Acessibilidade / Reportar erro

Um laboratório imperial: investigação e tratamento da treponematose no Haiti ocupado, 1915-1934

Este artigo investiga o trabalho anti-treponêmico como parte da política norte-americana de saúde pública na ocupação do Haiti, evento inédito na história da saúde internacional. Era alta a incidência da bouba no Haiti, mas médicos da ocupação a ignoravam por ser parecida com a sífilis e pelos estigmas da doença sexualmente transmitida. A situação mudou quando C.S. Butler afirmou que a bouba era “inocente” e que as duas doenças deveriam ser consideradas uma. Surgiram mais tratamentos com uma campanha anti-treponêmica que trazia benefícios aos objetivos paternalistas e estratégicos da ocupação, apesar do seu fracasso final. Esse trabalho ilustra o Haiti como “laboratório” de saúde pública, o que afetou a medicina haitiana por anos e influenciou campanhas futuras para erradicar a doença.

Haiti; Estados Unidos; bouba; sífilis; medicina


Casa de Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz Av. Brasil, 4365, 21040-900 , Tel: +55 (21) 3865-2208/2195/2196 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: hscience@fiocruz.br