmentação externa. Tubérculos (Fig. 1): Formato oval. Película lisa e amarelada, sendo pouco sensível ao esverdeamento. Olhos rasos. Polpa amarelo-clara. Broto (Fig. 1) oval; base vermelho-púrpura de intensidade mediana, com pouca pubescência. Ápice fechado. Primórdios radiculares de baixa intensidade, com brotação lateral médio-longo. Dormência média. Marcador de RAPD: Na Figura 2 encontra-se o padrão de bandeamento do polimorfismo de DNA amplificado ao acaso da cultivar Pérola (D), comparado com as cultivares Atlantic, Baronesa, Cristal, Liza, Elvira, Macaca, Monalisa e Santo Amor.



CARACTERÍSTICAS

BRS Eliza se distingue pela excelente aparência de tubérculo e boa resistência de campo à requeima e à pinta preta. A produção total de tubérculos de 34 ensaios, nos diversos locais de produção e períodos de cultivo do Rio Grande do Sul, foi de 84% da Baronesa e 81% da Monte Bonito (Pereira & Costa, 1998), ao passo que a produção comercial (diâmetro > 45mm), em sete ensaios no Estado, foi de 87% e 88% da Baronesa e Monte Bonito, respectivamente. Em ensaios únicos, em Curitiba e Canoinhas foi 110% e 102% da Monalisa, respectivamente. A dormência dos tubérculos é duas semanas menor que da Monalisa. O crescimento das plantas confere boa cobertura durante o período de cultivo. O ciclo vegetativo é médio-precoce. Em Pelotas, o peso específico dos tubérculos da BRS Eliza (1,074 @ 18,7% de matéria seca) tem sido um pouco maior que da Baronesa (1,074 @ 18,3% de matéria seca) e da Monte Bonito (1,074 @ 18,3% de matéria seca).

RESISTÊNCIA A DOENÇAS

BRS Eliza tem demonstrado bom nível de resistência de campo à infecção da folha da requeima no Rio Grande do Sul. Esta observação tem sido verificada também no Paraná. BRS Eliza tem também boa resistência de campo à pinta-preta e mediana às principais viroses. Tem-se apresentado suscetível à canela-preta. Não é sabido a sua resistência a outras doenças comuns. Até o momento não foram observados problemas relacionados a distúrbios fisiológicos.

UTILIZAÇÃO

É antecipado como adequada ao mercado de mesa, destinada à utilização como purê e salada. Na fritura não apresenta bom desempenho devido ao baixo peso específico e alto teor de açúcares redutores (Pereira & Campos, 1999).

DISPONIBILIDADE DE SEMENTE

A Embrapa Negócios Tecnológicos / Escritório de Negócios de Canoinhas dispõe de quantidades limitadas de batata semente básica para comercialização da cultivar BRS Eliza.

AGRADECIMENTOS

Ao Assistente de Pesquisa Claiton Amaral Kuhn, pela assistência técnica, e demais componentes da equipe de apoio ao Programa de Melhoramento Genético de Batata da Embrapa Clima Temperado, pelas contribuições na execução dos experimentos. Ao Dr. Nilceu R.X. Nazareno, pesquisador do IAPAR, pela avaliação da resistência à requeima no Paraná. Aos produtores, técnicos, Embrapa Hortaliças e EMATERs, pela colaboração nos testes de validação.

LITERATURA CITADA

Embrapa Negócios Tecnológicos

E-mail: embrapa@newage.com.br

Aceito para publicação em 26 de outubro de 2.001

  • PEREIRA, A.S.; CAMPOS, A.D. Teor de açúcares em genótipos de batata (Solanum tuberosum L.). Ciência Rural, Santa Maria, v. 29, p. 13-16, 1999.
  • PEREIRA, A.S.; COSTA, D.M. Análise da estabilidade de produção de genótipos de batata no Rio Grande do Sul. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 33, p. 405-409, 1998.
  • Endereço para correspondência
    Arione S. Pereira
    E-mail:
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      12 Dez 2005
    • Data do Fascículo
      Nov 2001

    Histórico

    • Recebido
      26 Out 2001
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